Querido Jonathan e demais amigos, comungamos do mesmo sofrimento. O amor é o maior dos flagelos e em si traz o mais sublime e o mais amargo que a alma humana pode provar. A dor é eterna companheira de quem se atreve a amar e acho que esse deve ser o preço a ser pago por momentos eternos. Para mim não é fácil não pensar em Marcelo, meu menino anjo, que é a pessoa mais linda do mundo e que me faz disparar contra este teclado, palavras bobas ditas dessa boca que tanto deseja a dele. De Marcelo, amo a voz grave que me embriaga quando sussurra meu nome, amo o reflexo da luz do sol da tarde na cor de trigo dos seus cabelos e o sorriso pérola que me faz esquecer dos dias cinzas. Quero a luz azul do olhar inocente desse anjo. Sua ausência me é de uma estranheza que me rasga por dentro e ranjo os dentes nessa angústia muda que me oxida o espírito. Meus dias sem sua presença têm gosto azedo. O que faço se me acostumei a ele? Quando estou ao seu lado sou mais feliz do que qualquer mortal. Não consigo esquecê-lo. Quero sentir seu perfume, a delicadeza do seu hálito, o calor do seu abraço e a firmeza do seu toque. Se pudesse jamais o teria conhecido. Porque fui ensinado a amar? Queria ter uma pedra no lugar desse coração e dela me desfazer nas longas horas de espera que amargo longe dele; meu coração pula todas as vezes que o telefone toca quando não consigo falar com ele. Quem pode fazer ideia do que é isso?. Temo por não saber mais quem eu sou nada mais me agrada. O ar me falta e quero dormir por mil anos, sonhar talvez, morrer e nos braços dele voltar a viver. Quero sempre tornar a vê-lo o quanto antes senão nem sei. Penso que quando ao seu lado volto a estar tenho alturas de incenso.
Ontem, depois de uma tarde aflita tomei meu ônibus para a facul buscando através da janela poder ver Marcelo. A aula me pareceu tão aborrecida que em dado momento às vozes dos meus colegas começaram a me irritar. Foi um tormento entre expectativa e receio.
15min antes de terminar meu telefone toca... era o número do Marcelo. "Coelhinho, sua aula já acabou?" ele perguntou. Não respondi direito, acho que disse que sim enquanto levantava da cadeira, nem recordo o que falei a ele, eu saí da sala como que caminhando em um sonho, tinha os passos trôpegos. Meu professor perguntou aonde eu ia, mas não lembro de ter respondido. Cruzei o corredor com passos incertos e aquele nunca me pareceu tão longo. Em minha cabeça havia uma confusão e rostos embaçados passavam por mim que fitava tão somente a porta da entrada da faculdade. Quando finalmente ganhei o estacionamento foi com chegar à praia após passar por um túnel escuro e avistar a imensidão do oceano. Ao longe pude identificar a caminhonete do pai de Marcelo, ela estava simplesmente imunda de barro, atravessei correndo o estacionamento sem olhar para os lados correndo em direção a Marcelo que ao me ver abriu os braços e com um sorriso que brilho como a luz de mil sóis iluminou minha noite. "Eu vim ouvindo todas as músicas que me lembram você. Estava morrendo de saudade, Você gosta de queijo da roça? Eu trouxe doce de leite também pra você. Poxa, coelhinho eu estava morrendo de vontade de te ver, tá afim de dar uma voltinha comigo?" Marcelo não parava de falar e eu me quedei ali maravilhado e mudo pela visão do meu Arcanjo; sujo do barro e da poeira da estrada, com o cabelo desalinhado e a barba por fazer, respirei o cheiro do suor que exalava do seu corpo como que querendo dali sorver a vida e me abracei a ele com se fosse meu último momento. "Que bom que você estava com saudade também" disse ele naquela gargalhada que me alimenta. Suspirei em seu peito toda falta que há muito estava presa no meu peito e acho que entreguei naquele momento o desespero que senti na sua ausência. "Eu precisava tanto te ver, coelhinho" disse ele quando me afastei. E continuou perguntando se Guto havia cuidado bem de mim e outras coisas que não lembro porque parei de ouvir sua voz, pois só conseguia fitar seu rosto nada mais.
Naquele momento o masculino que há em mim era presenteado com o contato com aquele que me modifica que me renova e que me faz saber onde me encontrar e que me torna homem por inteiro. Ao lado de Marcelo me torno completo que volta a ser metade quando dele a vida me aparta. "Escuta uma coisa, você não quer ir lá pra casa, dai tomo um banho e a gente saí pra comer alguma coisa ou eu preparo algo pra você" Convidou Marcelo. " O que você quiser Cachorrão" respondi a ele que soltou outra gargalhada dizendo "Meu Deus, como eu senti falta disso" e me deu um beijo na testa que retribuí com um abraço e um beijo naquele peito salgado que visivelmente arfava de contentamento. Fomos para a casa dele e lá chegando ganhei um abraço da mãe de Marcelo e do seu pai. "Claudinho, meu lindo, porque você sumiu?" A mãe de Marcelo me perguntou, dei a velha desculpa de sempre - estudos e trabalho -. Conversei dois minutos com eles que se desculparam por terem de ir sair [os pais de Marcelo estão juntos faz trinta e seis anos, mas parecem namorados] Pensei onde poderiam ir às 11h da noite. "Claudinho, você me espera enquanto tomo um banho e tiro a lama de cima do corpo, acho que hoje vou entupir o ralo" disse Marcelo rindo. "Tudo bem" respondi e me sentei na sala. "Espera vendo televisão no meu quarto enquanto tomo banho" disse ele me puxando pela mão. Em seu quarto o vi tirar a camisa, os sapatos e a calça; ele ficou só de roupa de baixo, e me disse eu já volto. Não é segredo para ninguém o quanto eu o acho lindo, mas dessa vez eu o achei mais lindo ainda. Já dentro do banheiro de lá ele gritou para eu deitar na cama e ligar a televisão. Obedeci e comecei a assistir qualquer coisa do Discovery channel. O banho de Marcelo não foi tão rápido e acabei cochilando. Acordei com ele de roupão deitado ao meu lado me olhando. Reconheci o perfume Armani que ele usa e fiquei indeciso se prefiro o cheio natural a versão perfumada de Marcelo. "Oi coelhinho dorminhoco, demorei né? Desculpa" Disse ele num sorriso.
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O Namorado da Minha Amiga - Orkut
Kort verhaalEste conto é um conto verídico postado na antiga comunidade do Orkut, durante o conto o escritor anônimo interagiu com os integrantes do grupo. Rede Social: Orkut Comunidade: "Tenho tesão por amigos héteros" Data da Postagem do conto: 05/04/2007 Co...