Capítulo 01

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Ashley

Quase... Por menos de vinte segundos, eu a vi chegando primeiro e sabia que meu bolso iria reclamar de novo.

— Ahh, eu acho que hoje eu vou pegar um lanche de salsicha — ouvi a Pérola dizer quando eu colocava minha bicicleta do lado da dela, dava para perceber mesmo sem olhar que ela estava se segurando para não rir.

— VOCÊ! — disse me virando de supetão e assustando ela — Fez uma ótima escolha — disse rindo do pulinho que ela tinha dado quando se assustou.

— Você é ridícula, sabia? — a imitei enquanto ela falava, ela sempre dizia a mesma coisa quando se assustava, aiai, a Pérola e sua previsibilidade.

Entramos na escola e fomos em direção aos armários, amava que nossa escola tinha armário, não precisávamos ficar carregando peso na bolsa e nem ficar com aquela bagunça de livros em casa, o que era um saco. Peguei meu chaveiro que estava na minha bolsa, junto com a chave do meu armário, do cadeado, do portão de casa e da porta também. Olhei para o Lado e a perola procurava a chave dela na bolsa, mas quando fui descendo o olhar vi que ela estava com a chave presa na casinha de colocar o cinto da calça dela, dei risada e tirei a chave mostrando para ela.

— O que seria de mim sem você hein? — ela disse tirando a chave da minha mão e abrindo o armário.

— Uma perdida, não sei como você nunca se perdeu vindo da casa para a escola — Pérola tinha um péssimo senso de direção, o que me fazia rir muito, por que ela já tinha se perdido para ir no mercado uma vez, que era a duas quadras da casa da Tainara.

— Nem começa, aquele dia foi uma exceção — disse pegando o chaveiro dela e limpando uma sujeira imaginaria, cada uma de nós tínhamos um armário e um chaveiro combinando, era um chaveiro do humor, nunca funcionou, pensei rindo, tirei o caderno que ia precisar para a primeira aula e fechei o armário, mas não estava esperando uma careta atrás da porta, quando fechei a porta a careta da Pérola apareceu e eu comecei a rir.

— Olha as duas palhaças — a tainara disse sorrindo e se abaixando para abrir o armário dela, quando ela olhou o horário que ela tinha colado no armário dela ela sorriu, pegou o caderno e fechou a porta sorrindo.

— O amor é lindo, não é? — perguntei olhando para a Pérola.

— É maravilhoso — assim que a Pérola terminou de falar ela recebeu um tapa da Tainara, o que me fez rir e receber um também.

— Não, — falei depois de receber o tapa e virei de costas para a Tainara — onde dói é mais pro mei das costas faz massagem ali, não no braço.

— Vocês duas são duas chatas.

Saímos as três para a sala e a Tainara a cada passo que dava em direção a aula ia ficando mais calma e feliz, nós três sabíamos da paixonite que ela tinha pelo Mark, mas sempre que falávamos ela dizia que era besteira e que ela não gostava de ninguém, ficamos nós três sentadas juntas, estava eu e a Pérola atrás de mim na fileira da parede, a Tainara na segunda cadeira da fileira do meio e o lugar da Maya atrás, e na frente da Tainara, claro, o lugar do Mark, a Tainara adorava ficar olhando os cachinhos do Mark durante a aula, eu não sei como ela sabia todas as respostas para qualquer pergunta do professor, se não prestava atenção ao que ele falava.

A Maya chegou com a bolsa dela e seus cadernos, mas não sentou no seu lugar de sempre, sentou nos bancos de trás, nos últimos da sala que sempre ficava vazios por que os meninos que sentavam ali mais faltavam do que iam a escola, olhei para a Pérola e depois para a Tainara, fazia quase um mês que a Maya não sentava junto com a gente, no começo achamos que ela estava triste com alguma coisa da irmã dela, deixamos ela quieta, já que ela prefere se isolar dentro de si quando algo assim acontece, mas quando o isolamento dela não passou começamos a ficar preocupadas, mas aos poucos ela foi voltando ao normal, lanchava com a gente, saia com a gente de noite, mas continuava afastada na sala de aula, ficava no canto dela, mexendo no caderno e quando chegávamos perto ela se fechava o caderno e abria um sorriso falso.

Sereias Por DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora