A descendência de Drácula invade São Paulo

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Paulo e Pedro telefonaram para os pais deles, dizendo que iam ficar estudando na casa de Marinho e não iriam para casa naquela noite.

De volta ao quarto do nerd apaixonado pelos vampiros do cinema e dos livros, os três começaram a discutir sobre o assunto.

- Eu acho que o velho está obcecado e exagerando... – opinou Paulo.

- Vocês lembram daquele filme do Christopher Lee que o Drácula revive porque o servo dele pinga sangue nas cinzas que sobraram dele? Então, tem fundamento o que ele disse! – Defendeu Marinho.

- Eu não acredito em nada disso. No mínimo esse velho imaginou essa história toda, está delirando e nós fomos convencidos por ele. Acho arriscado voltar naquele cemitério e abrir de novo aquele túmulo cheio de cinzas e mais nada! – Argumentou Pedro.

- Ainda temos um dia todo pela frente antes de tomarmos uma decisão final se devemos ou não voltar lá. Vamos dormir um pouco e amanhã tentaremos arranjar bases sólidas que comprovem as teorias do professor. Vamos faltar na aula. Se ele conseguiu pesquisar isso tudo, devemos conseguir alguma coisa na internet e então decidiremos se devemos ou não seguir adiante com essa história.

- Boa, Marinho – disse Paulo, arrancando a camiseta e se enrolando em um canto do quarto para dormir.

Mal nasceu o sol na manhã seguinte e Pedro acordou os outros dois para começarem a pesquisa. Tomaram um bom café da manhã, atacando a geladeira depois que os pais de Marinho saíram para trabalhar e voltaram para o quarto.

Marinho pegou o laptop da irmã para Paulo usar na pesquisa e o tablet da mãe para Pedro.

- Vamos dividir os tópicos – disse Pedro.

Pegou um caderno e listou todas as informações que tinham, ajudado pelos outros dois. Depois acrescentou outro item na pesquisa: o professor Nigel Vahns.

- Mas por que vamos perder tempo pesquisando o professor? – Protestou Marinho, que era o mais amigo dele.

- Tudo que sabemos foi ele quem nos contou e acreditamos. Hora de desconfiarmos, somente para assegurar que está tudo certo. Acho o velho muito esquisito... – respondeu Pedro.

- Vai ser perda de tempo! Ele já disse que nasceu aqui, filho de pais holandeses que vieram da Inglaterra. Ele não daria aula em tantas universidades se fosse uma fraude! – Novo protesto de Marinho.

- E que universidades são essas? – Perguntou Paulo.

Silêncio.

- Ele só falou por alto... – murmurou Marinho, meio incrédulo.

- Viu? Só sabemos o que ele nos falou e ainda assim, falou faltando partes! – Exclamou Pedro.

- Está certo. Sou obrigado a concordar – Marinho deu o braço a torcer.

-Então... Marinho fica com a pesquisa da Baronesa de Itararé Ramira Nerk de Bulhões. Paulo fica com a pesquisa da construção do Palacete do Conde e do cemitério da Consolação e eu fico com o professor Nigel Vahns... Deus do céu! É isso! Olhem, olhem! Era o que eu achava estranho e não sabia o que era! – Pedro virou as páginas do caderno, sob os olhares atônitos dos outros amigos.

- Não estou vendo nem entendendo nada – disse Marinho.

- Muito menos eu! – Disse Paulo.

- Vejam! Não precisa pesquisa nenhuma! Vejam isso!

O garoto pegou uma folha do caderno e passou um traço horizontal no meio. Em cima escreveu em letras grandes e separadas:

R A M I R A N E R K de Bulhões

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⏰ Última atualização: Jun 09, 2017 ⏰

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