Do Are You Happy?

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Pov Lauren

Quando estávamos entrando do carro, senti o empurrar da Dinah, o que me fez entrar primeiro e sentar ao lado de Camila. No impulso, ainda acabei por esbarrar o meu braço no de Camila e o resultado disso foi o desconcerto dela e a minha falta de palavras. É assim que fico quando estou na presença dela, uma pessoa completamente sem palavras, principalmente quando ela fica sem jeito perto de mim.

A vida é mesmo uma incrível reviravolta, um dia você ama alguém, conhece cada pedaço dela, seus desejos e sonhos mais íntimos, e no outro dia, vocês não passam de completas desconhecidas que dividem o banco do carro. De fato Camila está diferente; mudou o perfume, sua voz está mais trabalhada, seu ar está mais sério, seu olhar mais observador e o pior de tudo é o silêncio dela. Ela sempre foi do tipo que fala e fala, sem pontos e por vezes sem vírgulas, ao ponto de ficar sem ar até completar última frase. Pelos vistos, ela mudou. Que tola eu sou querendo comparar a Camz com a Camila Cabello.

– Hey Lauren... – Ela responde, sorrindo sem mostrar os dentes.

Sorri de volta para ela e mais uma vez as palavras fugiram de mim, restando apenas nossos olhares conectados, independente de toda algazarra das meninas. Camila acabara por abaixar a sua cabeça e olhar pelo vidro do carro, desconetando-nos. Descontrai-me entrando na brincadeira da Dinah que está pedindo que a Ally imite algumas vozes, realmente é engraçado. Não demorou muito até chegarmos no hotel, centro de São Paulo, aonde a entrada está lotada de fãs saltitantes; não é atoa o apelido que as dei. Acabo por rir sozinha, notando a agressividade delas, porém a Normani logo solta um "Bem-vindas ao Brasil".

Camila concertou sua postura no banco, acenando para eles enquanto o carro entra no térreo do estacionamento, de aonde ainda conseguimos ouvir os gritos dos fãs. Ela esperou pelo carro aonde está seu pai e Ashlee, enquanto eu e as meninas fomos levadas para os nossos quartos, aonde descansaremos até as sete da noite.

Pov Camila

Meu pai chegou com seu carro, justificando sua demora por ter tido que ligar para os agentes e pedi-los para cuidar da nossa estádia nesse hotel. Peguei a minha mochila no banco de trás e juntas subimos para a recepção. A recepcionista deve ter por ai uns vinte anos, mas isso não mudou o ataque de alegria que ela teve ao me ver. Lembro quando eu era fã de 1D e reagia assim, sabe, por vezes quando recebo esse carinho, me ponho no lugar de cada um deles, pois antes de ser ídola eu já fui fã – e ainda sou de muitos artistas – e assim que ela me pediu uma foto, eu sorri para a câmera mesmo muito cansada.

Subi para o meu quarto, separada de Ashleee meu pai, pedi isso porque sinceramente preciso de um tempo para o meu estado mental e físico. Abri as cortinas e deparei-me com a paisagem que trás uma certa energia positiva para dentro de mim; Brasil é mesmo lindo. Virei-me e vi um violão no suporte, coisa do meu pai de certeza, ele sabe como amo tocar quando evito barulhos que não sejam das seis cordas que o violão carrega.

Olhei para todo o quarto, tirando a minha camisa e pondo apenas uma regata azul-claro para refrescar. Coloquei minha mão por baixo da poltrona e a puxei até a enorme janela, deixando-a mesmo de frente para a paisagem. Fui até o violão descalçando meus sapatos, sentindo em seguida o geladinho do piso na sola dos meus pés. Acabo por fazer um coque frouxo antes de me sentar na poltrona, até que começo a dedilhar as cordas revezando as notas; dó, ré e mi. Uma música especial veio em meus pensamentos, Jhonzinho foi bem cruel comigo quando lançou essa música naquela época.

Can you just stay through the night?

Turn down the bed and the blinds

Before your turn around

I Have Questions (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora