Capítulo 52

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Na verdade eu queria era beijá-lo na boca, mas eu segurei não sei porque. Ficamos ali conversando. Por volta das 5h ele me disse que ia me deixar em casa, mas dessa vez ele me disse no caminho que ia voltar novamente com seu pai à casa de sua tia no interior para ver como ela passava e talvez trazê-la para fazer uns exames médicos. "Bom então é melhor você ir para casa dormir" eu disse, ele quis ficar, mas achei mais prudente ele dormir melhor, a estrada é perigosa, sem acostamento e temi por ele guiando, cansado. Ele me deixou na porta do meu prédio e me deu um beijo na cabeça eu devolvi comum abraço e desci. Subi para a varanda para me despedir dele como gosto de fazer e já se tornou habito entre nós. Assim fizemos, ele piscou os faróis e se foi. Vinte minutos depois nos falamos por telefone e mais uma vez agradeci a ele por haver me feito tão feliz como ninguém mais, ele ficou calado com isso, e ouvi o ar que sai pelo nariz quando um sorriso é contido. Depois de certa pausa disse "E te adoro, coelhinho, e acho que quem ficou mais feliz fui eu". "Você não quer ir com a gente não?" Ele perguntou. Como era um assunto de família, e eu não sabia como a tia dele estava achei mais prudente não ir, ele insistiu um pouco e expliquei a ele que de início não aceitou, mas depois concordou comigo. "Amanhã por volta das 9h eu passo por aí para me despedir" Nos despedimos e mais uma vez agradeci a Deus por haver me feito encontrar Marcelo. Dormi ouvindo as músicas que ele gravou para mim e no outro dia, como havia dito, ele e o pai aqui passaram para se despedir. "Tem café nesta casa?" O pai dele perguntou daquele jeito bonachão e se convidou para entrar, ele definitivamente não parece com um delegado! Conheceu minha mãe e meu pai, conversaram animadamente, acho que por serem da mesma idade têm muito em comum. "Quando ia embora o pai de Marcelo me abraçou e me deu um beijo a cabeça. "Eu a minha mulher gostamos desse menino aqui como um filho" disse ele.

Meus pais sorriram e não o sei o que pensaram, mas não acho que tenha sido nada de ruim. Me despedi de Marcelo com um abraço e como notei algo de diferente nele, ele embora de forma sutil, parecia preocupado com algo Será que já o conheço assim. "Tudo bem?" perguntei "Tudo, Claudinho" ele respondeu. Vai com Deus eu disse e recebi de volta uma piscadinha. Eles partiram e passei o resto dia no quarto ouvindo as músicas que Marcelo gravou para mim, Quis escrever a vocês, meus confidentes, mas meu computador queimou a fonte, (a moça que trabalha aqui em casa, desconectou todas as tomadas para limpar e quanto voltou a ligá-lo o fez conectando o gabinete da CPU direto na tomada), quando liguei a fonte queimou, mas sexta, Gutão ficou de me trazer uma outra, usada, que um amigo dele pôde me emprestar até eu comprara outra. A noite Guto, telefonou a noite dizendo que Marcelo pediu para me avisar que só voltaria na terça. E aproveitou para perguntar se eu não queria sair, agradeci e disse que ia ficar em casa. O domingo foi tranqüilo, tirando a saudade de Marcelo, mas tudo bem. Devo dizer que desde a festa meus pais estão mais atenciosos, meu pai conversa mais comigo e minha mãe me perguntou mais sobre meus amigos, coisas pouco comuns. Guto ligou no domingo a noite me chamou para sair novamente, mas novamente disse não e agradeci. "Eita coelhinho, só sai quando o Marcelo está aqui. Quer almoçar comigo amanhã?" Guto perguntou e aceitei, almoçamos daqui a pouco. Amigos, estou aqui, morrendo de saudade de Marcelo e com essa impressão estranha de que ele passa por algo que está guardando para si. Acho que isso o tem deixado preocupado e gostaria de saber o que dizer a ele. Hoje a segunda está tranqüila e até agora não já problemas, tirando os boatos de que todos os estagiários estarão fora depois do dia trinta; isso me deixa triste porque preciso desse emprego e já até me cadastrei em outras empresas conveniadas, mas as coisas não são fáceis.

Obrigado por me ouvirem; tenho revelado o que de mais íntimo tenho no peito a vocês e acho que já os amo a todos. Desculpe-me por tornar isso aqui uma espécie de diário das minha aflições, mas a necessidade de desabafar para não sufocar é maior

Amigos, sinto-me a vontade de assim os tratar, pois desse modo já os considero; vocês são os únicos a quem confidencio que habita em mim esse bicho quem não sei o nome mas que se alimenta do meu coração e nervos; vocês são meu lenitivo, minha dor é amortecida quando a vocês me reporto, as vezes com o choro contido, Faz toda diferença para mim contar a vocês o que passo, embora seja covarde e ainda esteja anônimo. Já me disseram que é mais fácil sofrer quando há alguém olhando e a cada dia creio mais nisto. Desculpo-me quanto ao modo como discorro o que comigo acontece, vou procurar um outro modo de falar pelo que tenho passado. Talvez dessa forma escreva em razão do fato de eu ter tido uma instrução mais rígida que os padrões que agora todos têm acesso. Fui bolsista em uma escola seminarista em regime de semi-internato por anos, mas não fui seminarista (embora a certa altura da minha vida tenha considerado isso um possível caminho). Perdi a conta das vezes em que meu modo de escrever foi repreendido por meus preceptores que dele desdenhavam dizendo que precisava melhorar da escrita à grafia e até hoje duvido que escreva de forma correta em certas ocasiões. Hoje tendo deixar essa prática, mas me tornei um prolixo. Na faculdade a zoação é geral quando tenho que escrever um trabalho, os colegas dizem que tenho mais de duzentos anos, vez por outra me pego escrevendo de forma pouco coloquial e isso me incomoda, mas escrever sempre foi um dos poucos prazeres que tive antes de ir para a faculdade. Não leio o que escrevo, simplesmente despejo no teclado o que sai do coração e isso não tem conexão com meu cérebro, se encontrarem erros de português não reparem, podem acontecer e erros de digitação também, ainda mais agora que só tenho o computador daqui da empresa para fazer meus desabafos e tenho que digitar correndo.

O Namorado da Minha Amiga - OrkutOnde histórias criam vida. Descubra agora