Capítulo 1.

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 P.O.V Lilian

Coréia do Sul - 23h.

Não acredito que consegui uma bolsa de estudos. E, ainda pra melhorar a Ayumi me arrumou um emprego de meio período, ou seja, matei dois coelhos em uma cajadada só. Quero muito conhecê-la. Ela é minha melhor amiga virtual.

Ai, tô morrendo de sono. - bocejo. - Estava tão ansiosa que mal consegui dormir na viagem. - olho para o prédio onde a partir de hoje será meu novo lar e emprego.

Dou um leve sorriso e suspiro encantada com a vista do dormitório todo iluminado pelos refletores. Vou caminhando trêmula até a entrada do saguão. Meu corpo está em êxtase, sonhei tanto com este momento que mal posso me conter de tanta felicidade.

Já na entrada posso ver o balcão da recepção no canto esquerdo e duas escadas rolantes centralizadas. Há também poltronas e algumas mesas, cada uma com um jarrinho de flor por cima.

Vou até o balcão, para assim confirmar que sou uma estudante e para pegar a chave do meu quarto.  

Esse é seu cartão de estudante, com ele você tem acesso ao seu quarto, à biblioteca e a todos os outros lugares no campus em que precisar de uma senha ou identificação. - diz o recepcionista terminando o meu check in, após eu ter passado a papelada e meus dados pessoais. - O dormitório feminino é subindo pela escada rolante da direita. Tenha uma boa noite, senhorita.

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P.O.V Aina

Brasil

– Mãe, minhas malas já estão feitas! - eu grito do meu quarto, colocando minhas mãos perto da boca para ampliar o som.

– Certo, vamos. Eu vou te levar até o aeroporto. - grita de volta.

– Ah, deixa só eu pegar meu kumamon de pelúcia... pronto.

Olho para o meu quarto e despeço-me dele mais uma vez, especificamente despeço-me da minha cama. Tantas noites juntas, deixá-la me deixa triste.

Estou tão feliz por ter conseguido entrar na Dong-a University em Busan. No começo achei que seria impossível minha mãe deixar, mas depois de tanto insistir, deu tudo certo. Eu sei que o ensino coreano é bem rígido e que os alunos são muito competitivos lá, mas vou dar o meu melhor!

Aeroporto - 11h.

– Tem certeza de que não falta nada? Os documentos estão todos checados, você está com seu celular... - diz minha mãe preocupada, franzindo a testa.

– Está tudo certinho.

– Se quiser voltar pra casa, ainda pode fazer isso. Você sabe, né? - coloca uma das mãos em meu rosto carinhosamente.

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