↪ Capítulo 14 ↩

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Louis Tomlinson - Sexta; 09:45 AM

Observava ligeiramente Harry a conversar com seus amigos, enquanto me olhava com um sorriso de canto em seus lábios. E eu ? Bom, eu fingia que nem estava ligando. E de fato, não estou. Ou sim.

Ele deve estar tramando algo, até porque aquele papo de que ele quer outra oportunidade não está passando pela minha garganta. Talvez, ele queira outra oportunidade mesmo, mas para me fazer sofrer. O que será uma perda de tempo, porque quem vai terminar sofrendo, será ele.

— Louis, eu ainda acho isso uma má idéia. — Niall disse e eu fingi bocejar. Eu contei-o sobre tudo, e digamos que ele não concorda com isso. Pena que não darei ouvidos a ele.

— Porque ? Styles merece que tudo de ruim lhe aconteça depois do que ele me fez. — Eu disse, soando muito cruel talvez, mas mesmo me doendo não posso ficar com o coração mole para Harry.

Para ele eu não tenho coração.

— Eu sei, mas isso de se vingar não dá certo, no final os dois podem sair magoados, você sabe...Tu ainda gosta dele. — Ele disse, se virando para me encarar enquanto eu mantinha meus olhos fixados no garoto de cabelos encaracolados.

— Posso até gostar Niall, mas ainda sim, existe um ódio dentro de mim por ele, por tudo que ele fez e causou, e sabe, mesmo que no final eu saía magoado eu terei o prazer de vê-lo sofrer, assim como ele teve o prazer de me vê. — Disse, e olhei para os anéis dos meus dedos. — E eu não posso mais perder tempo com isso.

Lhe disse antes de me levantar, e começar a caminhar em direção a mesa de amigos do Harry. O mesmo agora estava conversando distraidamente com seus amigos.

Assim que me aproximei o suficiente, passei a minha mão pelas costas de Styles e o mesmo se virou para me olhar e sorriu, a qual ao retribui sem mostrar os dentes.

— Ei. — Comprimentei e ele bateu a sua mão no lugar ao seu lado em cima da mesa, não perdi tempo e sentei, cumprimentando em seguida seus amigos com um aperto de mão.

— E aí Tomlinson, como foi morar em Los Angeles? — Liam perguntou, e eu tive uma imensa vontade de revirar os olhos. Sinceramente, de todos, ele é o que menos me interessa conversar. Mas eu preciso fazer a minha parte.

— Foi muito bom, lá não é sem graça como aqui em Holmes Chapel, fui em vários shows e conheci muitas pessoas as quais fiz amizade, e tals.  — Disse, soando um pouco animado.

— Eu vi suas fotos no instagram. — Harry pronunciou, e eu abri um sorriso satisfatório. — Todas, inclusive uma que você estava beijando um cara em cima da moto, bem maneiro.

Haha, stalker.

— Num é? Você deve estar falando do Derek, digamos que a gente viveu uma pequena aventura, mas ele sofreu um acidente e morreu.

— Sério? — Liam perguntou, enquanto acendia seu cigarro.

— Não. — Ri. — Ele está super saudável na verdade, e até faz faculdade, sempre conversamos pelo facetime.

— Já até imagino o sexo virtual que deve rolar. — Tyler disse, e Harry deu-lhe um soco nas costas.

— Para de falar merda Tyler. — Rosnou o encaracolado ao meu lado.

— Ah sim, já rolou duas vezes, nada demais. — Menti, e Harry começou a mexer em seu telemóvel.

— Bem maneiro fazer sexo por vídeo não é Styles? Aposto que você já fez com a Anika. — Tyler disse, botando lenha na fogueira. E eu juro que as narinas de Harry iam sair fogo.

— Uhum, aliás, várias vezes. — Ele disse, se virando para me olhar e eu soltei uma risada para mostrar que não me importo.

— Compartilha com a gente as suas experiências Harry, adoraria ouvir e quem sabe assim aprender algo novo para usar qualquer dia, sabe como é né, não sou experiente como tu. — Provoquei, o sarcasmo era claro em meu tom de voz.

— Depois, agora vou fumar um pouco alí. — Ele disse, antes de se levantar e sair apressadamente em direção aos fundos do colégio.

— Tadinho, foi se acalmar. — Gargalhei e os garotos me acompanharam, e eu instantaneamente fiquei sério. — Não venham rir comigo como se tivéssemos acabado de nos tornar amigos, isso está longe de acontecer, até porque eu não faço amizade com gente podre, só abri uma exceção para Harry, claro.

Harry Styles - 10:01 AM

Será que tudo voltará a ser como antes ?

A pergunta fica martelando na minha cabeça e eu chego a conclusão que não, que nada voltará a ser como antes, até porque Louis não é o mesmo, e eu lhe pedi outra oportunidade para me vingar.

Confesso que não sei porque quero me vingar, talvez seja por ontem ou apenas porque ele voltou. Não consigo me decidir, algo em Louis me irrita ao mesmo tempo me intriga, me deixa louco e eu sinto uma enorme necessidade de fazê-lo sofrer mas outras vezes parece que eu sinto falta do seu abraço, de tudo.

Porém, no final, eu decido ser cruel com as pessoas. E acabo indo pelo caminho errado, tendo a consciência disso mas não me arrependo depois.

Acho que isso é porque cresci vendo essa parte do meu pai, a crueldade, e tudo que ele fazia. Sempre ia pelo caminho errado. E apesar de eu saber que tudo que ele fez foi errado, eu deixei-me ser influenciado, me espelhei nele, até porque não aprendi a ser de outro jeito.

Depois que meu pai nos abandonou, minha mãe teve de arrumar um emprego, e aí, eu já não tinha mais a atenção de ninguém. Comecei a me sentir sozinho e abandonado, coloquei na minha cabeça que ninguém me amava, inclusive meu pai que me odiava, então com isso, pus na minha mente que não podia ser bom com as pessoas, pois elas se aproveitam disso e tiram vantagem de você, e no final, você sempre sai machucado.

[...]

— O Collins está querendo falar com você Styles, disse que é para todos nos reunir naquele prédio abandonado da avenida 6 às dez da noite, disse que tem uma proposta para nos fazer mas que você tem que estar presente. — Zayn disse, entrando na pequena sala, enquanto eu jogava em seu Xbox.

— Odeio esse cara. — Disse. E de fato odeio, apesar dele ter me ajudado, acho ele um nojento.

— Mas ele te ajudou Harry, você sabe, ajudou a pagar a dívida da sua mãe e livrou vocês de ficarem na rua. — Relembrou-me, se jogando ao meu lado.

— Você falando assim até parece que foi de graça né, como se eu não tivesse tido que roubar. — Revirei os olhos.

Noah Collins, um homem de 58 anos que é de fato tudo de ruim, desde traficante à assassino. Apenas recorri a ele porque meu pai deixou minha mãe nadando nas dívidas, e poderíamos acabar vendendo a casa para poder pagar, e como o salário da minha mãe mal dava pra pagar a conta de luz tive que arranjar um jeito de ajudar.

— Eu sei, mas de qualquer jeito, mesmo você não gostando dele, temos que ir, se não ele não vai largar do nosso pé. — Bufou, antes de pegar um cigarro em cima da mesinha de centro e colocar entre seus lábios, acendendo-o em seguida com um isqueiro.

— Que seja Malik.

Hate | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora