A culpa é das estrela

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Retirou seu caderno debaixo da cama, abriu-o. Olhou a cabeceira horrível á procura de uma caneta, logo achou. Bateu a caneta contra o caderno freneticamente.

O que eu devia escrever? É tão estranho escrever no papel. Riu sem humor.

Será egoísmo de minha parte querer que a minha abandone esse homem?
Não que eu tenha algo contra ele, eu acho. Pode parecer infantil da minha parte, mas queria os meus pais juntos novamente como uma verdadeira família. Quero meus amigos e namorados. Não é pedir demais.
Estou aqui há uma semana que parece mais uma eternidade. Fiz amizade com alguns garotos e uma menina extremamente louca, até um fumante chamou minha atenção, e olha que eu vivo fugindo de fumantes.


                           (...)

Na mesma manhã..

Aulas de matemática são tão chatas. Olhou o relógio pela décima vez em cinco minutos. Falta pouco, eu acho, só sei vê a hora em relógio digital. Sentiu-se burra por conta disso.

— Essa aula é uma merda. — Murmurou Luke, estressado. Jogando seu caderno pesado na mesa com força.

Comecei a olhar-o, como de costume. Seria mentira da minha parte dizer que o Luke não é lindo. Sua pele dourada, olhos verdes, cabelos escuros em um topete desleixado, – me atraía o bastante. – no seu nariz e sobrancelha havia um piercing, os seus lábios cheios pareciam uma tentação. Em seu braço esquerdo há uma tatuagem de lobo.

Eu amo lobos.

Ele é o melhor amigo do Jhon e colega do Everton meu meio irmão.

— Você o achou lindo, né? — Questionou Ale, fazendo eu parar de encarar-o. — Éramos amigos próximos.. eu também era próxima do Jhon, mas depois de alguns ocorridos o grupo se separou.

Quando ela diz grupo quer dizer ela? Jhon e ele pareciam tão próximos.

— Hum.. Por que fez aquele show por conta da cadeira? — olhei Luke novamente.

— P-porque.. por conta de uma aposta! mas ele é lindo demais — sorriu. — Eu era apaixonada por ele, mas já passou. Enfim. — vi seu rosto cora.

Voltamos a nossa atenção ao Luke. Ele colocou suas pernas encima da mesa, suas coxas são extremamente definidas. Em seu lábio havia um cigarro. Fazendo eu rolar os olhos automaticamente. Acho um absurdo alguém tão jovem fumar.

— Luke, tire os pés da mesa e esse veneno da boca. — Antônio o professor de matemática pediu autoritário. — Você sabe quantas morrem por conta disso?

— Qual veneno? Minha baba ou o cigarro? — debochou, com o sorriso de ladino. Retirando suas belas pernas da mesa.

— Sem piadinhas. Tira logo esse cigarro da boca. Você sabe todas as consequências.

— Relaxa aí. É uma metáfora: você põe essa coisa que pode te matar entre os dentes, mas não lhe dá o prazer de conseguir. Mas caso o senhor queira que acenda ele.

Como ele consegue estragar as coisas assim? Que coisa mais clichê. Daqui a pouco falará que só tem uma perna gostosa e um amigo cego.

As meninas começa aplaudir.

— Venha ser meu Gus. — alguém, grita.

Todos começa a gargalhar, menos eu.

— Retira-se daqui agora. — Professor abriu a porta. — Isso é aula de matemática e não teatro.

— Obrigado. Até a próxima aula — jogou seu caderno na mochila e acendeu o cigarro, o professor olhou com desaprovação e bateu a porta quando o fumante saiu.

Todos começara a bater palmas.

Qual é o problema desses adolescentes? Aplaudir algo assim é tão ridículo. Luke podia ser lindo, mas essas atitudes o deixava feio.

— Quando eu crescer quero ser que nem esse cara. Sou teu fã. — um ridículo da mesa à frente gritou.

— Tá, tá. Parem de fazer barulho. Vocês não são mais crianças.

Alguns começará a cantarola e continuaram a bater nas mesas, até o sinal bater. Guardei meu material sem pressa e sai indo para a aula de física.

— Luke você é louco!! — Ale gritou, me deixando surpresa. — Ele é louco, ele.

— Eu? Nem sou. — sorriu levantando-se da mesa e indo sentar ao lado do Jhon.

— Dessa vez uma certa pessoa não roubou o meu lugar — disse sem humor. Obviamente se referindo a minha pessoa.

Franzi a testa, encarando-o com expressão de nojo.

— Na próxima cite nomes, idiota. — andei em direção Ale, puxando ela pelo pulso.

— Chloé, ladra de lugar.

— Meu anjo, isso é falta de quê? — joguei o meu cabelo para trás.

— Falta de você, nenê. — ele fez um biquinho fofo. Babaca demais.

— Falta? Meu namorado também senti. — sorri satisfeita com a sua expressão de surpreso. 

Ele sentiu o impacto, gosto disso.

— Wow. Você namora.. — comentou Luke surpreso. É a primeira vez que ela fala comigo.

— Sim, rebelde. — olhei sua pintinha em seus lábios.

— Acho que é uma pena.. — gargalhou Jhon. — Mas é tão linda e comprometida, chega a ser um disperdicio ser apenas de um homem. Se for namoro à distância cuidado, a maioria não costuma a acabar bem.

Senti meu corpo estremecer.

— Cuidado com o quê?

— Com os chifres, não combina muito com os seus cabelos.

Eu confio no meu namorado. Eu sei que não é todos os namoros à distância que acontece traições. Samuel não faria isso comigo

Ale começou a dialogar com a Samara, uma amiga que só compareceu, hoje. Não tivemos a última aula, fomos liberados mais cedo. Porém fiquei na escola resolvendo algumas pendências que a tapada da minha mãe não avisou.

Estava me sentindo aliviada por ter me livrado do pessoal, até me deparar com eles na sala da minha casa.

Everton, Luke, Jhon, Julio e Maicom. Jogados pelo chão da minha casa.

Virou pensão isso.

— Como foi na escola, bebê? — minha mãe gritou animada ao me ver parada na porta.

Qual é a necessidade de me chamar de bebê na frente de estranhos.

Mais uma vergonha para minha vida.

Os garotos começaram a gargalhar. Olhei-os com nojo. Indo direto para o meu quarto, tento abrir a porta, mas está trancada. Chutei a velha porta irritada.

— Mãe manda o seu filho a abrir a porta, antes que eu derrube.

— Ui, ela está fortinha, ela. — Julio ironiza.

— Quer ficar sem os dentes, Júlio? Solta mais um pio.

— O que é pio? — Everton pergunto.

— Bebê, calma. — ela saiu da cozinha, indo em direção ao quarto.

A Blogueira e o RebeldeOnde histórias criam vida. Descubra agora