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- Quero que me ajudes a matá-los. – Ele encara-me confuso.

- Porquê?

- Porque eles destruíram o que era a agência que pertencia à minha vida. Porque eles tornaram os meus colegas de trabalho num bando de corruptos. – Falei com confiança.

- Não é apenas isso. – O quê?

- Eu não sou burro nenhum e sei exatamente o porquê de queres que este acordo aconteça. – Olho-o mais confusa do que alguma vez tive na vida.

- Assim que disseste que o teu nome era Madison eu fiz questão de procurar tudo sobre ti. – Eu tinha mesmo que ser idiota.

- Eu sei que eles mataram a tua família. E sei também que esta tua ação está a ser a mais difícil que alguma vez fizeste. Não é senhora que não gosta de criminosos? – E pronto ele sabia de tudo. É verdade. A minha família morreu nas mãos do gangue ao qual nunca descobri o nome exato, apenas sei o nome dos seus elementos mas nenhum deles tem fotografia. Provavelmente alguns desses nomes já foram mortos no ataque que fizeram ao edifício mas não tenho como confirmar isso.

- O que te faz pensar que eu alinharia nesse acordo? – Ele pergunta.

- Talvez pelo facto de termos o mesmo objetivo. – Ele fica a encarar-me por longos minutos até que fala:

- Eu aceito. Mas com uma condição. Terás que viver com a minha equipa. Trabalhar com ela, treinar com ela. Realizar assaltos, cometer crimes. Viver sob as minhas ordens. Vais dar-nos todos os teus dados, todas as informações que tens. Vais ser nossa aliada. Vais-te integrar em toda esta equipa. Vais matar sem questionar o porquê. E antes que digas algo, sim tu vais ser aquilo que odeias. Mas se queres cumprir o teu objetivo terá que ser assim. – Era muito para processar. Eu vou-me tornar os monstros que eu sempre tentei prender. Será que há outra opção? Sento-me, pensativa. E fico assim por uns breve 5 minutos.

- Assim que o meu objetivo for cumprido eu posso abandonar a equipa? – Perguntei.

- Não. Quando o nosso objetivo for cumprido já nada restará em ti e não terás opção sem ser continuar.

Fudeu. Vou ter de procurar pela coragem que durante muitos anos tive. Vou ter de enfrentar a realidade em que me estou a meter. Vou-me tornar uma criminosa.

- Okay eu aceito. – Disse ainda um pouco receosa.

- Mas só virei viver para cá quando conseguir vender a minha casa. – Ele assentiu, levantando-se e caminhando na minha direção. Levanto-me também e ficamos frente a frente, ele estende-me a mão e afirmamos o acordo. Entrego-lhe todas as pastas e digo-lhe toda a informação que ele foi pedindo sobre mim. Ficamos assim durante horas, só no final da tarde é que saí daquele escritório e a equipa do Bieber estava sentada na sala. Encararam-nos com os olhares mais perversos que eu já vi eles darem. Lil Za encarava-me com o pior olhar de todos eles.

- Então a festa foi boa? Não se ouvia nada. – Disse Ryan, o palhaço do grupo.

- E bom trabalho com o Mike, o segurança do portão. – Agora tive de sorrir.

- A Madison agora vai pertencer à equipa. Só estou a avisar para depois não virem falar que nunca vos digo nada. Christian manda preparar um quarto para ela, ela virá para cá assim que vender a casa dela. – O Christian assentiu e saiu da sala, os restantes apenas olharam surpreendidos.

- Eu vou indo. – Falei voando para fora daquela mansão. Entro no meu carro e vejo que ainda tenho a arma do segurança. Ups. Dirijo até à entrada, parando na mesma. Saio do carro e o segurança olha-me com um certo medo.

- Tenho algo que lhe pertence. E peço desculpa por à pouco. – Entrego-lhe a arma e sorrio fraco.

Finalmente vou embora.

Era o que eu achava. Ao sair da casa do Justin reparei que dois carros me estavam a seguir, ou seja, não podia ir para casa. Não podia mostrar o meu espaço seguro para quem quer que seja que não sai da minha cola. Parto em direção a uma área deserta onde eu já prendi vários criminosos nas suas transações quer de mulheres, quer de drogas ou até mesmo de simples transferências de milhões de dólares ao ar livre. Conheço este local perfeitamente. Tento ir o mais rápido possível a fim de conseguir encontrar um local para me proteger e de, ao mesmo tempo, os conseguir direcionar até mim.

Assim que paro o carro os outros chegam e colocam os seus carros na frente e na traseira do meu, obrigando a que qualquer tentativa de fuga seja pelas laterais, o que dificulta tudo pois o terreno não é o melhor. Dos dois carros saíram ao todo 10 homens aparentemente armados. Discretamente procuro por algo no meu carro que me possa ajudar caso tenha que os enfrentar corpo a corpo. É nestas alturas que eu queria ter uma arma. Um dos homens utiliza óculos escuros e acaba por os retirar e dirigir o seu olhar a mim. O olhar dele demonstrava animação com toda a situação.

- A senhorita Madison não pretende sair desse carro hoje? – Ele fala alto chamando a mim atenção. Saí do carro com toda a calma do mundo. Sentei-me no capô do carro e encarei todos eles.

- Qual o motivo de toda essa perseguição? E apenas 10 homens? Aposto que sabe que esse número eu mato fácil. - Talvez eu queira morrer hoje.

- Não estamos aqui para matar ninguém. Apenas para conversar. Uma conversa de amigos.

- Eu normalmente conheço todos os meus amigos.

- Como o Bieber? – Assim que ouço o seu nome, encaro o homem à minha frente com o olhar cerrado. Mas depois descontraído.

- Talvez. Posso saber o assunto desta reunião de amigos. – Digo reunião fazendo aspas com as mãos.

- Qual a tua relação com ele senhora inspetora? – Ele fez-me levantar do capô. Eu não sou mais inspetora. Agora estou irritada.

- Por acaso o senhor precisa de saber o meu tipo de relação com ele?

- Por alguma razão perguntei.

- Então o que quer saber ao certo? Se é grande ou pequena? Se me satisfaz? – Digo com um sorriso. Este meu jeito de passar vergonha nunca falha. Reparo que o Homem meio que ficou envergonhado pela questão. Mas logo se recompôs.

CorruptionWhere stories live. Discover now