Os cochichos eram inevitáveis e começaram quando Liam Payne começou a espalhar a notícia do projeto de seu professor favorito. Dois dias depois daquela conversa, de manhã, Harry estranhou ao entrar na sala e ver uma movimentação fora do comum. Barulhos, burburinhos, conversas e o grupo de esportistas que mal frequentava as aulas, sentados nas primeiras fileiras, com grandes sorrisos entusiasmados.
Tentou pensar em várias coisas que poderiam ter acontecido. Morte de alguém? Não, senão ninguém estaria feliz. Aula cancelada? Impossível, a sala estaria vazia. A última vez que ele viu tantos babacas animados e pessoas decentes tristes foi quando vazou uma foto íntima de uma professora. E quando Trump ganhou as eleições nos EUA.
Levou-se para sentar do lado de Morgana, Niall e Jonas – um colega do grupo que costumavam a conversar. A amiga parecia furiosa e mantinha chacoalhando sua cabeça em uma expressão de incredulidade. Quando se sentou, colocando a bolsa em cima da mesa, já foi perguntando:
- O que aconteceu? Alguma outra nude vazada?
- A universidade toda já está sabendo da possibilidade do seminário fascista, Harry. – Niall cochichou. – E Liam já falou que vai fazer uma campanha pelo campus apoiando o evento.
- O quê?! Eles não podem vazar informações assim pra todos os alunos.
- É, poder não pode, mas eu duvido muito que eles aplicariam algum tipo de punição para o queridinho da CEEL. – Morgana se pronunciou, raiva em sua voz.
Harry olhou para Liam, que ria e brincava de socar o braço de seu amigo. Bufou em frustração. "Por que nós homens somos tão babacas?" pensou consigo mesmo a pergunta que lhe perseguia há, no mínimo, vinte anos. Ainda sem resposta.
- Não fique assim, florzinha. – Jonas disse em seu fofíssimo e adorável sotaque nigeriano, uma das únicas coisas que faziam a dura amiga esboçar um mínimo sorriso frouxo, mesmo que só por alguns segundos. – É só uma proposta. Nós nem sabemos como essa burocracia toda funciona... E mesmo que, na pior das hipóteses, eles consigam colocar o evento na agenda, nós vamos fazer um escarcéu! Existem muitos estudantes que fazem parte dos nossos movimentos e que levantam nossas bandeiras aqui no campus. Você sabe disso.
Aquele furacão em forma de mulher se acalmou um pouco ao respirar profundamente.
- Você tem razão, Jon. Mas tudo que eu queria agora era acabar com a raça desse babaca do Tomlinson.
Haviam controversas naquele grupo, não de ideologias, mas de sentimentos. Enquanto a maioria dele se sentia revoltado, nervoso, pronto para quebrar alguma coisa ou empurrar o dito professor vinte e oito lances de escada abaixo, uma parte dele só queria sumir. Estava triste, estava magoado com a situação e não queria ver a cara de Louis Tomlinson por um bom tempo. Essa parte era Harry. E era uma pena que a próxima aula era exclusivamente lecionada pelo causador de sua melancolia.
De repente, não queria mais estar ali.
De repente, odiava Literatura Clássica – que sempre foi sua matéria favorita.
De repente, professor Louis entra na sala, porém não causa apreensão ou diminuição da agitação.
- Alunos, alunos, atenção... – A voz do professor, mesmo alta, é ouvida com dificuldade. Aos poucos a conversa vai parando e se acalmando. – Sei que todos vocês estão muito agitados com as últimas notícias – Ele dizia com um sorriso vitorioso. – Inclusive, peço desculpas pelo meu atraso pois devo ter parado ao longo do caminho algumas vezes para sanar dúvidas de alguns estudantes curiosos. – Seu olhar se direcionou a mão do aluno levantada. – Sim, Liam?
- Por que não fala um pouco mais do seu projeto pra gente, professor? – Liam se pronunciou, tentando soar formal e adequado, mas sendo apenas um pouco ridículo.
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SHY REVOLUTION ϟ larry stylinson
FanfictionLouis Tomlinson é um professor de literatura clássica que propôs um seminário onde daria palestras contra a homossexualidade na faculdade onde trabalha. A proposta divide a opinião de todos os alunos, causando movimentos contra e a favor, mas entre...