Despertar

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Os olhos já sem brilho se abriram novamente, dando a visão ao garoto sem emoções. A alma em luto e o corpo em desnutrição. O sarcasmo já não era o seu ponto forte, atualmente dominado por lágrimas de perda e culpa.

O jovem fez questão de sentar-se na ponta da cama antes de levantar e observar a escuridão preenchendo os móveis. Respirou fundo como se estivesse preparando o que o restava de esforço para ficar de pés no chão. Erguiu-se e olhou ao redor, tentando entender o que o fez estar aqui agora, o que evitou que ele estivesse no lugar dela.

Afogou o rosto pálido e seco em um punhado de água e pôs-se a encarar sua expressão nula e refletir sobre a onda de tragédias que Beacon Hills tem tomado.

11 horas atrás

POV. Lydia Martin
Acordo assustada e olho ao redor, vendo que eu estava no meu quarto, e todo aquele sofrimento era só coisa da minha cabeça. Me levantei para ir saciar a sede com um copo d'água. Desço as escadas e pego um copo na prateleira, quando me viro, vejo Stiles e me assusto.

— O que está fazendo aqui? - sussurrei - São três da manhã. - me certifiquei de que meu pai ainda estava dormindo no sofá. Stiles não me respondeu, deu um sorriso que me fez identificá-lo de primeira - Nogitsune. - enguli em seco e vejo ele pegar uma faca do faqueiro. Grito o lançando contra a parede e saio correndo de casa, noto que começa a chover, e eu estou em uma rodovia, vejo um farol claro me cegar, e quando menos percebo, Stiles aparece na minha frente e me esfaqueia, caio no chão o olhando com medo, enquanto minha vida vai vazando de mim aos poucos. Tenho alguns flashs de umas bebidas, um casal namorando no carro e outras coisa que não consegui bem decifrar.

 Tenho alguns flashs de umas bebidas, um casal namorando no carro e outras coisa que não consegui bem decifrar

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Acordo gritando e vejo que era apenas mais um pesadelo.

— Calma Lydia, era apenas um sonho. - digo para mim mesma. Vejo Stiles e minha mãe entrarem rapidamente no quarto, preocupados.

— O que houve? - Stiles se aproximou de mim, me acolhendo junto de minha mãe. Recuei um pouco ao sentir o toque de Stiles. Mas tento me cotrolar ao ver que ele era real.

— Mais um daqueles sonhos, filha? - Natalie acariciou meu rosto.

— Este foi diferente. - suspirei olhando para Stiles.

— Que sonhos? Por que está olhando para mim? - arqueou uma sobrancelha, revezando olhares com minha mãe.

— Eu venho sonhando com mortes. - Stiles se assusta - Não é a de vocês.

— Ufa. - Stiles riu e se levantou - Então vam...

— É a minha. - revelei após um forte suspiro, Stiles se virou para mim, desacreditado.

Era a quinta piada de Stiles que eu consegui contar, as que eu não contei eu deveria estar rindo que nem uma doida.

— Isso não pode ser verdade! - neguei entre os risos extremos.

— É sim! Ah, qual é, eu tinha 7 anos, eu nem sabia andar, quanto menos de bicicleta! - defendeu-se das minhas zoações, mas isso não justifica não saber montar em uma bicicleta. Continuei rindo incansavelmente - Você é uma idiota! - riu.

— Ah, sou é? - perguntei com um tom meio sedutor, peguei a cerveja do meu colo e joguei na pilha sobre os bancos traseiros.

— Você vai morrer com esse tanto de bebida! - avisou observando eu pegar mais uma. Bebi mesmo assim.

Ele estacionou o carro ao notar que o limpavidros não estava funcionando, e sem ele não conseguia conter o vidro embaçado de chuva. Saiu do carro colocando o capuz e foi checar, mexeu em alguns mecanismos e depois entrou dentro do carro.

— Por isso que eu prefiro meu J... - o interrompo antes de terminar a fala com um beijo intenso, talvez resultado da bebida, mas sei dizer que estou dando meu melhor. Ele apenas sorriu e retribuiu o beijo, enquanto eu se inclinava para mais perto de seu corpo. Sem que percebamos, ele acabou dando uma leve cotovelada na marcha, e o carro começou a andar sozinho, lentamente. Tentei avisá-lo mas ele me puxou para seu colo, não recusei. Separamos os nossos lábios e ele parte para o pescoço com mordidas e beijos quentes. Ouço ele dar um grito de espanto.

POV. Stiles Stilinski
Quando abri meus olhos para ajeitar seu vestido vejo um farol forte de caminhão vir em nossa direção com tudo.

As últimas coisas que vejo antes de perder a consciência é Lydia atravessando o vidro e sendo jogada pelo impulso na rua. Tentei fazer qualquer coisa para ajudá-la, mas me sentia fraco, minha visão se embaça até eu adormecer.

[...]

A primeira coisa que vi foi uma luz forte, a minha visão volta ao normal e eu percebo que estou em uma maca, pisco algumas vezes e olho ao redor me enfurecendo aos poucos.

— Lydia?! - chamei aumentando o tom, puxei-me dos fios tentando me soltar da cama, o que não foi muito suscetível - LYDIA! Lyd... - vejo Scott sentando no banco ao meu lado acordar, e logo ter seus olhos marejados de lágrimas ao me ver - Irmão. - sorrio fraco e retribuí seu forte abraço - Como está Lydia? - perguntei me soltando do abraço ainda com o leve sorriso no rosto.

— Ela não está muito bem. - Scott diz após alguns segundos, respirando fundo e limpando algumas lágrimas, que são estranhadas por Stiles.

— O que você quer dizer com "Não estar muito bem"? - ele perguntou engulindo em seco.

— Ela quebrou a espinha, só está viva por causa dos aparelhos. - fiquei boquiaberto, sem acreditar de que a vida de Lydia está por um triz.

[...]

A enfermeira não demora muito para me dar alta, só precisei de um gesso na perna e um apoio de ferro para andar, mas não que eu me importasse. Comecei a correr pelos corredores atrás da sala de Lydia. Passando o olhar rapidamente pelos vidros noto uma ruiva em um deles, encima da maca, cercada de aparelhos, vejo Natalie e o Sr. Martin chorando. Observei Natalie que apenas me olhou e negou com a cabeça, como quem diz; "Não sobreviverá". Abri a porta e corri para perto da maca segurando forte sua mão.

— Lydia, se estiver me ouvindo, não vá embora. Por favor, não me dê a dor de não ter você por perto, resista Lydia. Eu sei que você já lutou muito por mim, mas só mais essa vez. Resista Lydia! - falei entre lágrimas, ela abriu os olhos com fraqueza e virou-se para mim, dando um fraco sorriso.

— Obrigado e parabéns por ser quem é. Eu te amo, Stiles. - ela apertou minha mão, e deu uma fraca tossida - Quem deve resistir ao que vai acontecer, é você. Resista, e nos vemos novamente. - deu seu último suspiro, e um único som ecoou pela minha mente. O apito do medidor cardíaco, que agora marcava uma reta sem dados da batida.

[...]

Scott estava me levando para casa, tudo que eu conseguia pensar era em Lydia, se eu não me empolgasse, talvez isso poderia ser evitado.

CONTINUA...



Equipe BHS agradece.

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