Capítulo 4

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   O meu último dia chega tão rápido e resolvo ir visitar o lápide do meu pai. Lilian chega hoje a tarde e Julian fica fazendo compania com minha mãe enquanto saio para ir até o cemitério. Pego o carro de minha mãe e dirigo.

   Entro no cemitério e caminho até a lápide, vejo a foto do meu pai e do lado a data de nascimento e a de falecimento em baixo de seu nome. Toco e me sinto triste.

   — Queria que estivesse aqui ainda papai — falo com desanimo. — , queria que estivesse aqui para ver que mamãe e eu nos reconciliamos e também para ajudar a mamãe em sua recuperação. Pai, sinto sua falta.

   Olho em volta e o cemitério está completamente vazio. Sinto minhas lágrimas correr pelo meu rosto e respiro fundo na tentativa de me acalmar. De repente sinto algo gelado gelado em meu ombro como uma mão que me conforta, talvez ele esteja aqui me ouvindo.

   — Queria muito estar aqui no dia de seu enterro papai, mais fiquei com medo de mamãe não gostar de me ver. Mais mesmo assim sei que devia ter vindo, talvez se estivesse aqui naquele dia eu não teria ficado tanto tempo longe dela. Se lembra da última vez que vim? — pergunto mesmo sabendo que não esta aqui para responder, mais no fundo sei que esta em algum lugar me escutando — Se lembra que disse que você foi mais mãe para mim do a mamãe? Estava errada papai, você não foi mais mãe do que pai e na verdade você estava sendo pai e agindo como um, você se preocupou comigo e me ajudou em muitas coisas. Acho que falei naquele dia que você foi a melhor mãe do mundo, mais hoje sei ue foi o melhor pai e que a melhor mãe do mundo para mim sempre foi a mamãe. Me perdoa por não ter estado aqui papai, se estivesse aqui quando aconteceu eu me sentiria mais feliz.

   Meu coração se aperta de emoção e desmorono ao lado de sua lápide. Choro com meu sentimento de culpa e ao mesmo tempo de felicidade, não sei ao certo o que sentir agora.

   Depois de algum tempo volto a fazenda e Julian me olha preocupado.

   — Você está bem? — pergunta ele se levantando.

   — Não quero ter que ir embora.

   Ele me olha compreensivo e carinhoso mais não comenta nada apenas vem até mim e me abraça, o que me faz ter mais vontade de chorar. Ele diz algo que não entendo muito bem e mesmo assim assinto.

   Fomos até o quarto de minha mãe que almoça e Julian me manda comer e assinto. Caminhando no corredor escuto risos de Julian e mamãe, me sinto feliz ao que ela tenha gostado dele.

   Almoço e vou até o quarto de minha mãe para passar mais tempo com ela. Julian está lá conversando com ela.

   — Como foi lá no cemitério? — pergunta mamãe ao me ver entrar.

   — Foi... — Não sei como responder a está pergunta.

   — Foi tão bem que voltou com os olhos inchados de tanto chorar. — comenta Julian apresado e mamãe me olha carinhosa, apenas sorrio.

   — Acho que foi bom ter ido filha, seu pai deve estar feliz por ter visitado o túmulo dele. Pensei que viria no enterro dele mais não apareceu.

   — Não vim no dia do enterro mamãe, eu vim no dia seguindo porque achei que não gostaria de ter me visto e fiquei com medo de me expulsar. — revelo.

   Sua expressão não muda e ela apenas se conforma com o que falei. Julian parece tranquilo. Alguns minutos de passam e Julian nos deixa sozinhas, conversando sobre muitas coisas e sei que ela está evitando me fazer chorar e sei que faço o mesmo por ela. Lilian chega animada e se junta a nós, logo as duas estão falando sobre filhos e como é gostoso ser mãe. Sei algum dia serei mãe e sei que meu filho será adotado, não me sinto feliz por ser a única mulher da família a não ter filho e a não poder ter. Me lembro dos dias que fiquei de cama em casa depois da cirurgia que fiz para retirar o útero, me senti tão inútil e sei que mamãe está sentindo a mesma coisa que eu senti naquele tempo. Não comento nada sobre está cirurgia quando elas começam a falar sobre comovou me sentir quando for mãe. Na época em que fiz a cirurgia papai ainda estava neste mundo e me deu forças na minha recuperação mesmo não estando ao meu lado.

   A hora de minha partida chegou, me arrumo e Julian desse para a sala com as malas. O taxi chega. Vou até o quarto de minha mãe e falo:

   — Já vou indo mãe. — falo triste e ela apenas sorri. — Eu te amo mãe.

   Falo quando chego na porta.

   — Eu sempre te amei minha filha. — Sorrio feliz.

   É diferente como me sinto agora. Diferente como agora que me sinto em casa tenho que ir embora, prometi para minha mãe que vou voltar a vir aqui. Mas agora não preciso ir embora as pressas. Sinto meu coração se apertar quando vejo o carro já distante da fazenda. Mas amo minha mãe e o que ela significa para mim é tudo.

Chegou ao fim!
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Capa feita por ThayItaly

5 Dias Com Minha MãeOnde histórias criam vida. Descubra agora