It was a dream and I was living in paradise.

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[Música: Ariana Grande - Thinking about you]

Capítulo 2

#FlasbackOn

Dia 1.

O primeiro dia de muitos. O primeiro dia do inferno em que a minha vida se tornara. O primeiro dia do mísero pesadelo em que vivia forçadamente. O primeiro dia de tortura até ao final dos meus dias, numa longa jornada de sofrimento que parecia não ter fim.

Já não sentia vontade de chorar. Mas eu sabia perfeitamente que não seria por muito tempo, pois havia sempre umas horas de pausa para restaurar o stock.

O apartamento havia sido escolhido pelo Louis por minha vez. Recusei-me a opinar no que quer que fosse, não havia vontade para fazer escolhas como se se tratasse da época mais feliz da minha vida. A viagem de avião? Céus, mal me recordo dela. Olhei para o céu durante a viagem inteira, limitei-me às mais diversificadas nuvens e pensar na miséria de vida que me abraçara.

Talvez a partida para Nova York viesse a ser o meu ponto de viragem. Quem sabe?

Esse havia sido o motivo que me coagira a aceitar, no instante em que restara abandonada, num quarto em que cada centímetro da sua área gritava o nome "Harry". E aqui estava eu, chegada a Nova York, enfiada num quarto ao qual nem me dei ao mínimo esforço de atentar na sua estrutura ou até decoração.

Enjaulada entre quatro paredes, persianas de janelas descidas, nenhum raio de sol existente.

"Emma, estás a dormir?" ele bateu à porta, mas não me virei.

Muito pelo contrário, mantive-me deitada, encolhida em mim mesma como um feto no útero, rodeada em lençóis cor-de-rosa suave e brancos. Da porta, Louis somente tinha ângulo para os meus fios de cabelo espalhados pela almofada.

Sim, talvez eu estaria a ser uma cabra. Uma grande cabra. Mas neste momento, eu só queria abraçar a escuridão deste quarto que se assemelhava com a minha vida. Sim, só queria isso.

"Tudo bem, vou deixar-te descansar." disse ele, num tom de voz diminuto. "Mas para que saibas, não irei sair deste apartamento até poder ver-te o rosto e mostrar-te um pouco de sol."

Ouvi a porta fechar, suavemente, esperei alguns segundos até deixar de ouvir os passos do Louis. Embora isso não mudasse nada. Pois permanecia a fitar num ponto vazio da divisão, enquanto novas lágrimas jorravam-me pelos olhos, molhavam-me a face oferecendo-me um lembrete daquilo que era sentir... Sentir algo, sentir alguma coisa. Independentemente do que fosse.

Agora ele havia ido embora, e eu estava aqui.

#FlashbackOff

Olhei para os dois sentidos na linha férrea, aguardava pelo metro que rapidamente chegara e entrei, apressada. A viagem não duraria muito mais do que uns dois ou três minutos.

Não me dei ao trabalho de sentar, então encostei-me a uma das colunas e nela me segurei, enquanto a outra mão segurava no telemóvel e olhava-o, com um sorriso a vestir-me o rosto. Sorria e, por vezes quando me lembrava, disfarçava o estúpido sorriso que os meus lábios esboçavam sem me pedirem a mínima de autorização.

Lia as mensagens e já esperava pela seguinte, ininterruptamente. Pois eu sabia que ele responderia nem em dois segundos de espera, e eu permanecia estarrecida, vidrada no ecrã do telemóvel, como se a minha vida dependesse disso.

"Não deverias pousar o telemóvel?" perguntei, usando um emoji. Dava mais emoção às conversas.

"E tu, não deverias pousá-lo?" retorquiu ele.

Loudest Scream 3 - UNTIL (The Endless End)Where stories live. Discover now