Capítulo 3

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   O meu dia se define em dar remédios para mamãe e ver se ela precisa de algo, mais Julian passa mais tempo com ela do que eu que sou filha. No almoço Lilian me liga para saber como mamãe está e respondo que deve estar bem justamente porque ela não diz nada a mim e quando vou dar o remédio ela apenas aceita sem dizer nada. Eu também não ajudo muito nisso não puxo conversa e nem falo nada. Acho que tive quem pJulian

   Julian esta com ela e decido sair um pouco para andar ou talvez pegar um ar já que só vou ter dar o remédio dela daqui umas três a quatro horas. Arreio um cavalo, monto nele do mesmo modo que montava quando mais nova, eu ainda não perde o jeito. Cavalgo por algumas estradas que vai direto até as plantaçãos, vejo pessoas trabalhando e outros que me olham curioso querendo saber quem sou.

   Escuto alguém se aproximando de cavalo e olho, um homem usando um chapéu marrom me lança um olha desconfiado e depois que me vê, fica mudo me olhando de um jeito surpreso. Vejo seus olhos castanhos paralisados em mim de um jeito que nunca em minha vida vi alguém fazer.

   — Boa tarde, eu sou a...

   — Eu seu quem você é — seu tom de voz é grave de um modo suave. — , você é a filha mais nova da dona desta fazenda e seu nome é Isabele. Me lembro de você quando foi embora, eu tinha a mesma idade que você e eu nunca esqueceria seus olhos Beli.

   Beli? Espera, a única pessoa que me chama assim é.

   — Felipe? — pergunto ao me lembrar dele.

   Ele desce do cavalo segurando as rédeas e faço o mesmo. Nossa nós mudamos muitos, ele era um goroto magricela e agora está forte. Ele me abraça com seus fortes braços que parece esmagar da mesmo forma que me abraçava quando éramos mais novos.

   Cavalgamos e fomos a greta a onde costumavamos ir quado mais jovem, conversamos por um bom tempo e descubro que ele também esta solteiro e que fez faculdade de agronomia também. Depois de umas horas conversando com ele decido ir embora, é preciso dar os remédios a minha mãe.

   Voltamos juntos para a casa de minha mãe. Nos despedimos com um abraço e um beijo no rosto. Felipe segue seu caminho levando o cavalo que estava comigo. Entro, Julian está com seu notebook na mesa da sala de jantar e um roteador no canto da sala. Ele não me olha e nem sorri, apenas encara seu notebook com o rosto sério. Estou subindo a escada devagar tentando não ser percebida quando ele deixa de olhar o notebook em sua frente e passa a me olhar sério tirando seu óculos e descansando-o na mesa.

    — Algum problema na empresa? — pergunto tentando sorrir.

   — Na empresa? Nenhum problema lá. — Ele se levanta vindo até mim,seu rosto permanece sério. — Fugiu de mim para não me contar nada ou para ficar com aquele cara com quem veio?

   Como ele sabe? Não acredito que ele está com ciúmes do Felipe, sei que quando éramos mais novo Felipe escondia seus sentimentos por mim mais agora tenho certeza que não, ele namorou outras garotas e com certeza eu não sou mais o tipo de garota que ele gosta. Não tem porquê sentir ciúmes de uma pessoa que não ver tanto quando for embora.

   — Felipe não faz o meu tipo — minto, ele franzi a testa. — e eu também estou me empenhando em te fazer desistir de mim.

   Ele não abre aquele sorriso como espero, apenas passa direto por mim.

   — Sua mão quer falar com você. É melhor não demorar.

   Assinto e vou direto até o quarto de minha mãe. Entro sem bater e ele me lança um olhar reprovador. Me sento na cadeira ao lado se sua cama.

   — Com esse seu passeio sem avisa e demorado, acho que já vio o homem que o filho do capataz se tornou. Ela ficou muito bonito não acha, Isabele. — diz mamãe ainda me olhando.

   — Desculpe pela demora mamãe, mais pensei que iria preferir conversar com o Julian. Vocês dois estão se dando muito bem pelo que vejo.

   — Ele é um rapaz bom e parece se enteressar bastante por você.

   — Por que isso? Está avaliando um pretendente agora, mamãe? Nunca nem se quer me ligou para saber como estava. Então, por que se importa?

   Ela suspira desanimada.

   — Estou feliz que fiz bem em te mandar para outro país e orgulhosa pela pessoa que se tornou. — diz ela e olho para ela. — Me diz como se sempre agora? Onde e como acha que estariase eu não tivesse te empedido? Por quê tenho certeza que agora que cresceu e amadureceu sabe muito bem qual era a intenção daquele homem.

   Meus olhos se enche de lágrimas ao ouvir que esta orgulhosa de mim e tento segura-las para não parecer fraca diante ela, mais a culpa passa em minha cabeça e sei que poderia nem estar viva se mamãe não tivesse me impedido de fugir e com certeza não teria chegado até aqui se não fosse pelo meus estudos fora do paíse meus diplomas das faculdades.

   — Agora eu sei mãe que fiz errado tentando fugir, mais naquela época eu era só mais uma adolescente boba tentando ter mais liberdade. Sei que só quis me preteger e sei que te devo desculpas.

   Sua expressão muda agora, mamãe parece querer dizer algo mais não diz, agora eu sei que estive errada o tempo todo e dinto não estar aqui por tanto tempo, meu coração se aperta só de vê-la aqui nessa cama. As mãos dela toca nas minhas e percebo que não consegui segurar mais a vontade e apenas sorrio recebendo o sei carinho.

   Me acalmo e mamãe e eu conversamos bastante. Mamãe me desculpou por ter tentado fugir quando mais nova e me contou que aquele homem nunca mais apareceu na cidade e nem na fazenda me contou também que foi Felipe que falou para ela que ia fugir porque ele estava preocupado comigo.

   Meu celular toca me alertando que já é hora de mamãe tomar o remédio.

   A noite cai rápido, Julian continua bravo comigo. Durante a conversa que tive com mamãe ele mencionou que deveria dar a ele uma chance, mamãe janta em seu quarto e já deixei lá os comprimidos que deve tomar e o próximo é só no meio da noite.

   Entro no quarto, a porta do banheiro esta entreaberta e escuto o som do chuveiro. Tranco a porta do quarto me sentindo tentada a entrar no boxe com ele. Depois de muito tempo sem ao menos conversar com minha mãe vou tentar seguir seu conselho. Pego a minha toalha e caminho até o banheiro deixando minhas roupas pelo chão abro a porta do banheiro tirando minhas peças intimas e pendurando a toalha, abro a porta do boxe e seu olhar vem em mim passando direto pelo meu corpo.

   — Preciso de você. — falo e vejo seus lábios se curvando para uma sorriso. O mais lindo que vi em toda a minha vida, mais agora não é como antes, agora não preciso mais resistir.

***

   Os dois dias pasaram voando desde que fiz as pazes com minha mãe. Eu contei toda a história do meu passado para Julian e decidimos voltar aqui depois de uns dois meses, pedi também para que fossemos com calma se ele quiser algo mais sério e o convenci de que não tenho interesse em Felipe. Mamãe ficou feliz quando contei que decidi seguir o conselho relacionado a Julian e praticamente já o quer como meu namorado, isso é mais que uma aprovação da parte dela.

   O enfermeiro diz que ela está melhorando com rapidez e que isso pode ajudá-la em sua recuperação com a fisioterapia, eu realmente estou feliz com isso. Queria ficar mais tempo aqui mais mamãe me disse que preciso afirmar a minha relação e ficar aqui só iria priorar tudo. Talvez seja verdade, com Felipe aqui e Julian longe seria como abrir espaço para uma relação com Felipe e não seria bom para mim ter que iludir ele e brincar com os sentimentos dos dois. Essa não seria eu.

   A noite vez e faz horas que estou sentada aqui do lado de minha mãe enquando ela dorme depois de ter tomado seu remédio. Eles sempre dão muito sono e ela dormesemre que os toma. Acho que já deve estar até cansada só de não fazer nada.

   Amanhã vou embora e quero aproveitar para passar o máximo que posso ao seu lado. Lilian chegar de tarde e eu viajo só a noite. E pela primeira vez me sinto desanimada para ir embora. Ele tinha razão quando me disse que eu poderia não me arrepender.

#votem

5 Dias Com Minha MãeOnde histórias criam vida. Descubra agora