Saty

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Nos dias que se passaram eu e Maya estávamos mais próximos. Não agíamos como casados e sim como amigos,pois minha esposa ainda ficava muito tímida ao meu lado, quando eu tentava chegar para beijá-la ou algo do gênero.

Nossa rotina era monótona, eu trabalhava o dia todo, chegava às 18:00 horas,maya ficava o dia inteiro em casa fazendo sabe lá o que. Toda noite ela faz o jantar, jantávamos juntos e conversamos sobre nossas diferenças culturais e assuntos do cotidiano que nos faziam conhecer um pouco cada um.

Nessas conversas, descobri que Maya tem 22 anos, é muito inteligente e não assistia muitas séries, apenas filme de Bollywood, nunca tinha viajado e não conhecia a times square, nem por foto e nem pela tv.

—Nós precisamos ir lá - falei enquanto saboreava o maravilhoso macarrão que ela havia feito pra mim - isso está perfeito - me referi ao macarrão, Maya sorriu corada.

—Obrigada.

—Você sabe que não precisa fazer janta todo dia, podemos pedir comida a hora que quisermos.

—Gosto de cozinhar - falou mexendo na comida. - ajuda a passar o dia- fiquei a olhando. Nunca sabia o que Maya fazia durante o dia.

—O que você faz durante o dia? - perguntei curioso, ela engoliu em seco e me olhou apreensiva.

— Limpo a casa, faço comida e espero você chegar - falou baixinho, sorri e segurei sua mão.

—-Você precisa conhecer pessoas novas, fazer algumas amizades - ela me olhou surpresa - quem sabe assim você sai de casa enquanto trabalho. Depois que você se acostumar com o país e com nossos costumes poderíamos arranjar um trabalho para você.

—Trabalho?  - afirmei - não, não sei fazer nada, mas gostaria de conhecer pessoas novas, todos os meus amigos ficaram na índia - apertei sua mão de leve e a beijei.

- Vou apresentar meus amigos para você, Mike, Logan, Jenny e Anne. - fiquei pensando no quanto Maya combina com as meninas, elas iriam se dar bem de cara. Jenny e Anne parecem ser casca dura, mas são uns amores, tratariam a Maya muito bem e ainda fariam um bem gigantesco a ela, tirando ela um pouco de casa e mostrando o dia a dia do ocidente enquanto eu ficava trabalhando o dia inteiro fora na empresa.

Maya me olhou apreensiva.

- Não sei interagir com pessoas desse país - respirou fundo e continuou - é tudo tão diferente, ainda estou me acostumando, parece que só agora depois de uns dias estou percebendo a cultura totalmente diferente de vocês.

— Vamos focar nisso, o que você acha dessa casa?

—Sua casa é perfeita - falou rapidamente, foi então que percebi que Maya estava com medo de me falar a verdade, talvez ache que irei brigar com ela, caso fale algo que me desagrade.

—Quero a verdade Maya - falei sem parecer rude, ela respirou fundo.

— Sua casa é sem cor, eu me sinto sozinha o dia inteiro, queria ter um cachorro para me fazer companhia e não queria que agíssemos como amigos. - abri a boca, mas não consegui falar nada apenas em silêncio assimilando as palavras dela.

—Vamos por partes - comecei devagar. - primeiro, não é minha casa, é nossa casa - falei apontando de mim para ela - segundo, sem cor? como assim?.

—Lá na minha casa na índia, nossa casa tinha uma cor mais vibrante, mas alegre - deu de ombros- não estou julgando nem reclamando, só estou dizendo que é bem diferente da onde morava. - me encostei na cadeira e a olhei atentamente. Havia notado que Maya sempre se vestia com roupas coloridas, mas nunca imaginei que ela queria uma casa mais chamativa.

—Maya - chamei - você pode fazer o que quiser com essa casa, decorar da maneira que quiser, é sua casa, nossa casa - falei pegando em sua mão e depositando um beijo, ela corou. - entendeu? - acenou com a cabeça. - beleza, próximo item, se sentir sozinha.

—Não me sentirei mas sozinha se ter uma cachorro - falou rapidamente. Ri baixinho do seu desespero de ter uma animalzinho.

—Tudo bem, vou providenciar um filhote para você - falei rindo - mas por que esse interesse em ter um cachorro? - ela desviou os olhos dos meus e respirou fundo.

—Tenho que falar a verdade? - afirmei - mesmo que você não goste? - abri a boca e afirmei novamente.

—Porque se tivermos uma cachorro você não ia querer ter um bebê agora - engasguei e comecei a tossir desesperadamente.

—Bebê?

—No meu país geralmente as mulheres já ficam grávidas na noite de núpcias, mas não queria ter um bebê agora, não estou pronta, mas se você quiser eu..eu, aceito - falou rapidamente. Ela não quer ter um bebê,mas teria um se eu dissesse que queria. Seria Egoísmo. E pensando seriamente eu quero um bebê?

Quero. Mas não agora, quem sabe mais para o futuro, quando tivermos sentimentos um pelo outro.

—Maya, calma - levantei e me aproximei dela, levantei seu queixo e olhei em seus olhos - nós vamos ter uma bebê, quando tiver que acontecer, não precisamos nos apressar - ela assentiu - o cachorro está ótimo, por enquanto - falei divertido.

— E chegamos no último item da lista - me sentei novamente e olhei para seu rosto corado. - não precisa se envergonhar, nós podemos agir como casados, fazer tudo que marido e mulher fazem, é isso que você quer?

—ahn...sim - ela ficou vermelha - eu gostei muito de fazer aquilo que fizemos na nossa noite de núpcias - falou baixinho, mas mesmo assim eu escutei. 

Eu tinha gostado também. Muito.

—Eu também - falei acariciando sua bochecha - mas você precisa parar de se afastar quando tento chegar perto de você

—Desculpa, tenho medo de estar fazendo algo errado. - me levantei e a puxei. Ficamos um de frente para o outro.

—Você não está fazendo nada errado - passei minha mão por seus cabelos, tão sedosos e macios. - vocês está fazendo tudo certinho - falei antes de puxar delicadamente seu rosto encostando meus lábios nos seus, dando início ao tímido beijo.

Nos afastamos e sorrimos, beijei sua testa e a abracei.

—Viu? não foi tão ruim - falei rindo, ela riu baixinho encostada no meu peito. - agora que você está mas relaxa, podemos ir para o quarto, você disse que queria repetir a dose da noite de núpcias, não disse? - perguntei me fazendo de inocente, ela sorriu corada e para minha surpresa afirmou com a cabeça. Sorri.

—Então vamos minha indiana gata - a abracei por trás e levei em direção ao quarto. - ahn... Um dia você poderia dançar para mim, né? - perguntei a apertando, ela me olhou por cima do ombro e sorriu concordando. A imagem de Maya dançando sensualmente para mim não saia da minha cabeça. Eu estava completamente ferrado.

Casamento Arranjado ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora