A Viagem.

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- Maria Vitória.

Eu e minha mãe não nos damos bem, ela tem um namorado, só tem tempo pra ele, as vezes me deixa em casa sozinha por 3/4 dias, vai pra casa dele e não se preocupa em voltar e nem ao menos ligar pra saber como estou. Ele não gosta de mim, por isso não reclama dela me deixar sozinha em casa. Sou muita grata pelos meus avós, que sempre me ajudam em tudo que preciso, e também pela mãe da Ana Gabriela, que por sinal é minha melhor amiga, quando estou sozinha em casa a mãe dela vem me buscar pra ficar na casa dela, pois tem medo de me deixar sozinha em casa num lugar como o Rio de Janeiro. Bom, hoje eu estou indo para casa do meu pai no Canadá, lá mora apenas ele e meu irmão mais velho o Jef, Ana Gabriela vai ir morar conosco, insistimos tanto para mãe dela e ela acabou cedendo, pois sabia que nós duas não conseguiríamos nos separar tão facilmente assim, como disse ali em cima, eu e minha mãe não nos damos bem, ela por sua vez está dando graças a Deus por se ver livre de mim. Essa mudança toda não vai ser fácil, sair de um lugar como o Rio de Janeiro, para ir morar no Canadá, não é uma coisa muito simples, sou simplesmente apaixonada pelo Rio, pra falar a verdade sou completamente apaixonada pelo Brasil, mesmo com todos os seus problemas. Meu vôo é às 23:00 PM quando era 21:00 fui me arrumar pra ir ao aeroporto.


- Maria Vitória, anda logo, já são dez e vinte e você ainda não saiu desse quarto com essas malas, você sabe que dez e meia a mãe da Ana vai estar passando aqui pra levar vocês pro aeroporto, desce logo.- gritou da escada.

- eu já estou descendo, tem como a senhora parar de gritar? Caso você não saiba não tem uma filha surda.- disse descendo as escadas com todas as minhas malas.

- filha não, você foi apenas um erro. Pegou tudo o que tinha que pegar pra não precisar voltar?

- vai se foder mulher, não sei nem como consigo te chamar de mãe ainda. Pode ficar sossegada que aqui eu não piso mais.- falei indo em frente a casa pra esperar a mãe de Ana.

- seu pai não vai aguentar ficar um dia com você lá garota, você é perturbada.

- perturbada é a senhora, como pode tratar uma filha assim? Você não ama nem a você mesmo né, por isso não tem a capacidade de amar o próximo.

- garota, você pra mim não é ninguém, por que eu deveria me importar? Nunca vou precisar de você.

- tome cuidado com as coisas que você diz, nós pagamos com a língua. Você vai acabar SOZINHA. E vai precisar de ajuda, a única que vai ter como te ajudar vai ser quem? Eu, escuta isso.

- nunca irei precisar de você, nunca, escute o que eu estou falando.

- me deixa em paz mulher, vá pra dentro e pare de encher o saco.- disse assim que vi o carro da tia Cíntia virando a esquina.

- não volte mais aqui, caso seu pai não te queira lá, você se vira, fica na rua, ou na casa da Ana, mas não volte aqui, não volte.- gritou em frente a casa.

- não vou voltar.- sorri e fui em direção ao carro da tia que tinha acabado de estacionar.

- Oi meu amor, está tudo bem por aqui?!- perguntou tia Cíntia.

- Oi tia, está sim. Ana me ajuda colocar as malas no carro?

- Ajudo sim Mari.- disse descendo do carro.

Coloquei minhas malas no carro com a ajuda da Ana e entrei no carro sem ao menos me despedir de minha mãe, isso doía em mim, mas não iria mostrar isso pra ela. Fomos direto pro aeroporto, demoramos apenas 8 minutos para chegar, assim que chegamos nos despedimos da mãe de Ana que quase não nos deixou ir, fizemos tudo o que tinhamos que fazer, adentramos no avião e sentamos nas poltronas que eram "nossas". Eu nunca andei de avião, então estava um pouco insegura, Ana já tinha andado uma vez então estava mais tranquila.

A Filha da Minha Madrasta.Onde histórias criam vida. Descubra agora