prólogo - chance to change

77 8 15
                                    

O Centro Educacional de Estudos Literários nasceu como uma pequena escola de cursos livres num bairro de classe média londrino. Nada lá nunca foi nem requintado, nem miserável. Era o bairro do mediano, do normal, do regular e do... Indiferente? Nem tanto. Whitechapel sempre foi o centro da diversidade em meio a tantos castelos e títulos nobres. Pessoas de todos os gostos, tipos e vidas se encontravam escondidas atrás de muros grafitados e obras de arte urbanas.

Com o passar do tempo, não foi só as ondas modernas que ficaram maiores; a faculdade ali também cresceu fisicamente e socialmente. Um antro de prédios, uma lista de graduações e mestrados e uma grande reputação no mercado da literatura agora compunham a CEEL. E rostos. Muitos rostos diferentes.

Em seu escritório pessoal, repousava Louis Tomlinson. O mais jovem professor da instituição a ser recentemente promovido a supervisor do curso de Escrita Criativa e História Literária Inglesa. Era realmente um grande marco para um profissional de apenas 31 anos de idade, mas seu instinto de competência e determinação não estava surpreso. Louis era bom no que fazia e sabia disso. O trabalho sempre foi a maior prioridade em sua vida, então não era de se espantar que estivesse solteiro e nunca tivesse vivido um relacionamento sério e duradouro.

- Obrigada, Senhor Malik. - Falava ao telefone com um sorriso amarelo para ninguém. - Sim, eu tenho a mais profunda certeza disso. Seria uma honra! Hoje? Acho que minha agenda não possui compromissos, senhor. Muito bem, estarei aí! Obrigada pelo convite, te vejo em breve.

Colocou o telefone de volta a sua base. Era inevitável, claro, e tudo estava correndo como o planejado. Sabia que seu amigo e superior iria ter uma reação como essa, tendo em vista que sua reputação e a de sua esposa estava sempre envolvida a constantes jantares festivos contando com a mais alta sociedade londrina.

Sorriu novamente, agora, para si mesmo, pois sabia que havia chegado a perfeita oportunidade para pôr um de seus maiores projetos profissionais em ação. Em contato com Zayn Malik, um grande diretor pedagógico da universidade, e outros superiores influentes, conseguiria uma chance de propor sua ideia triunfal, aquela que ocupava grande espaço em seus pen drives, cadernos de anotação e mente.

Desde que começaram com a existência de grêmios estudantis, coletivos engajados e movimentos sociais no campus da CEEL, Louis Tomlinson se sentiu imensamente incomodado. Atualmente, ele não conseguia andar pelos corredores sem se irritar com garotos de mãos dadas, meninas trocando carícias e cartazes sobre o "movimento LGBT". Tudo isso o deixava nervoso, o deixava com um sentimento de perca de liberdade.

Ele sempre havia ficado em silêncio sobre toda essa movimentação, pois até então não chegava à sua pessoa, ao seu trabalho, à suas aulas. Mas quando uma garota se pronunciou em um debate que ele propôs ao seus alunos sobre Shakespeare, insinuando que o seu escritor favorito havia tido relações homossexuais, foi a gota d'água. Foi quando ele começou, não só a dar suas opiniões em sala de aula - e ser odiado por muitos alunos, e amado por outros - mas a bolar o seu plano para fazer do seu ponto de vista um grande evento.

E sim, ele esperava protestos. Ele esperava os "viadinhos" e as "sapatonas" enfurecidos com tudo aquilo. Conseguia até mesmo ver em pensamento suas feições incrédulas quando perceberem que seus argumentos científicos e sociais estavam certos. Ele previa todos os tipos de reações escandalosas e espalhafatosas. Previa apoio e ódio. Previa idolatria e condenação. Mas ele nunca previa Harry Styles, o seu aluno mais aplicado e menos falante.

De qualquer forma, tinha um jantar ao morrer do dia, e sabia que quando aquela noite começasse, ela seria a primeira do resto de sua vitoriosa vida.

SHY REVOLUTION ϟ larry stylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora