*** Peter POV ***
Conseguia perceber que ela não estava muito segura em relação a nadar naquele rio, tenho tido bastante tempo para entender as suas expressões. Eu sei que o rio é seguro, porque não é a primeira vez que nado nele mas ela não sabe disso.
- Eu não sei – ela disse começando a mexer os pés alternadamente.
- Ei! Confiar em mim uma vez na vida – eu disse fixando no seu rosto – se não corrêssemos riscos a vida não era vida – muito gay agora, não tenho nada contra os gays, mas pronto – não precisas de ter medo, piquena – eu finalizei.
Vi-a começar a correr, em direção ao rio. Vai saltar. Corri atrás dela, mas para minha surpresa quando chegou à borda do rio parou. Mas porquê que ela parou? O meu primeiro instinto era parar mas levá-la junto também era uma boa opção. Continuei a correr e quando cheguei mais perto dela agarrei-a pela cintura e puxei-a para a frente para que caíssemos os dois na água. A água era fria e tive de a soltar assim que caí dentro dela. A água era transparente e o rio não era assim tão fundo como eu me lembrava, conseguia aguentar aqui em pé perfeitamente. Voltei à superfície e vi Sarah que já estava com a cabeça de fora de água de costas para mim.
- Peter …. – Ela disse aflita.
- Que se passa piquena? – Eu perguntei enquanto me aproximava dela. Estou a ficar preocupado.
- O meu pé – ela disse entre gemidos. Mergulhei dentro de água, comecei a procurar pelo seu pé. Vi-o pousado em cima de uma espécie de ouriço, aproximei-me mais retirando-o do seu pé.
- AI! – Ouvi ela gemer enquanto retirava os espinhos do seu pé. Quando acabei voltei à superfície.
Ajudei-a a sair do rio e sentei-a na sua borda.
*** Sarah POV ***
A dor piorou depois de Peter retirar, o que pelo que vi era um ouriço, do meu pé direito.
- Consegues andar? – Ele perguntou, parecia preocupado.
- Eu estou bem – eu respondi. Estava a mentir com todos os dentes que tinha. Mas não quero que ele se sinta culpado. Eu sei que ele está. Depois de tudo, de ter sido ele a atirar-me para a água. Tentei levantar-me, mas assim que coloquei o pé direito no chão, uma dor inexplicável percorreu todo o meu corpo. Fiquei cega por alguns segundos, e quando dei por mim estava sentada no chão outra vez. Enquanto Peter se esforçava para me levantar.
- Não me parece, piquena – ele disse enquanto me pegava ao colo. Ainda não percebo de onde vem tanta força, eu sou bastante pesada – acho melhor levar-te ao hospital – ele disse e eu acenei afirmativamente com a cabeça.
Ele começou a andar, passamos pelas mochilas nas quais ele pegou e colocou no seu ombro. Continuávamos a caminhar e aos poucos eu via o meu pequeno pesadelo a aparecer. A ponte. Se ela se mexia connosco a andar separadamente, não quero imaginar agora que ele me está a carregar.
Ele colocou o primeiro pé naquela ponte. A minha primeira reação ao sentir os seus braços tremer foi agarrar-me o mais possível a ele. Agarrei o seu pescoço e escondi a minha cara no seu ombro. Vi-o dar uma pequena risada, mas sem parar de andar nunca.
Chegámos finalmente á estrada e depois de ele me sentar na sombra duma árvore, pegou no telemóvel e fez uma chamada. Ambulância talvez. E logo a seguir outra. Desta vez não identifiquei para quem.
- A ambulância já vem a caminho, e os nossos pais vão ter ao hospital – assim que ele acabou pude rever o que ele disse “nossos pais”, por isso é que não podemos ter nada ele vai ser sempre meu irmão e eu irmã dele, mesmo que não seja de sangue.
Vi a ambulância chegar, foi tudo tão rápido, tão depressa dei por mim a pegarem em mim e a sentar-me numa maca, como já estava dentro da ambulância com Peter sentado ao meu lado.
- Poder-me-ia contar o que aconteceu, por favor? – Ouvi o paramédico dizer.
- Nós saltamos para o rio e eu coloquei o pé em algo pontiagudo …. Era uma espécie de ouriço …. Eu acho – eu tentei explicar o melhor que pude.
- Muito bem, fazermos alguns testes assim eu chegar-mos ao hospital – eu ouvi ele dizer. A dor tinha diminuído, mas ainda não tinha tentado colocar o pé outra vez no chão.
*** Peter POV ***
Estou no hospital à uma hora, não vejo Sarah desde que saímos da ambulância e me mandaram esperar nesta sala de espera estupida. Não seria assim tão estupida se fosse outro dia, outra pessoa ou outras circunstâncias, mas neste momento é bem estupida. Uma sala de espera é sempre irritante quando se está preocupado com alguém de quem se gosta.
Os meus pais já chegaram e foram conversar com um médico dentro de uma salinha. E eu fico aqui sem saber se me devo preocupar ou não. Ela está bem, tem de estar, eu sei que não foi nada muito grave, foi só um ouriço, mas não consigo deixar de sentir-me culpado. Fui eu que a trouxe até ao rio, fui eu que a obriguei, literalmente, a entrar no rio. Sinto-me uma merda neste momento, porque ela está a passar mal, por minha causa. Porque eu cismei que ela tinha de nadar, naquele estupido rio.
Meia hora depois de os meus pais terem entrado naquela salinha irritante, onde não pude entrar, vi-os voltar, a minha reação foi começar a andar, quase a correr na direção deles.
- Por amor de deus, mãe, diz-me que está tudo bem! – Eu disse dirigindo-me à minha mãe.
- Ela está bem, vai precisar de algum repouso mas o ouriço não era perigoso – ela disse e eu respirei de alívio – ela deve estar mesmo a chegar.
Então vi Sarah a caminhar em direção a nós com a ajuda de umas muletas. Então ela vai ter de andar com aquilo. O seu pé exibia uma pequena liga. Corri em direção dela, corri mesmo, e não me importei de ter umas dúzias de pessoas a olhar para mim, era a minha piquena e eu precisava de ver como ela estava, de perguntar-lhe como ela estava. Se estava tudo bem? Se ela ia ter de andar de muletas muito tempo? O tempo que ela ia demorar até ficar cem por cento? Se ela estava a sentir dores? Acho que estou literalmente a dar em doido.
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Está um pouco pequeno mas para a proxima , compenso-vos.
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love you,
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∞Alone, but not forever∞
Novela Juvenil"A vida é feita de momentos, momentos em que tu só queres morrer, momentos em que só queres viver, momentos em que queres fugir, momentos em que queres ficar, momentos em que não queres sair da cama, momentos em que não queres lá ficar, momentos em...