Capítulo 5

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Me levanto assustada, tentando esconder as lágrimas.

- A quanto tempo você está aí?

- O suficiente pra ver o quão rude fui com você, deve ser as drogas. - ao olho assustada. – eu acho.. - ela solta uma leve risada, me fazendo rir junto.

– tudo bem. - suspiro.

– que dia será o velório?

– amanhã. Tenho que dar um jeito de ir para Paris. Por isso tenho que falar com o rei.

– tratar a morte das pessoas como um assunto de negócios, é especialidade dele. - ela murmura.

– Bem. Ele sempre arruma um descu- sussurro.

– ele é um tremendo ordinário. - ela suspira se sentando ao meu lado.

– então você não gosta do seu próprio pai? Todos aqui são tão rudes assim?

– não, não é isso! É que o papai só tem olhos para o Christopher, e o mima por ser o próximo na sucessão, e as vezes para chamar a sua atenção faço coisas idiotas, assim como meu irmão.

– Você quis dizer Christian né? O que estava na mesa hoje.

– Não estou falando dele, estou falando de Christopher meu outro irmão. Ele chega hoje de uma viagem de negócios.

– vocês são quantos afinal? – forço um sorriso, tentando parecer interessada na conversa, mas o que eu quero é me trancar no quarto sozinha e chorar.

– somos três, bem.. Eu tenho 17 anos e é óbvio a mais nova.. - ergo a sobrancelha esquerda, como ela pode ter 17 anos e ir a festas e viajar sozinha?
– sim, sei que sou menor de idade, mas é que eu sou uma princesa, e é obvio que consigo tudo que quero! -ela joga o cabelo sedoso para trás de forma graciosa.
– tem o Christopher o mais velho, 25 anos pra ser mais exata! Ele é um pedaço de mal caminho, mais vai casar então nem crie expectativas. - ela sorri me dando um soco leve no ombro. – e tem Christian, meu outro irmão, ele odeia esse castelo tanto quanto eu, vive viajando e namorando várias, ele até foi eleito por um site, como o jovem mais gato do país, ele quase nunca está aqui, e quando vem o papai faz questão de manda ló embora urgentemente. E trata ele feito um lixo, como você viu hoje.

– Por quê?

– por ele ser um filho não muito utilizável como Christopher, e aliás nem todos no país sabe da existência dele, até porque ele nunca está presente nas festas.

Eu já não aguentava mais ver Eleanor tagarelar, já nem estava prestando atenção mais, só focava nas memórias da morte de meus pais.

– acho que nem na coroação de Christopher ele vai estar aqui.

– ele quem? -acordo de meus pensamentos.

– Christian! Agora mesmo ele está arrumando as malas para ir embora.

– Então a realeza é totalmente diferente do que vi em filmes. - Murmuro.  – Pobre Christian. Não se sentir bem no próprio lar deve ser doloroso.

– ah relaxa. Ele já se acostumou com isso.

– As vezes escondemos nossas dor para parecer mais fácil. Pode ser o caso dele.

– está interessada nos sentimentos do meu irmão? - ela pergunta, arqueando a sobrancelha esquerda.

– O QUÊ? NÃÃÃO! - digo assustada. Como ela ousa dizer isso. – só fiz um comentário. Só isso. - murmurei.

– Vou fingir que acreditei.

– Eleanor, posso me descansar é que as últimas horas foram muito difíceis.

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