Capítulo Quatro

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- Abby -

O Bubba estava sempre agitado, mas ainda nos meses em que os turistas estavam ocupando todos os quartos de hotel e aluguéis nas férias, era uma loucura total. Durante o inverno, famílias juntas que migravam para o calor por algumas semanas nas férias.

Eu não sabia nada sobre nenhum desses. Férias ou famílias. 

Peguei um lugar no final do bar e pedi um hambúrguer e batatas fritas. Gastei o meu tempo comendo, observando todos os personagens para a noite, moradores e turistas. Uma mulher mais velha com o cabelo castanho encaracolado se sentou no colo de um homem vestindo moletom, o uso de sombra azul nos olhos dela era épico, indo até as sobrancelhas. Uma multidão de jovens universitários transformou a mesa de sinuca em uma atração melhor do que o futebol na tv. A pequena pista de dança estava lotada de pessoas que foram, ou ritmicamente desafiadas ou estavam muito bêbados. De qualquer maneira, todos eles pareciam estar se divertindo. Por apenas um momento, eu me encontrei em guerra com os sentimentos de ciúme. Até que eu vi o que um casal de adolescentes da minha idade estavam fazendo na mesa de canto.

O ciúme desapareceu tão rapidamente quanto veio.

Quando eu terminei de comer, eu pedi outra Coca para estender minha estadia. Eu estava exausta e certa de que eu cheirava mal como se todo o meu corpo tivesse sido maltratado com cerveja, depois frito e rolado em um cinzeiro. Ainda assim, fiquei até que a última pessoa se arrastou para fora do bar.

— Tudo bem, Abby? — perguntou Bubba. — Eu fiquei tão triste de ouvir sobre Georgianna, ela era uma grande mulher. — Bubba era mais velho, no final dos sessenta anos com um cabelo grisalho. Ele e Nana sempre conversavam quando ela me trazia para o café de domingo. Eu, uma vez, perguntei se ela já tinha pensado em ir a um encontro com ele, mas ela sempre deu de ombros, como se a ideia fosse tão ridícula como asas em um cão. Eu sempre suspeitei que pudesse ter havido algo mais entre eles do que apenas manhãs chatas de domingo.

— Oh, sim, eu estou bem, — eu menti. — Só não cansada ainda. Pensei em ficar até tarde.

Bubba acenou e tirou as chaves para trancar atrás de mim.

— Sim, noites agitadas como esta eu costumava me acabar. Eu não seria capaz de ir para a cama até o sol nascer. — ele bocejou novamente. — Obviamente, esses dias já passaram para mim.

— Ei, Bubba, qualquer chance que eu posso te incomodar para ter um trabalho? — eu me encolhi interiormente por ter que pedir. Eu sabia que não era exatamente qualificada. Para qualquer coisa. Eu poderia facilmente ter dito a ele minha história triste sobre estar sozinha e não ter dinheiro na tentativa de convencê-lo, mas eu não queria a sua pena. Mais do que isso, eu não podia me permitir soluçar em minha própria história triste, então eu definitivamente não quero que os outros o façam.

Bubba me olhou. — Quantos anos você tem agora, Abby?

— Quase dezoito anos. — era uma espécie de mentira e uma espécie de verdade. Dependendo da sua definição de 'quase'.

— Você nunca serviu antes?

Eu balancei minha cabeça. — Não, mas eu acho que eu seria muito boa nisso. Nana sempre falava sobre como ela costumava tocar seu café antigamente, e eu sempre escutei como ela lidaria com os clientes. Eu posso fazer isso. Eu prometo. — eu não sabia se isso era uma mentira, também. Eu não tinha ideia se eu poderia ser uma boa garçonete ou não. Agora não era o momento de honestidade.

— Abby, eu não posso arriscar a minha licença alcoólica te colocando atrás do bar. E eu não posso deixar você ser uma garçonete, porque nós estamos no auge da temporada e cheio de clientes e eu não tenho tempo para treinar alguém novo. Mas eu te digo isso, você volta a me procurar quando você fizer dezoito anos e se estivermos menos agitados, eu prometo que vou tentar encontrar algo para você.

A Luz na Escuridão do Dia ①Where stories live. Discover now