Quarto da Jessica | Capítulo 4

289 17 1
                                    

P.O.V Hannah
Subimos as escadas da casa da Jessica, e ficamos parados no meio do corredor a conversar.

Clay- É tão mais fácil conversar no Crestmont.
Hannah- Tens razão. Mas vou deixar de trabalhar lá.
Clay- O quê? Porquê?
Hannah- Os meus pais precisam de ajuda na loja, e isso é uma merda, porque eu gosto de trabalhar no Crestmont.
Clay- Eu também.

Ele sorriu.
Aproximei-me dele.

Hannah- O que eu quis dizer era que... Eu gosto de trabalhar contigo.

Por pequenos momentos, as nossas bocas aproximaram-se, e era tudo o que eu queria naquele momento.
Não sei o que aconteceu para ele hesitar, mas ele afastou-se ligeiramente.

Clay- Mas vê pelo lado positivo. Assim já não tens de sentir o cheiro a pipocas queimadas!

E riu-se.
O mesmo riso idiota de sempre.
Eu ri-me também.
E ali estávamos nós.
Parados no corredor da casa da Jessica.
Como se fosse um filme.
A conversar um com o outro.
Até que, um casal saiu de um quarto ao fundo do corredor a rir.
O Clay olhou pra mim, e acho que naquele momento, a mesma coisa passou pela nossa mente.

Hannah- Queres conversar lá dentro?
Clay- Sim claro!

Acho que ambos, tínhamos uma pequena ideia, do que iria acontecer.
Entramos no quarto, e ele olhou para a coleção de pedras da Jessica.

Hannah- Quando ela era mais nova, costuma trata-las como se fossem animais de estimação.
Clay- A sério?
Hannah- Nós fomos amigas durante algum tempo. É... fomos.

Eu tinha uma pedra na mão.

Clay- Qual é o nome dela?
Hannah- Pedra Pedra.
Clay- Que nome fantástico.
Hannah- Espera... o teu nome, é Clay! AHAHAHAH (clay é barro em português)
Clay- Eu sei, eu sei, já fui muito gozado por causa do meu nome.
Hannah- Eu gosto do nome Clay.
Clay- Eu gosto do nome Hannah.

Os nossos olhares cruzaram-se, ele aproximou-se e finalmente beijou-me.
Ansiava por este momento à tanto tempo.
Naquele momento está a tudo perfeito.
Pela primeira vez em muito tempo, eu consegui imaginar um futuro em que eu era feliz.
Como a vida, poderia ser boa.
E sei que ele sentiu o mesmo.
Tirei o meu casaco, enquanto nos beijavamos, ele beijou-me o pescoço.

Clay- Está tudo bem?
Hannah- Melhor que bem.

Puxei-o pra mim, e beijei-o.
Ele tirou a camisa, e chegamos-nos para trás na cama.
Estava tudo maravilhoso.
Eu queria mesmo que ele fizesse tudo o que estava a fazer, por isso não sei porque é que a minha mente me levou pra outro lugar.
Pensei em todos os outros rapazes.
E todos eles se tornaram o Clay.

Hannah- Pára.
Clay- Desculpa! O que é que se passa?
Hannah- Pára.
Clay- Desculpa, magoei-te?
Hannah- Não.

Empurrei-o.

Clay- Pensava que estava tudo bem.

Claramente, ele estava confuso, e tinha motivos pra isso.
Sentei-me á borda da cama.

Clay- Desculpa, eu...
Hannah- Deixa-me sozinha...

Ele começou a vestir-se.
Parte de mim dizia, "por favor não vás", é a outra nunca o queria ver.

Clay- Hannah, estás bem?
Hannah- Vai te embora, por favor.
Clay- Hannah...

Agarrou-me no braço, mas eu sacudi-o.

Hannah- SAI DAQUI CARALHO.

Eu tinha lágrimas nos olhos.

Clay- Okay, eu vou. Mas diz-me o que é que se passa.
Hannah- Ninguém quer saber.
Clay- Eu quero. A sério que quero.
Hannah- Sabes o que é que as pessoas dizem de mim?
Clay- Não, e também não quero saber.
Hannah- Falar é fácil. Porque tu não és a vagabunda da turma.
Clay- Ninguém diz isso sobre ti Hannah.
Hannah- TODA A GENTE DIZ
Clay- Eu nunca disse.
Hannah- DISSESTE SIM. QUANDO VISTE AQUELA FOTOGRAFIA.
Clay- Hannah, eu não acreditei.
Eu estava zangado. Porque tinha ciúmes do Justin. Estava zangado, por tu estares com ele, e não comigo. Fui um otário. E peço desculpa por isso. E eu nunca vou conseguir alterar o passado. Eu nunca pude, dizer-te isto, mas eu amo-te.
E eu nunca te vou magoar.
Hannah- Clay..
Clay- Eu não vou embora. Não agora. Nem nunca. Eu amo-te Hannah.
Hannah- ...

Comecei a chorar, ele abraçou-me.
Um abraço quente, e reconfortante, diferente de todos os outros que já recebi.
Beijei-o, enquanto chorava.

Hannah- Desculpa Clay... Eu também te amo.

Ele envolveu-me nos seus braços, e saimos do quarto.

E Se Fosse Tudo Diferente...?Onde histórias criam vida. Descubra agora