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-Já percebi que sim. – Ele diz após eu revirar os olhos à sua pergunta.

- Eu vou indo. Obrigada pelo médico. – Disse enquanto me levantava e caminhava em direção à porta.

- Não vais querer comer algo antes?- Aceno negativamente.

- Okay, mas não achas que precisas das chaves? – Ele roubou as minhas chaves?

- Tu roubas-te as minhas chaves?

- Roubar eu não diria, simplesmente as guardei no bolso.

- Então dá-mas.

- Só depois de jantares connosco. – Ah não, joguinhos comigo não. Eu já disse que não gosto dele?

- Dá-me as chaves. – Vou em sua direção irritada mas ele afasta-se.

- Chega de brincadeiras, eu quero as minhas chaves.

- Só depois do jantar. – Tentei mais uma vez alcança-lo e não consegui. Agora é que fica mais violento. Vou para lhe aplicar um golpe mas ele prende as minhas mãos com as suas junto ao seu peito e encara-me.

- Primeiro o jantar. – Ele diz. Bufo alto. Mais uma vez estou a ceder a Bieber.

Saímos do escritório em direção ao que eu penso que seja a sala de jantar. Lá se encontram várias pessoas. Reconheço a cara deles de imediato. Eles salvaram Bieber hoje e todos são criminosos. Cria-se uma certa tensão visto que já coloquei muitos deles na prisão, mas infelizmente nunca durava muito tempo pois os amigos vinham sempre busca-los.

Ryan Butler – 23 anos, o inteligente brincalhão.

Christian Beadles – 21 anos, o craque da informática.

Chaz Somers – 22 anos, o perito em combate físico

Lil Za – 23 anos, o que arranja todo o tipo de armas e drogas. O Homem que todo o polícia corrupto adora ter como amigo.

- A bela adormecida acordou. – Disse Ryan. Dou um pequeno sorriso. Confesso que ele é bem giro.

- Podes-te sentar. – Falou Bieber.

- Agora nós jantamos com polícias à mesa? – Za falou. A nossa relação nunca foi muito bonita. Na primeira vez que o prendi foi como infiltrada e acabamos por ter, de facto, uma relação falsa, lógico. Só que ele não sabia disso, então o final não foi o melhor. De acordo com o Tyler, Za nunca deixou de gostar de mim. Claro, por isso é que ele sempre me deixava cartas a dizer que um dia me mataria. Sentei-me porque a fome já era tal que nem para estar de pé eu conseguia.

- Assim fica mais fácil para ti Za. – Pisquei-lhe o olho.

- E que tal tratarmos disso agora? – Ele levanta-se e aponta a sua arma para mim. Eu apenas começo a comer tranquilamente. Sei que ele nunca faria nada pois durante todo este tempo ele não o fez. Olho para ele e lanço um pequeno sorriso.

- Que se passa aqui? Za baixa isso. – Justin falou com uma leve irritabilidade a aparecer. Za apenas obedeceu e sentou-se no seu lugar, que por acaso era mesmo na minha frente.

- Nada de mais. – Eu e Za dizemos ao mesmo tempo. Olhamos um para o outro logo de seguida. Os outros na mesa começam a falar de coisas random e eu só penso em acabar de comer para ir embora. Estar com criminosos já me está a afetar.

Assim que termino o meu prato. Levanto-me.

- Agora já me podes dar as chaves. – Justin encarou-me com um pequeno sorriso de lado.

- Ainda falta a sobremesa. E aqui nunca ninguém sai da mesa antes de todos terminarem a sua refeição. – Ele disse a última frase de forma grosseira. Sentei-me de novo.

- Parece que o Bieber já está a domar a fera. – Falou Christian.

- Está calad...- sou interrompida por Bieber.

- Come e cala-te Chris.- E assim ele fez.

Já todos tinham terminado de jantar, só faltava o Justin que obviamente estava a fazer de tudo para me provocar. Não dá para comer mais rápido?

- Será que é preciso dar-te a comida à boca como com os bebés? – Perguntei irritada. Ele apenas sorri. Idiota.

- Hoje vamos ao club 8? – Perguntou Ryan. Justin apenas assentiu e comeu o último pedaço do seu bolo. Assim que o finalizou, olhou para mim como se esperasse algo.

- Então já posso ter as minhas chaves ou vou ter de esperar que comas o resto da comida que tens cá em casa? – Ele encara-me com um olhar brincalhão.

- Claro. Vem comigo. – Ele levanta-se e dirige-se para a sala. Pega numa garrafa de whisky, enche um copo e senta-se confortavelmente no sofá e mais uma vez encara-me como se esperasse algo.

- Eu quero as minhas chaves. Chega de joguinhos e dá-me as chaves. – Tiro o copo com a bebida da sua mão e coloco na mesa de centro. Ele continua apenas a observar os meus movimentos. Mas que raio? Minutos em silêncio se passaram e finalmente ele fala:

- Lembras-te de ter falado que coloquei as chaves no bolso? – Assenti com a cabeça.

- Pois eu não disse qual bolso.

- O quê? Chega de joguinhos! É nestas alturas que eu adoraria ter uma arma.- Falei andando de um lado para o outro irritada.

- Recomendo que verifiques os teus bolsos. – Ele riu bem alto. Começo a passar a mão nas áreas dos bolsos e apercebi-me que as chaves do meu carro tiveram o tempo todo no bolso da porra do meu casaco. Olhei para ele com a pior cara de sempre e tudo o que ele fez foi pegar a sua bebida e rir ainda mais. Acabei por me perder também devido à minha idiotice e juntei-me à sua risada. Sou a pessoa mais idiota deste mundo. Alguém me mata por favor.

- Este dia está a ser qualquer coisa de extraordinário. – Sento-me ao seu lado no sofá. Mais uma vez ele fica a encarar-me.

CorruptionWhere stories live. Discover now