Fallen Angel - o recomeço

Cativeiro e confusões

~Layra:

Já tinham se passado quatro meses desde que Leviatã a levou para o seu quarto.

Lá ela tinha uma cama própria, ele sempre trazia o que ela pedia para comer, e todo dia ele tentava conversar com ela.

Os únicos sinais que ela era uma prisioneira era a corrente no seu tornozelo e o fato dela não poder sair daquele quarto.

Nos primeiros dias ela tinha se recusado a falar com o imortal, até que ele lhe contou uma historia do que aconteceu durante uma guerra que ela não aguentou não rir.

- É sério - Leviatã diz sorrindo - o cara realmente tentou ir contra os nossos 100 guerreiros com um arco.

- Ele sobreviveu? - Layra tinha perguntado curiosa enquanto tirava as lágrimas de riso dos olhos.

- Se sobreviveu? - Leviatã perguntou surpreso - o filho da mãe conseguiu ganhar da gente ainda.

- O que? - Layra perguntou colocando os cotovelos nas pernas para ouvir melhor.

- Sim, aquele arco longo dele era um horror - Leviatã disse esfregando o canto do pescoço - ele conseguiu passar uma flecha pelo canto do meu pescoço e acertar a cabeça da pessoa que estava atrás de mim.

- Nossa - Layra comentou surpresa.

 - Ele só podia ser um usuário de ar - Leviatã comenta pensativo - aquelas flechas faziam umas curvas que era impressionante de ver.

Desde aquela conversa ela tinha começado a falar com o imortal, afinal assim ele talvez quisesse ela por perto e não a mandaria para Lucifer... Pelo menos não até Jason chegar.

Ela de alguma forma sabia que ele estava procurando ela desesperadamente, e desejava que ele não estivesse exagerando, afinal ela conhecia ele.

- Uma vez pra me salvar de um golem o Jason quase destruiu uma cidade inteira - Layra comentou um dia para Leviatã no segundo mês lá.

- É, ele parece ser capaz de fazer isso - Leviatã diz levantando o braço direito completamente engessado.

- Ele sempre está me salvando....sempre sem se preocupar consigo mesmo... - Layra tinha falado enquanto lutava para as lágrimas que queriam sair.

- Os homens fazem loucuras por quem ama - Leviatã tinha dito num tom triste.

- Você já amou alguma mulher? - Layra perguntou secando os olhos.

- Uma mortal - Leviatã tinha dito - em 1243, ela era um doce, sempre ajudava quem podia, assim como me ajudou quando eu cai semi-morto na porta da casa dela.

- Ela cuidou de você - Layra afirmou.

- Cuidou, foi o primeiro momento na vida que eu pensei em ter uma vida normal e mortal - Leviatã disse olhando para o teto estrelado - ela amava as estrelas sabia? Tanto que no dia que revelei que era um anjo caído ela apenas pediu para levar ela para cima das nuvens para ver as estrelas sem problemas.

- Como aconteceu? - Layra perguntou.

- Eu já estava a dois anos morando com ela, tinha pedido ela em casamento e faltava apenas um mês para nos casarmos, e 6 para o nosso filho nascer - Leviatã conta enquanto Layra levava as mãos a boca horrorizada - quando um grupo de demônios invadiu a casa e a mataram comigo vendo amarrado.

- Meus pêsames - Layra diz segurando a mão de seu captor vendo que ele ainda sofria por conta daquilo que aconteceu a quase 1000 anos.

- Que estranho - Leviatã diz olhando para Layra - você é a primeira prisioneira que sente pena de mim.