Capítulo 1 - O encontro

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                                     Luna

Esta agradavelmente quente em Recife, o tipo de quente que não esta quente se é que você me entende. A luz que reflete em minha pele pálida é suave e sútil. Não sei o que deveria fazer agora, talvez eu devesse buscar novos ares, fazer tudo diferente, porque sinceramente não sei que rumo está tomando minha vida. Ora me convenço que estou bem e feliz, ora sou jogada contra a parede. Tenho a leve sensação de vazio e ainda que seja "leve" eu me afundo nela.

Há uma música em minha cabeça agora, é a música da minha vida, ela passa como um carrossel mas não consigo ouvi-la nem ao menos entende-la. O sol está se pondo, é um dia lindo. Levantei-me da grama e caminhei.

Esse é meu primeiro dia nessa cidade, ainda estou me acostumando, é uma cidade movimentada, pessoas reservadas, apressadas... talvez eu me acostume mais rápido do que eu possa pensar mas não garanto nada, isso é certo.

Sentir meu corpo ser arremessado contra o chão depois de bater em alguém com muita força, ou alguém bater em mim, não sei ao certo. Talvez eu tivesse distraída demais, vou acrescentar isso a minha lista. Nunca me distrair em público. Ouvi uma voz doce, trêmula, e doce, ela se desculpou. Não consegui ver seu rosto, eu estava um tanto perdida, ela se posicionou onde eu pudesse a ver, em cima de mim claro. Eu senti meu corpo gelar, senti borboletas no estômago. Eu estava em uma espécie de hipnose pela aquela feiticeira desastrada. Ela franziu como se soubesse de tudo que estava acontecendo agora. Ela me olhou intensamente e me ajudou a levantar.

-É... eu caso efeitos alucinógenos nas pessoas. -disse em tom irônico, segurando o riso.

-Não é isso... você me atropelou ou eu te atropelei? -perguntei tentando mudar de assunto.

-Eu que te atropelei, desculpe. Eu tava passeando com o Ted, inventamos de brincar e eu não te vi. -disse se referindo a um cachorro, um labrador. -Olhei pra trás por um segundo e me vi sendo derrubada também... aliás, eu sou Sophia, Sophia Smith.

-Tudo bem, eu tô bem. Não precisa se desculpar. Cachorro bonito, é seu?

-Ah... Sim. Não vai me dizer seu nome?

-Luna. Bom, tenho que ir. A gente se esbarra por aí. -falei enquanto me distanciava.

-Ah, ok... sem esbarrões é bem melhor não acha?

-Ahh... Claro.

Ao chegar em casa me deparei com a Liza desfazendo minhas caixas, tinha uma música de fundo, algumas caixas vazias espalhadas pela sala e a louca dançando no meio de tudo só de blusão. Talvez estivesse chapada, mas não fazia diferença. Me joguei no sofá sentindo dor de cabeça, ainda do esbarrão, Liza notou minha presença, estava frenética, cheia de perguntas, queria saber como ia minha ''adaptação''. Ignorei-a. Deitei e apaguei.

As vezes levanto durante a madrugada, foi o que aconteceu, levantei-me, liguei a tv e chequei o celular, tinha algumas mensagens do novo emprego. Começo hoje.

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