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Abri meus olhos, sem lembrar por que já estava sorrindo. Pisquei algumas vezes, tentando colocar minha visão em foco, e suspirei preguiçosamente. Um perfume bom encheu meus pulmões, me fazendo alargar o sorriso. Minha mão estava ao lado do meu rosto, espalmada sobre o peito dele, que subia e descia calmamente de acordo com sua respiração. Seu cheiro estava por toda parte, me entorpecendo, e seu braço envolvia meus ombros, me impedindo de me mexer. 
 

Olhei pra cima e vi que Matheus ainda dormia como um bebê, mesmo após umas duas horas de sono. Sorrindo feito uma retardada, apenas fiquei observando-o dormir, fazendo carinho devagar em seu peito e me lembrando de tudo que tínhamos feito antes de apagarmos. 

 – Você pretendia ficar me olhando por quanto tempo? – ouvi a voz dele dizer baixinho, me fazendo corar de leve. Matheus abriu os olhos e me encarou, com um sorriso desconfiado no rosto. 

 – Não sei, talvez até você acordar e me fazer essa pergunta – respondi, fazendo seu sorriso aumentar. Sem dizer nada, Matheus me beijou delicadamente, e virou de lado, nos deixando de frente um pro outro na cama. 

 – Pra sua informação, eu já tava acordado – ele murmurou, deslizando sua mão pela minha cintura devagar – Você é que ficou dormindo feito pedra em cima de mim até agora pouco. 

 – Me desculpe se a instituição de ensino onde o senhor trabalha e eu estudo me faz acordar às 6 da manhã todo santo dia – falei, fingindo estar ofendida, e fazendo-o rir. 

 – Nossa, mas que menina mais brava que eu fui arranjar – ele disse, me puxando pra mais perto dele. 

 – Sou mesmo – confirmei, fazendo cara de irritada e me apoiando num cotovelo – Se não gostou, eu vou embora agora mesmo e não te incomodo mais. 

 – Olha só, além de brava é independente! – Matheus riu, me segurando com mais firmeza pelo quadril como se quisesse me prender ali – Quero ver você continuar com essa coragem toda pra levantar daqui. 

 Quando fui abrir minha boca pra retrucar, ele me calou com um beijo intenso e sua mão subiu do meu quadril pro meu rosto, enquanto a outra me abraçou pela cintura. Obviamente tudo que eu pensei em dizer sumiu da minha memória assim que nossas línguas começaram a brincar uma com a outra, num misto de provocação e tranqüilidade. Pude sentir Matheus sorrir durante o beijo, vitorioso por ter conseguido me calar, e não consegui não sorrir junto. 

 – Ainda tá bravinha? – ele murmurou, ainda sorridente, quando partiu o beijo. 

 – Idiota – resmunguei, fechando os olhos em sinal de derrota e vergonha. Matheus riu baixinho e me deu um selinho demorado, deitando sua cabeça bem próxima da minha e fazendo com que as pontas de nossos narizes se tocassem. 

 – Você fica linda demais com vergonha, sabia? – ele disse, me abraçando pela cintura suavemente – Mais do que já é. 

 – Você não se enxerga mesmo, né? – falei baixinho, com um sorriso derretido enquanto acariciava seu rosto, desenhando seus traços e fazendo-o fechar os olhos algumas vezes – Não existe nada em você que não me agrade, nada que te estrague. Você é simplesmente perfeito, não tem nem o que dizer. Esse rostinho de nenê, esse sorriso lindo, seu corpo, seu jeito... Tudo. 

Matheus, que estava de olhos fechados quando comecei a falar, abriu-os e me olhou firmemente, ouvindo com atenção tudo que eu dizia e alargando seu sorriso a cada palavra. 

 – Incrível como uma garota de 17 anos pode dizer coisas que uma mulher de 30 não teria sensibilidade nem pra sonhar em dizer – ele sorriu com os olhos brilhando, fazendo carinho em minha bochecha com o polegar – E que só te deixam mais linda aos meus olhos. 

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