Capítulo 20

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             Abri a porta e encontrei um Charlie sentado no chão com uma garrafa de Bourbon, o qual julgo ser seu preferido, devido a quantidade de garrafas do mesmo.
Aproximei-me e sentei ao seu lado, observando a parede a frente.
_As vezes a vida é tão injusta!_
_ O que você quer dizer com isso?_
_Carolyne...uma menina doce e tão nova, passando por esses momentos, difíceis para qualquer pessoa_ disse dando mais um gole no bico da garrafa. _A mãe de Carolyne possui uma doença rara e genética... Não sei o vai ser do meu irmão quando Maggie se for.
Não sabia o que fazer ou falar... Tem certas situações que palavras são o remédio da alma, porém a única coisa que eu consegui fazer foi reparar no escritório a minha frente.
Levantei, peguei um copo que estava no bar, junto com outras bebidas e retornei para me sentar com Charlie. Puxei a garrafa de sua mão e enchi metade do copo.
Permanecemos em silêncio e bebendo por um bom tempo. Charlie já estava um pouco tonto, então decidi que seria melhor ele parar. Coloquei a garrafa em seu devido lugar. Enquanto isso, Charlie apenas observava meus movimentos.
Ajudei ele a se levantar e fui andando com ele pro seu quarto, que sinceramente não sabia onde era... Ao chegarmos no segundo andar, ele me guiou até uma porta. Abri e vi minha mãe deitada na cama dormindo. Levei Charlie até seu lado da cama, tirei seus sapatos e o ajudei a deitar.
Tinha perdido totalmente o sono, portanto fui para a área da piscina ficar olhando as estrelas até que o sono chegue.
Imaginava encontrar tudo na perfeita ordem, até que vejo uma
sombra preta passando em um lado do quintal que era mais arborizado.
                 Segui a sombra, que agora estava correndo, pois viu que eu estava indo atrás. Neste momento, o vento forte veio contra nós. Automaticamente reconheci o perfume de quem quer que seja. Era o mesmo do tecido do quarto do Ryan.
Será que era um ladrão? Acho que é melhor falar com o Charlie amanhã.
Voltei pro quarto meio perturbada, tentando esquecer tudo o que aconteceu hoje, o pressentimento ruim, o que Carolyne falou, a sombra, Charlie..._
Esqueci tudo na hora que olhei aquela ruivinha abraçada a um ursinho de pelúcia dormindo tão serenamente que meu deu inveja.
Sentei-me numa poltrona que tinha por ali e fiquei velando seu sono... pela forma que Charlie falou, Maggie está em estado crítico, tendo chances de que Carolyne cresça sem mãe. Credo! A mãe dela vai se recuperar! Tenho fé!
Quando estava caindo de sono, levantei da poltrona e deitei em minha cama ao lado de Carolyne... Jesus a cama era tão grande que mesmo que eu esticasse o braço não chegaria nela!
Dormi profundamente, acho que o whisky ajudou um pouco para isso.
Quando acordei, Carolyne não estava mais na cama. Levantei fiz minha higiene matinal e desci, encontrando um clima tenso entre Charlie e Ryan... com certeza esses dois brigaram.
_Se fosse sua filhinha querida não pensaria duas vezes né?_ Ryan já começou quando meu viu descendo as escadas.
_Não fala assim e nem mete ela na história! Ela não tem culpa de você ser um irresponsável que se acha o dono do mundo que fica correndo atrás dessas vadias! E eu não quero você longe de mim! Você é um bebezão que precisa ser vigiado 24h por dia porque não consegue tomar uma decisão que seja sem destruir alguma coisa! Já está decidido! VOCÊ NÃO VAI!_ Charlie estava bufando... ixi o trem tá feio.
Ryan simplesmente deu as costas ao pai com dois envelopes grandes em sua mão e saiu batendo a porta.
Minha mãe brotou de não sei aonde com um copo de água para Charlie e mandando ele se sentar para respirar.
Tomei meu café com o que restou do bolo de ontem que minha mãe fez e fui em direção a área da piscina, onde no final tem uma espécie de playground. Lugar que Carolyne estava sozinha e sentada olhando pro tempo.

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