14º Capítulo

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*** Peter Pov ***

   Ela desabafou comigo, eu não sei o que lhe dizer. Eu não posso magoa-la mais isso eu sei. Por muito que eu goste dela, eu sei que tudo foi um erro, o melhor erro da minha vida. Eu preciso dela ao meu lado, mas fui demasiado parvo para admitir isso. Mas não posso perder a minha oportunidade outra vez.

   - Sarah, eu gosto de ti, eu gosto mesmo de ti, mas eu estou confuso, em relação a tudo, eu sei que beijar-te foi um erro, mas foi um erro bom, só não foi no momento certo – eu fiz uma pausa para olhar nos seus olhos à espera de ganhar um pouco mais de coragem – acho que ambos precisamos de um tempo para pensar em tudo – eu digo finalmente. Isto não era exatamente o que eu queria dizer mas era o suficiente.

   Sarah parecia incrédula, estava imersa em pensamentos, eu acho, mas neste momento o seu silêncio está a matar-me.

   - Acho que devíamos esquecer tudo isto por um tempo – ela disse por fim quebrando o gelo. Eu acho que ambos temos provas que esquecer não é a melhor opção, ela tem. Mas é a sua decisão e eu devo respeita-la.

   - Eh, eu acho – eu respondi apenas. Ela parecia tranquila eu sabia que esquecer tudo por um tempo lhe ia fazer bem. E eu quero vê-la bem.

   - Então, vamos dar um passeio – ela disse, mostrando-se alegre outra vez.

   - Ah algo que te queria mostrar – ela assentiu e comecei a andar, ela seguiu-me um pouco mais atrás.

*** Sarah Pov***

   Eu continuava a andar, mirando tudo à minha volta e com os meus pequeninos tentava alcançar Peter, que dava longos passos, um pouco à minha frente. Então ele parou e com algum esforço consegui alcança-lo. Reparei numa ponte a nossa frente que atravessava um rio que não parecia lá muito calmo. Tinha a certeza que íamos atravessar, mas aquela ponte não me parecia segura o suficiente, para eu colocar lá os meus pezinhos. Era de madeira e tinha algumas falhas, aqui e ali, definitivamente não vou atravessar.

   - Vamos atravessar. O outro lado é mais giro – ele disse como que respondendo aos meus pensamentos.

   - É segura? – Eu perguntei mesmo sabendo a resposta.

   - Sim Sarah… - Ele falou como que prevendo no que estou a pensar. Os meus joelhos estão trémulos, eu não vou atravessar, não vou não – tens medo piquena? – Claro que tenho, idiota.

   - Não … - eu disse. Ele não pode ganhar sempre a dele. Eu vou atravessar esta ponte e vou mostrar-lhe que não tenho medo de nada.

   - Então não precisas de ajuda, piquena? – Claro que preciso, mas se pensas que vou ceder estás muito enganado.

    Coloquei um dos meus pés trémulos sobre a ponte, ela parecia segura, dei mais um passo, e a ponte começou a abanar.

   - Peter…… - eu chamei, estou cheia de medo, esta merda vai cair a baixo e vai arruinar tudo.

   - Sim, piquena – ele respondeu mesmo atrás de mim.

   - Eu não quero atravessar – eu disse ainda a temer.

   - Mas é muito melhor do outro lado – ele disse, puxando-me para ele – confia em mim.

   - Eu confio em ti … mas nela nem por isso – eu respondi referindo-me a ponte. Ele continuava a agarrar-me pela cintura e aos poucos começamos a dar pequenos passos, juntos como se fossemos um só. A ponte abanava cada vez mais, mas estar assim, nos braços dele era o suficiente para me acalmar. Olhei para baixo o rio, corria violentamente, nunca vi nenhum correr tão rápido, a maioria tem aguas calmas, o que indica que deve haver uma queda de água perto.

   Quando dei por mim estava do outro lado da ponte. Uma sensação de alívio percorreu todo o meu corpo. Peter tirou, os braços da minha cintura e colocou-se ao meu lado.

   - Então, foi difícil? – Ele perguntou. É óbvio que foi.

   - Uhm – eu disse em sinal de confirmação.

   - Anda estamos quase lá – ele disse voltando a caminhar rapidamente, desta vez não ia ficar para trás ele que nem pense.

   Rapidamente agarrei o seu braço direito. Agora se ele quisesse ir rápido, teria de me levar junto. Ok! Talvez essa ideia não seja tão boa quanto pareceu. Mas, vale a pena tentar, eu acho. Ele olhou para mim, parecendo não concordar com a minha ideia, mas não me obrigou a tirar o braço. Muito pelo contrário, fez com que eu largasse o seu braço, e colocou este a volta da minha cintura.

   Caminhamos um ao lado do outro por mais algum tempo, até que paramos, ele largou-me, e colocou-se atras de mim colocando uma venda nos meus olhos.

   - E o propósito é? – Eu perguntei querendo saber o porque da venda.

   - É só que perece mais bonito se for visto de repente – ele respondeu. Acho que estava a ser sincero desta vez. Colocou novamente o abraço à volta da minha cintura e começou a andar levando-me com ele. Era horrível, caminhar assim sem saber para onde ir como se tivesses presa no escuro sem uma direção para onde seguir, mas a maneira como ele me guiava com o seu braço fazia-me sentir mais segura, como se confiasse nele, para me guiar naquela escuridão.

   Andamos por uns cinco minutos, e então ele parou, fazendo-me parar também tirou o seu braço da minha cintura, perdi a conta das vezes que isso já me aconteceu hoje. Então senti a sua mão outra vez mas desta vez na minha cabeça, sabia o que ele ia fazer e estava ansiosa por isso. Lentamente a escuridão passou e deu lugar a algo que eu nunca tinha visto, o paraíso aos meus olhos. Era perfeito, uma casca-ta enorme lançava água ferozmente para o pequeno rio mesmo à minha frente. Este por sua vez lançava água até uma cascata bem mais pequena, que fazia correr a água mais lentamente para outro bocadinho de rio, o rio seguia depois mais lentamente por um bom bocado até se perder de vista.

   - Uauh – eu disse em sinal de espanto.

   - Então arrependeste-te de ter atravessado a ponte? – Ele perguntou, mas é claro que ele sabia a resposta, só estava a provocar.

   - É lindo – eu disse, ainda admirada com o que se encontrava á minha frente.

   - Agora, vamos fazer uma coisa mais divertida – ele disse. Pus a cabeça a funcionar mas não chegava a lado nenhum.

   - Nadar – ele disse entusiasmado.

   - Não me parece – eu disse apontando para as minhas roupas.

   - Sem problemas – ele disse e deu alguns passos até à minha mochila, ainda não a tinha aberto para ver o que estava dentro, então ele retirou de lá o meu biquíni, inteligente da parte dele mas eu não o vou vestir aqui.

   - Sim tenho que vestir, mas não me vou vestir aqui, percebeu? – Eu disse revirando-lhe os olhos.

   - Eu não olho ok – ele disse com aquele olharzinho de inocente.

   - Tá, mas eu vou até atras daqueles arbustos ali, se olhas eu …… eu nada – eu disse começando a andar em direção aos arbustos.

                Vesti-me o mais depressa que consegui, e voltei para a beira dele. Ele já se encontrava só em calções de banho, que lhe ficavam bastante bem por acaso.

                - Então vamos? – Ele perguntou vendo que já estava pronta.

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O que será que vai acontecer a seguir?Sugestoes

Espero que estejam a gostar, love you

∞Alone, but not forever∞Onde histórias criam vida. Descubra agora