Corruption

8

- Trabalho como segurança. – Digo alto. E ele solta uma gargalhada. Já me está a irritar. Tento entrar mas ele impede-me. Ele não devia ter feito isso. Tento entrar à força e sucedi. Passei pelo balcão do estabelecimento como um avião, voei para o andar superior que é o local onde supostamente deve estar o escritório, com o segurança sempre atrás de mim. Abro a primeira porta que vejo e só depois reparo na quantidade de pessoas na sala. Ups. Dou um pequeno sorriso de lado e caminho para próximo das pessoas. Só agora reparei que na cadeira principal se encontrava o homem que me perseguiu ontem e na sua frente Justin Bieber e a sua equipa. Olho confusa para todos eles. E o segurança entrou, interrompendo o meu raciocínio.

- Chefe, peço desculpa. Não a consegui impedir. – Falou ele super nervoso agarrando-me no braço que logo o solta devido à força que exerci.

- Tudo bem. Deixa-a e sai. – Ordenou o "chefe".

- Que prazer ter a senhorita aqui. Estava prestes a perguntar ao Bieber como é comer uma gostosa dessas. – Eita, fudeu. Tento disfarçar o olhar que o Justin me lançou. O "chefe" continuou:

- Muito bem Bieber. Ela provavelmente já te contou do nosso pequeno encontro de ontem, disseste-lhe o que pedi? – Reviro os olhos.

- O quê? – Justin perguntou já com um pequeno nível de raiva. E olhou para mim, para variar.

- Ele pediu para que tivesses cuidado com ex-inspetoras. – Reviro os olhos de novo. Justin solta uma gargalhada e encara o homem na sua frente.

- Eu acho que me sei cuidar Logan. – Ri de novo.

- O aviso está dado. Continua conforme o acordo e nada acontecerá a este barzinho de merda. – O Justin falou em sentido de ameaça e saindo da sala levando-me a arrasto pelo braço.

- Já dava para me largares! – Olhei furiosa para ele.

- O que é que estavas aqui a fazer? – Ele tenta conter toda a sua raiva no seu jeito de falar, contudo ainda me prende pelo braço com bastante força arrastando-me em direção a um carro.

- Primeiro larga-me. – Digo de um jeito ameaçador.

- Estava à procura de emprego. – Ele olha-me de cima a baixo e quando reparei que ele ia dizer algo interrompi.

- Como segurança idiota. Porque é que toda a gente pensa outra coisa nada a ver? – Justin ri na minha cara. Reviro os olhos.

- Eu nunca te deixaria trabalhar com ele. Se é dinheiro que precisas não te preocupes que terás muito trabalho pela frente na team Bieber. – Ele nem me deixou falar e logo continuou.

- E que raio de história é essa de eu te andar a "comer"? – Dá o sorriso mais sacana e encara-me. Não me consegui conter e ri também.

- Foi a melhor desculpa que achei para o fazer ir embora ontem. – Reparo que Bieber não percebeu nada do que falei.

- Então ontem fui perseguida por ele e o seu bando de idiotas. E ele perguntou-me qual era a minha relação contigo então eu inventei uma desculpa e talvez, só talvez ele tenha ficado a achar que nós tínhamos algo. – Dou um sorriso fraco e desvio o olhar tentando me afastar só para não ouvir o Justin a discutir comigo. O que não aconteceu. Em vez de gritar comigo ele riu e fez um pequeno truque comigo em forma de cumprimento e ao mesmo tempo de "estives-te bem". Olho-o com receio e solto um pequeno sorriso. Ficamos em silêncio e a encarar um ao outro por breve minutos e apercebi-me que tinha de verdade alguém a seguir-nos. Reparo num homem que assim que me viu a encara-lo desviou o seu olhar, ele estava esta manhã na minha rua e na loja em que parei minutos antes de vir para aqui.

- Justin, não olhes agora mas tem um homem naquela esplanada atrás de ti que me está a perseguir desde hoje de manhã. – Digo sorrindo largo e tocando-lhe no ombro passando as mãos pelos seus braços. Bieber apenas observa as minhas mãos e no fim olha para mim de um jeito estranho. Ele puxa-me para perto dele e aproxima a boca no meu ouvido.

- Vou levar-te para casa. – Ele fala simples e desbloqueia o carro entrando no mesmo. Eu, idiota, não sabia nem o que fazer e sem pensar entrei no seu carro. No interior o Justin manda uma mensagem para a sua equipa avisando do tal homem e saímos do local.

Ele realmente levou-me para casa mas não era a minha, era a dele. Pensando bem, até não me importo. Estou super esfomeada e sei que se tivesse em casa iria comer pizza de novo então que assim seja.

O Justin estava em alguma divisão da casa á quase uma hora e eu estou esfomeada. Decidi procura-lo pela casa. Subi as escadas que me levavam ao segundo e terceiro andar e encontrei uma das senhoras da limpeza.

- Desculpe incomodar, sabe-me dizer onde está o Justin? – A senhora, já de idade, olha para mim com um sorriso super amoroso e acena positivamente com a cabeça.

- Ele está no quarto dele, no terceiro de andar. Ele não gosta que entrem no quarto dele portanto aconselho a menina a esperar aqui ou lá em baixo por ele. – Nem pensar que vou esperar.

- Obrigada! E não se preocupe ele comigo não se chateia. – Caminho até às escadas do 3º andar e ouço a senhora a dizer que eu não devia fazer isso. Mas eu vou fazer mesmo, os outros ainda não chegaram, sabe-se lá porquê e eu não estou para esperar mais.

Entro no quarto sem bater na porta e o mesmo está vazio. Mas onde raio ele se meteu? Ouço a água a cair e suponho que ele esteja no banho. Vou ter de esperar, de novo! Reparo na desarrumação daquela cama e decido arruma-la. Ele tem roupa por TODO o lado. Nem eu que sou um desastre tenho o meu quarto assim. Após tudo arrumado, sento-me na cama. Ele demora uma eternidade no banho. Deito-me de barriga para baixo começando a jogar o estúpido jogo de snooker no telemóvel. Em tempos aborrecidos são precisas ações aborrecidas. Estava tão concentrada que nem ouvi a porta da casa de banho abrir-se.

- Desaparece do meu quarto! – Ups, alguém está irritado. Bloqueio o telemóvel e olho em sua direção. O mesmo encarava-me de cima a baixo com um olhar indecifrável. Levanto-me e fico frente a frente com ele. Sem me aperceber das minhas ações comecei a olhar todo o seu corpo, cada tatuagem e cada gota de água que lhe escorria pelo corpo. Ouvi a sua voz de novo e desci à terra.