Marcos

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Finalmente que hoje já é sábado. Eu adoro ficar na escola, mas chegar em casa, me jogar no sofá e comer todas as porcarias que eu gosto sem precisar ficar me preocupando com atividades, não tem preço.
Coloco meu pé em cima da mesinha, ligo a tv e abro um saco de salgadinhos quando a minha mãe chega.
-Marcos Antônio Ferraz, quantas vezes eu tenho que dizer que a mesinha não é local para se colocar os pés. - Ela diz empurrando meu pé e sentando do meu lado.
-A senhora esqueceu do Silva. - Digo com deboche. - E é assim que a senhora, dona Eloísa, recebe o seu filho em casa?
-Para de drama, agora vem cá e me dá um abraço que eu estou com muita saudade do meu bebezinho.
Ela me abraça a pertado como se não me visse a anos.
-Mãe, a senhora está me amassando. Mãe? Mãe?
-Fica quietinho.
-Já chega.
-Tá bom. - Ela diz me soltando e levantando. - Vou fazer o almoço.
Continuo no sofá, até ela dizer que o almoço está pronto e que é para eu levantar. Meu pai chega no horário certinho para comer.
-Essa comida ta com um cheiro muito bom. - Ele diz sentando à mesa.
-Aposto o gosto tbm. - Digo sorrindo para a minha mãe.
-Parem com isso ou eu vou acreditar que é verdade.
-Meu amor, você cozinha maravilhosamente bem. - Meu pai diz.
-Obrigada meu bem.
Eles vão se beijando quando eu interrompo.
-Na minha frente não, por favor. - Eles se beijam mesmo assim, não ligando para o que eu disse. - Eu acho que fiquei traumatizado.
-Pare de ser dramático. - Minha mãe diz. - Você também beija as suas namoradas.
-É claro que eu beijo, apesar de não ter namorada, mas é nojento ver vocês dois.
-Para com isso e vamos almoçar. - Meu pai diz.
Quando terminamos de almoçar meu pai diz:
-Quais são os planos para amanhã?
-Eu e os meus amigos combinamos de nos encontrar. Tudo bem para vocês?
-Claro, acho que vou levar a sua mãe ao cinema.
-Por mim também, mas não quero você chegando tarde. Não esqueça que você tem que ir para o colégio no outro dia, bem cedo. - Minha mãe complementa.
Concordo e fomos para sala, ficamos assistindo filme a tarde inteira.

                                 ...

No outro dia depois do almoço sinto o meu celular vibrar, quando olho para a tela é Leo.
-O que foi? - Pergunto.
-É assim que você atende o amor da sua vida?
-Desculpa meu bem. - Começo a sorrir e ele também. - Mas, então, o que você quer?
-Eu quero dizer que estou chegando ai em 5 minutos, então esteja pronto.
-Como você descobriu aonde eu moro?
-Tchau.
Ele desliga na minha cara, me deixando confuso. Mas como eu já estava arrumado nem tive tanto trabalho. Eu estava vestindo uma calça preta, com uma camisa branca e um tênis, dizendo o Leo, que tem cor de cocô.
Exatamente 5 minutos depois escuto a campainha tocar e vou atender. Leo esta com uma calça cor de cocô, camisa preta do the fray e tênis preto.
-Gostei desse seu estilo. - Ele diz. - Cadê os meus sogros?
-Tão lá em cima, docinho. Entre.
-Mãe! - Grito.
Não demora muito e ela desce perguntando o que foi.
-Deixa eu lhe apresentar o Leo.
-Prazer, só gostaria de dizer que eu e o seu filho temos um sério relacionamento. - Ele diz beijando a mão na minha mãe.
-Mas que encantador. - Ela diz, aparentando já ter gostado dele.
-Mãe, o Leo ta brincando.
-Eu gosto muito do seu filho, mas não é muito legal a forma como ele esconde nosse relacionamento.
Começo a sorrir e minha mãe também.
-Ta bom, já deu. - Digo. - Agora vamos, Leo.
-É  verdade. Foi um prazer conhecer a senhora. - Ele diz. - Infelizmente eu não sou o namorado desse garotão, mas eu acho que a senhora ficarar feliz com a sua futura nora.
Arregalo os olhos e começo a empurrá-lo.
-Tchau mãe, não volto tarde.
-Ela se chama Isa. - Ele grita quando eu fecho a porta e começa a sorrir.
-Obrigada, agora ela vai ficar um tempão perguntando quem é Isa.
-É bom, ela vai logo se familiarizar com esse nome.
-Eu e a Isa não namoramos.
-Ainda.
Começamos a andar pela minha rua até o ponto de ônibus.
-É  para a gente encontrar o pessoal aonde? - Questiono.
-Julia disse que era no centro.
-Humnnnn - Faço uma cara de segunda intenções. - Tava falando com a Julia né?
-Não enche.
-Mudando de assunto. Como você sabia aonde eu morava? E como chegou tão rápido?
-Coloquei um rastreador em você.
Eu empurro ele e começamos a sorrir, até o ônibus chegar.

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