Capítulo 20

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Eu teria que falar com Neferet. Eu pensei enquanto Stevie Rae e eu nos apressávamos para tomar café. Eu não queria falar nada para ela sobre a minha suposta estranha reação aos elementos - eu quero dizer, eu não estava mentindo para Stevie Rae. Eu poderia ter imaginado a coisa toda. E se eu contasse para Neferet e ela me fizesse fazer algum tipo de teste de afinidade estranho (nessa escola, vai saber?) e ela descobrir que eu não tenho nada a não ser uma bela imaginação? De jeito nenhum eu queria passar por algo assim. Eu iria manter a boca fechada até saber mais. Eu também não queria dizer nada para ela sobre eu ter achado que vi o fantasma de Elizabeth. Como se eu quisesse que Neferet achasse que eu era louca? Neferet era legal, mas ela era uma adulta, e eu quase podia ouvir o sermão "é só sua imaginação porque você passou por tantas mudanças" que iria receber se eu admitisse que vi um fantasma. Mas eu precisava falar com ela sobre o negócio de ânsia por sangue. (Droga - se eu gostava tanto porque a ideia ainda me deixava enjoada?) — Você acha que ela vai te seguir até a aula? — Stevie Rae disse apontado para Nala. Eu olhei para os meus pés onde a gata estava ronronando contente. — Ela pode? — Você quer dizer, se ela tem permissão? Eu acenei. — Sim, gatos podem ir onde quiserem. — Huh — eu disse, abaixando para coçar o topo da cabeça dela. — Eu acho que ela pode me seguir o dia todo então. — Bem, estou feliz por ela ser sua não minha. Eu vi que quando o alarme disparou, ela é totalmente uma abraçadeira de travesseiros. Eu ri. — Você está certa. Como uma garotinha dessas pode ter tirado meu próprio travesseiro eu não sei. — Eu dei a ela mais uma coçada. — Vamos. Vamos nos atrasar. Eu levantei com uma tigela na mão, e quase dei um encontrão em Aphrodite. Ela estava, como sempre, sendo seguida por Terrível e Pronta pra Guerra. Arfar não estava a vista (talvez ela tenha tomado um banho e derreteu quando a água a tocou - hee hee). O nojento sorriso de Aphrodite me lembrou da piranha que vi no aquário de Jenks quando minha turma de biologia foi lá ano passado numa saída de campo. — Olá Zoey. Deus, você saiu com tanta pressa ontem à noite que não tive chance de dar tchau. Pena que você não se divertiu. É uma pena, mas as Filhas das Trevas não são para todos. — Ela olhou para Stevie Rae e deu um sorriso feio. — Na verdade, eu me diverti ontem à noite, e absolutamente adorei o vestido que você me deu! — eu disse. — Obrigado pelo convite para me juntar as Filhas das Trevas. Eu aceito. Totalmente. O sorriso felino de Aphrodite se achatou. — Verdade? Eu ri como se fosse uma idiota sem noção. — Verdade! Quando é a próxima reunião, ou ritual ou tanto faz - ou eu deveria perguntar a Neferet? Eu vou ver ela essa manhã. Eu sei que ela vai ficar feliz por saber o quão bem vinda você me fez sentir ontem à noite e que agora eu sou uma Filha da Treva. Aphrodite hesitou por um segundo. Então ela sorriu de novo e imitou meu tom de voz sem noção perfeitamente. — Sim, eu aposto que Neferet vai ficar feliz de saber que você se juntou a nós, mas eu sou a líder das Filhas das Trevas e sei nosso horário de cor, então não há necessidade para incomodar ela com perguntar bobas. Amanhã é a celebração de Samhain. Use o seu vestido — ela enfatizou a palavra, e meu sorriso aumentou. Eu queria acertar ela e acertei. — E me encontre no corredor da recreação depois do jantar, 4 da manhã em ponto. — Ótimo. Estarei lá. — Ótimo, que surpresa agradável — ela disse travessamente. Então, seguida por Terrível e Pronta para guerra (que pareciam vagamente chocadas), as três saíram da cozinha. — Bruxas do inferno — eu murmurei. Eu olhei para Stevie Rae, que estava me olhando com uma expressão chocada. — Você vai se juntar a elas? — ela sussurrou. — Não é o que você acha. Anda, eu te conto no caminho para a aula. — Eu coloquei os pratos do café da manhã na lava louça e levei a muito quieta Stevie Rae, para fora. Nala nos seguiu, ocasionalmente assobiando para qualquer gato que se atrevesse a andar perto de mim na calçada. — Estou fazendo reconhecimento do inimigo, como você disse ontem à noite — eu expliquei. — Não. Eu não gosto — ela disse, balançando a cabeça com tanta força que fez seu cabelo curto balançar feito louco. — Você nunca ouviu falar do ditado "mantenha seus amigos perto, e seu inimigos mais perto ainda?". — Sim, mas... — É tudo que estou fazendo. Aphrodite se safa de muita coisa. Ela é maldosa. Ela é egoísta. Ela não pode ser a próxima Alta Sacerdotisa de Nyx. Os olhos de Stevie Rae ficaram enormes. — Você vai impedir ela? — Bem, eu vou tentar. — E enquanto conversávamos eu senti a lua crescente na minha cabeça formigar. — Obrigado pelas coisas de gato que você conseguiu para Nala — eu disse. Neferet olhou para longe dos trabalhos que estava corrigindo e sorriu. — Nala - esse é um bom nome para ela, mas você deveria agradecer Skylar não eu. Foi ele que me disse que ela estava vindo. — Então ela olhou para a bola de pelos laranja que estava impacientemente passando pelas minhas pernas. — Ela ficou bem próxima a você. — Os olhos dela se ergueram de novo em direção aos meus. — Me diga Zoey, você já ouviu a voz dela dentro da sua cabeça, ou sabe exatamente onde ela está, mesmo quando ela não está no mesmo lugar que você? Eu pisquei. Neferet achava que eu pudesse ter uma afinidade com gatos! — Não, eu - eu não a ouço na minha cabeça. Mas ela reclama para mim bastante. E eu não saberia dizer se sei onde ela está quando não está comigo. Ela está sempre comigo. — Ela é incrível. — Neferet curvou o dedo em direção a Nala e disse, — Venha para mim, criança. Instantaneamente, Nala pulou na mesa de Neferet, espalhando os papéis por todo lado. — Oh, deus, desculpe, Neferet. — Eu fui pegar Nala, mas Neferet me impediu. Ela estava acariciando a cabeça de Nala, e a gata fechou os olhos e ronronou. — Gatos são sempre bem vindos, e papéis são fáceis de organizar. Agora, o que você queria realmente falar comigo Zoey Passarinha? Ela usou o apelido que vovó usava para me chamar e fez meu coração doer, e de repente eu senti falta dela com uma intensidade que me fez piscar para impedir as lágrimas. — Você está sentindo falta da sua antiga casa? — Neferet perguntou suavemente. — Não, na verdade não. Bem, com exceção de vovó, mas eu estive tão ocupada que acho que só percebi agora — eu disse culpadamente. — Você não sente falta da sua mãe e pai. Ela não disse como se fosse uma pergunta, mas eu senti a necessidade de responder. — Não. Bem, eu não tenho um pai de verdade. Ele nos deixou quando éramos pequenas. Minha mãe casou novamente três anos atrás e, bem... — Você pode me dizer. Te dou minha palavra que vou entender — Neferet disse. — Eu odeio ele! — Eu disse com mais raiva do que esperei sentir. — Desde que ele se juntou a nossa família — eu disse a palavra de forma sarcástica — nada está certo. Minha mãe mudou totalmente. É como se ela não pudesse mais ser a mulher dele e minha mãe. Não tem sido meu lar há muito tempo. — Minha mãe morreu quando eu tinha dez anos. Meu pai não casou de novo. Ao invés disso, ele começou a me usar como sua esposa. Desde que eu tinha dez anos até Nyx me salvar me Marcando quando eu tinha quinze anos, ele abusou de mim. — Neferet pausou e então o choque do que ela estava dizendo passou por mim antes dela continuar. — Então você vê, quando digo que entendo o que é ver sua casa se transformar num lugar insuportável eu não estou apenas falando superficialmente. — Isso é horrível. — Eu não sabia o que mais dizer. — Era naquela época. Agora é simplesmente outra memória. Zoey, humanos do nosso passado, e mesmo do presente e futuro, vão se tornar cada vez menos importantes para você até que, eventualmente, você não vai sentir quase nada por eles. Você vai entender isso mais enquanto sua Mudança continua. Tinha uma frieza na voz dela que me fez sentir estranha, e eu me ouvi dizendo: — eu não quero parar de me importar com minha avó. — É claro que você não quer. —Ela disse voltando a ser quente e se importando. — São apenas 9 horas, porque você não liga para ela? Você pode se atrasar para a aula de teatro; eu vou avisar a professora Nolan que você foi liberada. — Obrigada, eu gostaria disso. Mas não era isso que eu queria falar com você. — Eu respirei fundo. — Eu bebi sangue ontem à noite. Neferet acenou. — Sim, as Filhas das Trevas frequentemente misturam o sangue de um calouro com o vinho. É algo que os jovens gostam de fazer. Isso te chateou Zoey? — Bem, eu não soube até depois. Então sim, me chateou. Neferet franziu a testa. — Não foi ético de Aphrodite não te contar antes. Você deveria ter tido a chance de rejeitar. Eu vou falar com ela. — Não! — eu disse um pouco rápido demais, e então me forcei a ficar calma. — Não, não tem necessidade. Eu cuidei disso. Eu também decidi me juntar as Filhas das Trevas, então não quero começar parecendo que eu quis colocar Aphrodite em problemas. — Você provavelmente tem razão. Aphrodite pode ser bem temperamental, e eu confio que você possa cuidar de si mesma Zoey. Nós gostamos de encorajar os calouros a resolver os problemas que tem entre si sempre que possível. — Ela me estudou, preocupação era óbvia no rosto dela. — É normal para a primeira vez que você prova sangue ser menos que apetitoso. Você saberia disso se estivesse conosco há mais tempo. — Não é isso. Era - era muito gostoso. Erik me disse que a minha reação foi bem pouco comum. As perfeitas sobrancelhas de Neferet se ergueram. — É de fato. Você também se sentiu tonta e muito feliz? — Os dois — eu disse suavemente. Neferet olhou para a minha Marca. — Você é única Zoey Redbird. Bem, eu acho que seria melhor te tirar dessa sessão de sociologia, e te mover para Sociologia 415. — Eu preferia que você não fizesse isso — eu disse rapidamente. — Eu já me sinto uma aberração o suficiente com todos olhando para a minha Marca e observando para ver se eu faço algo estranho. Se você me mudar de aula com garotos que estão aqui há três anos, eles vão me achar bizarra. Neferet hesitou, coçando a cabeça de Nala enquanto ela considerava. — Eu entendo o que você quer dizer Zoey. Eu não sou uma adolescente a mais de cem anos, mas vampiros têm longas e precisas memórias, e eu lembro como é passar pela Mudança. — Ela suspirou. — Ok, que tal um compromisso? Eu permito que você fique na turma dos terceiranistas, mas quero te dar os textos que usamos nas aulas mais avançadas, e se você concordar em ler um capítulo por semana, e prometer que vai discutir qualquer pergunta que tiver comigo. — Feito — eu disse. — Você sabe Zoey, enquanto você Muda você literalmente está se tornando um ser inteiramente novo. Um vampiro não é humano, embora tenhamos sido humanos. Pode soar censurável para você agora, mas seu desejo por sangue é tão normal para sua nova vida quanto o seu desejo por — ela parou e então sorriu — Coca-Cola foi na sua vida antiga. — Droga! Você sabe tudo? — Nyx me deu dons generosamente. Além da minha afinidade com nossos adoráveis felinos e habilidade de cura, eu também sou intuitiva. — Você pode ler minha mente? — eu perguntei nervosa. — Não exatamente. Mas eu pego partes das coisas. Por exemplo, eu sei que tem outra coisa que você precisa me contar sobre ontem à noite. Eu respirei fundo. — Eu fiquei chateada depois que descobri sobre o sangue, e sai da sala de recreação. Foi como encontrei Nala. Ela estava na árvore que fica perto do muro da escola. Eu pensei que ela estava presa ali, então eu subi para pegar ela, e, bem, enquanto eu estava falando com ela dois garotos da minha antiga escola me encontraram. — O que aconteceu? — A mão de Neferet parou, ela não estava mais acariciando Nala, e eu tinha toda a atenção dela. — Não foi bom. Eles - eles estavam bêbados, altos. — Ok, eu não queria falar isso! — Eles tentaram machucar você? — Não, nada disso. Foi minha ex-melhor amiga e meu quase ex-namorado. Neferet levantou uma sobrancelha de novo. — Bem, eu parei de sair com ele, mas ainda temos uma coisa um pelo outro. Ela acenou como se tivesse entendido. — Continue. — Kayla e eu meio que brigamos. Ela me vê de forma diferente agora e eu acho que eu também vejo ela de forma diferente. Nenhuma de nós gosta da nossa visão. — Enquanto disse percebi que era verdade. Não era como se K tivesse mudado - na verdade, ela era exatamente a mesma. Era só que as pequenas coisas que eu ignorava, como a falação sem parar e seu lado maldoso, estavam agora me irritando pra falar. — De qualquer forma, ela saiu e me deixou sozinha com Heath. — Eu parei ali, sem ter certeza de como dizer o resto. Os olhos de Neferet se estreitaram. — Você experimentou uma ânsia pelo sangue dele. — Sim — eu sussurrei. — Você bebeu o sangue dele Zoey? — A voz dela era afiada. — Eu só provei uma gota. Eu aranhei ele. Eu não queria, mas quando ouvi o pulso dele batendo - aquilo me fez arranhar ele. — Então você não realmente bebeu do ferimento? — Eu comecei, mas Kayla voltou e nos interrompeu. Ela estava totalmente apavorada, e foi como eu consegui fazer Heath ir embora. — Ele não queria? Eu balancei a cabeça. — Não. Ele não queria. — Eu senti como se fosse chorar de novo. — Neferet, eu sinto muito! Eu não queria. Eu nem sabia o que eu estava fazendo até que Kayla gritou. — É claro que você não percebeu o que estava acontecendo. Como uma recém Marcada caloura poderia saber sobre ânsia de sangue? — Ela tocou meu braço em um jeito de mãe para dar segurança. — Você provavelmente não teve um Imprint com ele — Imprint? — É o que frequentemente acontece quando um vampiro bebe de um humano diretamente, especialmente se há uma ligação que já estava estabelecida antes de se beber o sangue. É por isso que é proibido para calouros beberem o sangue de humanos. Na verdade, é extremamente desencorajado que vampiros adultos se alimentem de humanos também. Tem uma parte toda de vampiros que acham moralmente erradas e gostariam de tornar ilegal — ela disse. Eu vi os olhos dela escurecerem enquanto ela falava. A expressão neles de repente me deixou nervosa e me fez sentir um calafrio. Então Neferet piscou e os olhos dela voltaram ao normal. Ou eu só tinha imaginado a estranha escuridão? — Mas essa é uma discussão que deve ser deixada para a aula de sociologia dos sextanistas. — O que eu faço sobre Heath? — Nada. Me avise se ele tentar de novo. Se ele ligar para você, não atenda. Se ele começou o Imprint mesmo o som da sua voz irá afetar ele e funcionar como uma sedução para trazer ele até você. — Parece como algo vindo de Drácula — eu murmurei. — Não é nada parecido com aquele miserável livro! — Ela surtou. — Stoker difamou os vampiros, o que causou à nossa gente vários problemas com humanos. — Eu sinto muito, eu não queria... Ela balançou a mão me dispensando. — Não, eu não deveria ter descontado minha frustração sobre aquele velho e tolo livro em você. E não se preocupe com seu amigo Heath. Eu tenho certeza que ele ficará bem. Você disse que ele estava fumando e bebendo? Eu assumo que você quis dizer maconha? Eu acenei. — Mas eu não fumo — eu adicionei. — Na verdade, ele também não costumava e nem Kayla. Eu não entendo o que aconteceu com eles. Eu acho que eles estão andando com alguns jogadores de futebol drogados do Union, e nenhum deles tem senso o bastante para dizer não a eles. — Bem, a reação dele a você pode ter tido mais a ver com o nível de intoxicação que um possível Imprint. — Ela pausou, tirando um bloco de notas da gaveta da mesa, e me deu um lápis. — Mas só para prevenir, porque você não escreve o nome completo dos seus amigos e onde eles vivem. Oh, e adicione o nome dos jogadores de futebol do Union também, se você os conhece. — Porque você precisa de todos esses nomes? — Eu senti meu coração cair nos meus pés. — Você não vai ligar para os pais deles, vai? Neferet riu. — Claro que não. O mau comportamento dos humanos adolescentes não é da minha conta. Só pedi para concentrar meus pensamentos no grupo e talvez captar algum vestígio de um possível Imprint entre eles. — O que acontece se você captar? O que acontece com Heath? — Ele é jovem e o Imprint será fraco, então tempo e distância deve fazer desaparecer eventualmente. Se realmente houve um Imprint total, tem jeito de quebrar. — Eu estava prestes a dizer que talvez ela devesse ir em frente e fazer o que pudesse para quebrar o Imprint quando ela continuou. — Nenhum dos jeitos é agradável. — Oh, ok. Eu escrevi os nomes e endereços de Kayla e Heath. Eu não fazia ideia de onde viviam os jogadores do Union, mas eu lembrei o nome deles. Neferet levantou e foi para o fundo da sala pegar um grosso livro cujo título era Sociologia 415. — Comece com o capítulo um e continue até o fim. Até você ter terminado, vamos considerar esse seu dever de casa ao invés daquele passado para o restante da turma. Eu peguei o livro. Era pesado e a capa parecia fria no meu quente e nervoso aperto. — Se você tiver dúvidas, qualquer uma, venha me ver imediatamente. Se eu não estiver aqui vá a meu apartamento no templo de Nyx. Entre na porta da frente e siga as escadas na direita. Eu sou a única sacerdotisa da escola agora, então o segundo andar todo me pertence. E não se preocupe em me perturbar. Você é minha caloura - é seu trabalho me perturbar — ela disse com um quente sorriso. — Obrigado, Neferet. — Tente não se preocupar. Nyx tocou você e uma deusa cuida dos seus. — Ela me abraçou. — Agora, vou contar a professora Nolan o que aconteceu com você. Vá em frente e use o telefone da minha mesa para ligar para sua avó. — Ela me abraçou de novo e então fechou a porta da sala de aula gentilmente atrás de dela e saiu. Eu sentei na mesa dela e pensei sobre o quão incrível ela era, e o tempo que fazia desde que minha mãe me abraçava daquele jeito. E por alguma razão, eu comecei a chorar.

Marcada (HON) Vol. 1Where stories live. Discover now