A brisa serena, que bate em seu rosto, escancara o indesejável. Sua tristeza se esconde atrás de seus curtos e oleosos fios de cabelo, que permanecem estáticos mesmo a ameaça do vento de expor. Marcas temporais em seu rosto criam rotas sem início, meio e fim por toda sua face. A cada sopro da ventania todo seu corpo se abre, seus pelos abrem as portas para a entrada dos calafrios.
Os rasgos em sua roupa lhe lembrava do que acontecera horas antes.Seus pés descalços produziam ruídos ao tocar as folhas secas trazidas pelo outono. Sua respiração ofegante se sobressai aos sons das buzinas escassas dos automóveis da rua. Sua pele oleosa brilha em meio a luzes anoitecidas dos postes. Postes grandes, postes gigantes, postes que poderiam lhe esmagar sem nenhuma dificuldade e que ele mesmo não se incomodaria.
As manchas de terra e sangue que pintavam sua blusa rasgada lhe recordava de quando era menino. Voltava de mais um dia de estripulias com seus amigos da rua, era feliz. Estes dias deram espaço para obscuridade e desesperança, a tristeza agora era cotidiana.
Estava deitado, seu olhos são pregados pela insônia que lhe domina, mantém abertos teus olhos para que não durma, e contemple seu monstro interior agir.
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Melancolia (Contos)
General FictionContos demonstrativos de personagens diferentes dos quais sofrem com a psicopatia reforçada pelo cotidiano dos quais frequentam. Todos se disfarçam rotineiramente para esconder o monstro melancólico dos quais se tornaram. "O frio que prevalecia em m...