Nova Iorque - Dia Seguinte.
A modelo negra e esguia entrou no restaurante, trajava um vestido vermelho longo e saltos nos pés, o cabelo naturalmente cacheado dessa vez estava liso, e uma maquiagem simples cobria suas pequenas imperfeições. Ao seu lado estava Veronica Iglesias, vestia um jeans escuro e uma blusinha de alsas branca, simples porém sempre elegante.
- Chris, que bom ver você novamente. - A francesa saudou feliz em ver o garoto qual pegou no colo. - Fazem anos não? - Sentou-se na cadeira livre, sendo acompanhada por Veronica.
- Está com barba. - Debochou Vero. - Olha essa carinha, imagino que deveria ser um sucesso na Suíça.
O garoto riu sem graça, coçando a nuca, mas logo sua expressão tornou-se séria, e partir daquele simples ato, Veronica e Normani sentiram uma possível tensão pesar no ar.
- Aconteceu algo? - Vero foi direta, fazendo a pergunta de forma preocupada. - Aconteceu alguma coisa com Lauren?
O garoto engoliu seco sob o olhar preocupado da modelo e da advogada, mas manteve-se imparcial, aquele era um assunto delicado.
- É sobre Lauren, e eu acho que só vocês, sendo melhores amigas dela podem convencer aquela cabeça dura a mudar.
Normani arqueou a sobrancelha bem feita.
- Está jogando uma baita responsabilidade para nós Chris. - Maneou a cabeça. - Você conhece a irmã que tem, ela é irredutível.
- Eu sei que vocês vão dar um jeitinho.
••
As memórias da noite na casa de seus pais a uma semana atrás rondavam sua mente em uma forma lenta e torturante, sentia-se culpada por desabar, culpada por deixar que seus sentimentos a levassem a ruína, e que sua intuição a trouxesse de volta ao passado.
Ou melhor, que suas amigas a trouxessem novamente ao passado.
"Mostre que não sente posse e sim amor"
"Por esse motivo Camila te deixou"
"Eu sei que ainda existe aquela Lauren doce dentro de você"
"Qual é Lauren, é só uma visita."
- Não esperava vê-la. - A mulher alta e de cabelos ruivos constatou. Uma das pessoas que mais conheciam a misteriosa e enigmática empresária. - Algum problema grave? - Cruzou as pernas, apanhando o relatório da empresária, um longo e extenso relatório.
A Jauregui suspirou, exausta.
- Aconteceram coisas. - Molhou os lábios. - Tantas coisas. - Negou levantando da cadeira, sentindo-se a vontade para perambular pela sala tão familiar, que não visitava há anos.
Em seu interior o sentimento de regressão dominava, voltar até a sala de sua médica particular para pedir ajuda era como um regresso pessoal.
Ou talvez nunca tivesse havido progresso algum em sua vida, sentia-se como alguém que estava correndo a milhões de anos, sem ter sequer saído do lugar.
A mulher ruiva seguia antenta em observar a mais nova, de longe Lauren fora uma das pessoas mais intrigantes que teve como paciente.
- Que coisas, Lauren? - Perguntou. - Algo haver com o TEI?
A empresária bem sucessidade negou, mexendo nas mechas escuras.
- Por esse lado eu ando bem, quer dizer nem tanto. - Riu irônica. - Ciúmes, raiva, descontrole, brigas, término, uma coisa levou a outra. - Deu de ombros mostrando indiferença, mas ela sabia que Madeleine era uma das poucas pessoas qual não conseguia esconder seus sentimentos. - Eu me vinguei do meu agressor, o garoto que fazia Bullying comigo, e agora eu sinto isso me corroer por dentro - Fechou os olhos, passando as mãos pelo cabelo. - Eu me sinto culpada pela morte de Keana, eu me sinto culpada por ter feito Camila sofrer. - Tocou no assunto de sua ex noiva, mesmo sabendo que Madeleine não tinha ideia de quem era a tal.
A ruiva fez uma pequena anotação, mantendo-se concentrada na mulher.
- Eu quero mudar. - Constatou Lauren, surpreendendo a piscicologa, que levantou seu olhar rapidamente para a figura a sua frente. - Você tinha razão quando disse que tomar remédios não serviria de nada se eu não quisesse mudar, se eu não tivesse força de vontade para superar o passado.
A médica continuou encarando a figura a sua frente de maneira curiosa.
- Eu quero mudar Madeleine. - Os olhos verdes encaravam os castanhos claros de forma profunda e decidida. - Eu preciso mudar.
••
- Como acha que ela está se saindo. - Perguntou a advogada encostada na parede de um tom pastel.
A modelo francesa cruzou as pernas torneadas e suspirou, mantendo positividade, essa era uma de suas maiores virtudes.
Ser otimista.
- Madeleine é ótima, embora tenha apenas alguns anos de diferença de idade comparada ao de Lauren. - Olhou para o relogio preso ao pulso, havia ganhado de Dinah como presente de aniversário, e não conseguia expulsar a sensação boa ao olhar para o objeto.
E nem queria.
- Foi a Hansen quem te deu essa coisa caríssima não é? Com essa cara de idiota que você fez agora. - Debochou Veronica, levando a modelo a revirar os olhos.
- Você ainda vai achar alguém que a faça delirar. - Respondeu, mudando totalmente o rumo do antigo assunto.
Veronica sorriu de canto, convencida.
- Cherrie, até parece não me conhecer, você sabe que eu não gosto de me prender a uma única sensação.
Antes que Normani pudesse responder a melhor amiga, o barulho da única porta presente no corredor ecoou por todo o espaço, atraindo sua atenção e a atenção da advogada.
- Volte semana que vem. - A médica instruiu séria e gentil.
A empresária assentiu, encarando o papel que tinha em mãos.
- Lembre-se, sem bebidas alcoólicas, sem cigarros e procure visitar lugares diferentes, ares novos, e não se prive de sentir. - Relembrou de forma séria e rígida.
A presidente da Jauregui Empire torceu o cenho, sentir ou demonstrar afeto era algo tão curiosamente difícil, havia se acostumado a ser indiferente com tudo a sua volta, havia virado rotina não sentir nada.
Mas aquele era um dos preço da mudança, correto?
- Certo, eu.. Irei tentar. - A magnata encarou a mulher, derrotada. - Nos vemos terça? - Perguntou.
A ruiva sorriu.
- No mesmo restaurante de sempre, sem atrasos Jauregui, eu dou as cartas, se se atrasar, quando chegar lá eu já terei ido embora.
N/a: Lembrando que estou com mais uma fanfic em andamento, ela se chma Havana e está disponível no meu perfil.
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I Have Questions (2° Temporada Video Game)
Fiksi Penggemar"Não atingi as suas expectativas, eu jurei ser algo que jamais seria capaz de ser. Eu sempre soube que nunca as atingiria, a minha impulsividade acabou com o nosso relacionamento e eu vi em seus olhos a dor em ter que partir. Eu quebrei seu coração...