O despertador tocou, recebendo um soco de Harry. Ele virou de lado e resmungou, se arrastando para fora da cama, trocou de roupas, colocou os óculos e desceu para o café na cozinha, onde Malfoy discutia com Monstro para que deixasse Teddy em paz. Assim que Harry encostou o pé no batente, o elfo abaixou a cabeça e saiu.
-Obrigado – disse Malfoy, encaixando Teddy na cadeira alta.
-Por nada – Harry se serviu de café de torrada. - Você é mestre dele agora. Lembre-o disso quantas vezes for necessário.
Teddy riu, mostrando os dentinhos brancos para o padrinho, que lhe deu um beijo antes de sair.
-Tenha um bom dia – disse Harry a Malfoy.
-Você também.
Draco
-Tenha um bom dia – disse Potter com um sorrisinho.
-Você também – Draco respondeu. De verdade? Por educação? Bah, era tudo o mesmo.
Teddy soltou uma gargalhada que fez a sobrancelha de Draco se arquear.
-Não olhe assim para mim, garoto. Não é como se eu estivesse apaixonado por ele.
Teddy riu de novo, com despeito. Draco levantou os olhos para o relógio, sete e quarenta. Astoria chegaria às oito, tinha vinte minutos a sós com o menino. Limpou o rosto sujo de maçã amassada do priminho.
-Draco? Você gosta do padin?
-Padin? O Potter? - o menino assentiu. - Ele tem olhos bonitos.
-Olhos bonitos... - Teddy ecoou, como se refletisse. - Draco tem olhos bonitos.
Ele teria corado com o elogio, se não viesse de Teddy. Fez menção de levantar e tirar os pratos, mas não havia pratos para serem tirados. Monstro já os levara. Uma das vantagens de voltar para uma casa com elfos domésticos, pensou satisfeito.
O menininho ergueu os braços, pedindo para sair da cadeira. Draco atendeu o desejo, deixando-o explorar a sala de refeições. Ele caminhava entre os armários velhos, fascinado. Não que houvesse algo de empolgante em móveis de mogno e carvalho com o triplo da idade de ambos somada.
A campainha tocou e Monstro foi abrir a porta. Draco suspirou aliviado. Astoria chegara, Draco estava tão grato que poderia beijá-la. E beijaria, se não fosse homossexual. Segundo o que ele acreditava, sua sexualidade foi mais um motivo para Lucius expulsá-lo, mas ele não podia negar que morando só tinha total liberdade de levar seus amantes à sua casa.
Amantes, nunca namorados, porque Draco Malfoy ia de um relacionamento a outro como mudava de emprego ou endereço.
Talvez não pudesse levar ninguém para dormir em Grimmauld Place a não ser que ele e Potter se acordassem quanto a isso – mas por ora, discutir seus hábitos sexuais com Potter estava fora de questão – então teria de dar um jeito, como sempre.
-Bom dia, Draco – cumprimentou Astoria, sorrindo e o abraçando. - Bela casa.
-Obrigado – Draco relaxou a postura. Mesmo Astoria sendo uma das poucas ligações com seu passado rígido, podia relaxar com ela. - Teddy, esta é minha amiga Astoria, que vai cuidar de você. Tudo bem?
-Oi! - saudou o menino com um grande sorriso. - Tudo.
-Preciso ir, ou Thomas me mata. Obrigado de novo, Astoria.
Ela acenou e se virou para o menino enquanto Draco corria porta afora. Marine Willows o esperava em sua sala, braços cruzados frente ao peito, olhar sisudo que fez um arrepio descer a espinha de Draco. Conferiu o relógio no telefone celular. Oito e dez. Dez minutos de atraso. A carranca de Marine se desfez, dando lugar a um sorriso de canto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quem vai ficar com Teddy?
FanfictionDois anos depois da Segunda Guerra Bruxa, Harry Potter se tornou auror, e sua vida parecia resolvida, morando na casa que seu padrinho lhe deixou, aumentando a fortuna herdada dos pais, sem problemas, até receber a notícia de que Andrômeda Tonks tev...