Agora meus passos se tornavam em uma corrida enquanto era guiada por Austin em meio aos jardins de cada casa rua abaixo. Ele ria enquanto falava algumas coisas que mal conseguia entender, eu ria junto.
Nosso caminho era o mesmo que fazia diariamente para chegar até Berkley até que ele entrou em uma das ruas, agora passávamos por ruas e mais ruas de casas, ruas que eu nunca nem havia considerado entrar. Eu já me cansava de correr no pique que ele tinha até mesmo calçando sapatos sociais.
—Para onde estamos indo?–Eu desacelerava meus passos consequentemente.—Eu não aguento mais correr!
—Falta pouco, prometo.–Ele disse parando também enquanto virava de costas para mim.—Vem, eu te dou uma carona até lá, sua molenga.
Eu suspirei, não era a minha melhor opção mas era a única e eu estava de fato cansada, sendo assim, passei os braços por seus ombros enquanto ele se abaixava o suficiente para que eu conseguisse me prender ali, com as pernas ao redor de sua cintura ele segurava meus braços já voltando a caminhar.
Em poucos minutos entrávamos em um campo aberto e gramado que estava completamente vazio a não ser por algumas árvores que estavam lá há mais tempo do que eu estava no mundo.
—Esse é o seu destino, madame.–Ele soltou então meus braços para que eu conseguisse descer de seus ombros e assim eh fiz.
—Muito obrigada, senhor.–Eu estava agora ao lado dele e o agradecia com um sorriso.—E onde é que estamos?
Ele deu em ombros, o terreno era na beirada de um barranco nem tão alto mas dali nada atrapalhava nossa visão. Parecíamos estar no alto e para trás era possível ver as construções da universidade, enquanto que para frente tínhamos uma visão privilegiada de toda San Francisco.
—Sempre achei que fosse um terreno à venda, mas nem placas tem.–Ele fez uma pausa.—Também nunca vi ninguém por aqui.
Eu me afastei então, caminhando pelo gramado fofinho que ainda assim estava perfeitamente cortado mesmo que aquele parecesse um terreno abandonado.
—É muito incrível aqui.
—Eu sei, encontrei esse lugar no fim do ano passado.–Ele me respondeu enquanto cruzava os braços.—Eu gosto das árvores daqui.
—Das árvores?–Eu ria enquanto questionava tal comentário.
—Sim, elas são muito boas para subir!
—Você sobe em árvores, Austin?
—Nessas daqui sim.–Agora o rapaz me fitava.—Está duvidando da minha capacidade?
—Eu estou sim.–Meu riso era cada vez mais alto, jamais iria esperar isso dele.
—Então se prepare.–Austin então começou a tirar os sapatos sociais e indo em direção a uma das árvores ali. Ele logo segurou firmemente em um dos galhos enquanto se impulsionava para cima com ajuda dos pés como apio, logo estava sentado sobre a árvore.—Duvido você conseguir também!
—Nossa, você duvida muito de mim!–O sorriso ainda estava meus lábios ao ver que ele realmente estava sobre a árvore.—Mas eu não sei subir em árvores, nunca disse que sabia.
—Ah, vamos lá! Eu te ajudo.
Eu ri, balançando a cabeça enquanto cruzava os braços.
—Sem chances!
Austin fez um som esquisito lá de cima, como uma reprovação e desceu do galho em que estava.
—Vai logo, medrosa.–Ele se aproximou então enquanto indicava as coisas que falava.—É só pisar ali e se segurar nesse galho.
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Mon Désir
RomanceMon Désir, meu desejo em francês, a língua do amor. Quando não se sabe o que quer, até aquilo que é o certo parece emaranho em meio a problemas e dificuldades, talvez estejam mesmo. Ao começar uma nova etapa da vida, precisamos nos conhecer novament...