— Quanto tempo demora pra isso funcionar? — Perguntei a minha amiga Brenda enquanto olhava o teste de gravidez na minha mão.
— Aqui diz que é cinco minutos. — Ela respondeu olhando a caixa e depois olhando pra mim. — Não esquece duas listras é positivo...
— E uma listra é negativo. — Interrompi ela e revirei os olhos. — Eu sei, tu já me disse isso umas cinco vezes.
— Só pra confirmar. — Deu de ombros. Ví ela arregalar os olhos e dar um grande sorriso. — Olha, apareceu uma listra só.
— Graças a Deus. — Olhei para o teste confirmando ter só uma linha. Larguei ele encima da cama e me joguei de costas na mesma. — Pelo menos não vou ter que me preocupar em ter uma criança chorando no meu ouvido daqui a algum tempo.
— Desculpa estragar a sua felicidade, amiga, mas eu acho que você vai ter que se preocupar sim. — Brenda pegou o teste e jogou encima de mim fazendo eu ver as duas linhas alí.
— Aí. Meu. Deus. — Joguei o teste no chão e escondi meu rosto com as mãos. — Isso não pode estar acontecendo.
— Não poderia mas está. — Brenda colocou a mão na minha coxa e fez carinho nela. — Como você vai contar isso pros seus pais?
— Contar o que? — Minha mãe abriu a porta do quarto olhando para um certo ponto no tapete. Olhei para o mesmo lugar que ela e ví o teste de gravidez jogado alí. — O que é isso, Flávia?
— Mãe... — Não consegui falar nada. Minha garganta deu um nó horrível, olhei para Brenda que segurou minha mão. Me sentei na cama e observei minha mãe caminhar até o teste e pegar ele do chão.
— ME DIZ O QUE A PORRA DE UM TESTE DE GRAVIDEZ ESTÁ FAZENDO NO TAPETE DO SEU QUARTO, FLÁVIA? — Minha mãe gritou fazendo eu ficar assustada e recuar um pouco na cama.
— Eu posso explicar. — Disse a minha mãe mas na verdade não, eu não podia explicar. Eu não sabia nem por onde começar.
— O que está acontecendo aqui? — Meu pai entrou no quarto seguido por meu irmão que ficou parado na porta. Meu pai olhou para a mão da minha mãe e viu o teste. — O que esse teste de gravidez ta fazendo aqui?
— É o que eu estava perguntando pra sua filha. — Todos no quarto agora me encaravam. Respirei fundo e então comecei a falar.
— Bom, vocês lembram que a uns cinco meses atrás eu e Brenda fizemos uma festa do pijama na casa dela e eu dormi lá? — Meu pai assentiu e eu tomei coragem pra continuar. — Nós não fizemos festa do pijama nenhuma. Fomos ao baile que rola todo sábado aqui no morro. Bebemos um pouco e logo tinha um garoto dançando atrás de mim. O Digão, o dono do morro. Bem, eu estava um pouco bêbada e ele também então nós acabamos indo pra cama e eu me tornei amante dele. Fui amante dele durante todos esses cinco meses, todas as vezes que eu dizia ir dormir na casa da Brenda era mentira, eu ia pra casa dele. Faz umas semanas que eu comecei a passar mal e agora eu fiz o teste e aí está a reposta. — Olhei para baixo e respirei fundo tentando conter as lágrimas. — Eu to grávida.
Olhei novamente para eles que não falaram nada. Meu irmão, Lucas -que por acaso também trabalha na boca- estava apoiado no batente da porta mas não esboçava nenhuma reação. Meu maior medo era a reação dele, Lucas é muito explosivo e as vezes chega dar até medo. Meu pai se sentou na cadeira da minha penteadeira e continuou me olhando. Minha mãe se aproximou de mim cautelosamente e então parou na minha frente, deu um sorriso de lado e por um momento eu achei que estava tudo bem mas minha opinião mudou assim que sentir um lado do meu rosto arder.
— Sua piranha. — Minha mãe segurou no meu cabelo e me pos de pé na sua frente. Tentei tirar sua mão de meu cabelo mas cada vez que fazia isso ela apertava cada vez mais.
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Amor Bandido
Ficción GeneralFlávia Mendes nunca foi uma garota muito certinha mas com certeza ser amante do dono do morro com apenas 14 anos não estava nos seus planos e como se isso não fosse suficiente, a garota ainda está grávida. Após contar aos seus pais, a menina é posta...