5 Dias Com Minha Mãe

Prólogo

— Flávia, o que tenho para fazer hoje? — pergunto assim que chego na minha sala. Flávia entra junto a mim com alguns papéis em mãos.

— A Charlote te mandou um relatório e pediu para você revisar e mandar de volta. O Lucas ligou e perguntou se você já tinha chegado, acho que ele está afim de você e o Senhor Collins pediu para você ir até a sala dele assim que chegasse. — Flávia coloca os papéis sobre a mesa.

Flávia se retira de minha sala, ela é minha assistente faz cinco anos e nunca me deu motivo para reclamar.

Me levanto e vou para a sala do meu chefe. O que ele quer comigo? Em todos os meus anos de trabalho eu nunca fiz nada de errado na empresa mas se fiz algo, não sei o que foi.

— Ele está te aguardando. — diz Alicia no seu tom de sempre quando me vê chegando.

— Você sabe me dizer o que ele quer? — pergunto em frente a sua mesa, ela balança a cabeça negando.

Respiro fundo e abro a porta.

— O Senhor mandou me chamar? — Ele está atrás de sua mesa olhando alguns papéis, será que tem algo errado?

Ele abre um sorriso leve assim que ergue os olhos e me vê em sua sala.

—Há algum problema com os relatórios que revisei? Por quê se tiver eu posso revisar novamente.

Ele nega abrindo uma gaveta de sua mesa, ele retira um passaporte e diz:

— Não há nada de errado com o seu trabalho, pelo contrário você está indo muito bem — Ele se levanta e para em frente a janela da sala e olha para a paisagem maravilhosa que tem. — , sua irmã me ligou — O quê? Como assim? Para o que ela ligaria? — ela me peguntou se não podia de dar uma folga por pelo menos cinco dias e então eu pensei em como o seu trabalho é muito bom e tomei a liberdade de te comprar a passagem, você vai amanhã às 9:00 horas.

— Minha irmã deve ter dito a você que sou boa e te deu mil e um motivos para conseguir te convencer, não foi?

Vou até a mesa dele e vejo para onde vou ter que ir.

— Não, ela não precisou me convencer. Um motivo já é o bastante.

Olho para ele e depois para o passaporte em minha mão. Por que minha irmã quer que eu volte a minha cidade natal? O que houve?

— Você fala sério ou está brincando comigo? — pergunto escrebreada.

— Bom, você vai — Sua voz é firme. — e não é viagem a trabalho. Pelo que sua irmã me disse você vai ficar cinco dias cuidando de sua mãe.

O quê? Eu não vou voltar para aquela casa, minha mãe não vai querer me ver. Não posso voltar.

— Não vou. — comento.

Deixo a sala do Senhor Collins como um furacão e Alicia da um meio sorriso. Ligo para a Lilian ao entrar em minha sala.

— Lilian, por que eu devo ir cuidar da mamãe? — pergunto escabreada, escuto seu sorriso do outro lado. — Não tem a menor graça Lilian! Mamãe não me quer lá!

— Calma maninha, vai ser só cinco dias.

— E por que você não vai?

— Isa, eu estou aqui e tenho que voltar para casa esqueceu que eu sou casada e tenho uma família agora? Não posso ficar dois mês seguidos na mamãe porque se não minha casa vira de ponta cabeça. E a mamãe não pode ficar sozinha.

— Mamãe tem empregadas sabia.

— Mas as empregadas não dormem em casa Isa, e mamãe precisa de alguém em casa.