A escola era completamente apenas um pretexto pra poder fugir do furacão que meus pais criaram. Era a única forma que eu poderia fugir deles, e eles se livrarem de mim.
Eu não sou nada parecida com meu pai, e não tenho os mesmos pensamentos que minha mãe formou, mas o fato de que temos sardas, e o mesmo cabelo e formato de nariz, pra ela significa que temos a mesma opinião formada sobre muitas outras coisas também.
Mas, eu gosto de pensar que algum dia, eu não tenha mais que fingir e nem fugir da coisa toda.
Porque na maioria das vezes, quando saio de casa, em manhãs frias como foi hoje, é como se o vento tivesse canivetes e cortasse todas as partes do meu rosto. Mesmo que fosse apenas algo macabro da minha mente.
As vezes, eu não faço ideia, do porque eu ainda tento. Se tudo ou nada está bem.
Odeio isso. Odeio isso. Odeio.
Quando cheguei naquela escola, aonde você pensa" Posso fingir agora que sou igual a todos" Mesmo que você tenha, conceitos diferentes sobre tudo, e mesmo que você não fale com ninguém lá.
Você pensa, você tem conceitos iguais a todos, você vive em mundo iguais a todos.
Mesmo que pessoas como eu, apenas respirem pra não dizer que é algum tipo de zumbi. Nós somos os zumbis. Eles são apenas os humanos.Certamente vão querer engolir você vivo, e não você zumbi querer engolir eles vivos.
-No que você tá pensando?- Daniel pergunta, Lolla chega pra perto de nós.
-Zumbi. Foomee.- faço uma voz rouca, tipo monstro, entortando o canto da boca.
Fazendo nós três começarmos a imitar zumbis, o que foi engraçado, porque sempre tem uma espécie de retardados que vão ficar olhando. E dessa vez Tessa "a loira falsa" estava nos olhando.
Parei. Sorrindo. Fingindo não ter visto a sua expressão de nojo, me virando para o lado em que Lolla está sentada.
-O que aconteceu com você hoje Bronny?
-Eu não vivo hoje, então o que está acontecendo nesse exato momento Lolla?- arqueio uma sobrancelha, enquanto vejo Craig parar na frente da carteira da Lolla.
Ele sorri pra ela. Ela sorri.
Mesmo que ela tenha parado por um tempo, e mesmo que ela tenha encontrado outra pessoa. É incrível os dois.
Os finais, são apenas rascunhos errados.
Daniel está me olhando. Fixadamente. Isso me deixa envergonhada, completamente.
Ele tem meio que o poder de deixar pessoas sem jeito. Pessoas como eu. Ou talvez apenas eu.
-Então...- começo falando, pegando meu lápis. Professor entra na sala. Dando bom dia.
-Você está diferente.- observa.
Aponto meu lápis pra sua bochecha, pra que ele sorria e suas covinhas aparecem.
Porque estou apenas respirando hoje.
O que eu não digo. Eu não respondo nada. Sou como a velha garota de lata.
Sorrio.
Droga, Daniel. Só uma droga, que eu consumo todos os dias. Mas eu nem sei o nome dessa droga, e eu acho que não quero saber.
Porque...Se eu souber, talvez você me mate.
-Me mate agora, por favor- sussurro brincando perto da sua cabeça, quando ele se vira pra frente, e a aula começa.
Ele ouve, e sorri, eu acho. Porque eu não vejo, mas eu tenho certeza disso, quando sua voz rouca sussurra em resposta.
-Quando você quiser, Bronny.
Meus pés esbarram no seu, debaixo da sua cadeira.
Isso me mata. Claro que sim.
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Diário De Uma Estranha
FantasyBronny é a estranha. Sua definição é uma garota com sardas. Ela é antissocial que se apaixona inevitavelmente por alguém que não existe, mesmo que ela force a pensar que, não goste dele depois de um tempo, porque também existe seu amigo, e se essa p...