2 - Coisas estranhas

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     O tempo passou voando, e, no fim da tarde, fui andando até o restaurante. Chegando lá, a mesma moça simpática me recebeu. Ela me guiou pelo corredor do lado esquerdo, o que parecia ser o mais usado, por estar mais perto da entrada. Havia à altura do eu joelho um duto de ventilação. Me perguntei aonde ele daria. Mas decidi que olharia isso à noite, quando teria bastante tempo livre, então olharia isso. Segui até a sala que eu havia visto antes. A senhora me disse que eu deveria sempre manter aquele ambiente limpo, para o benefício de todos. Sem nada mais a dizer, apresentou pela primeira vez o seu nome, como Danielle. Ressalvando por último que qualquer dúvida era só chamá-la, se virou e me deixou sozinho com meus pensamentos. 

Eu estava começando a gostar do lugar. Era até bem aconchegante, com as pelúcias gigantes para divertir as pessoas que chegavam. Anoiteceu e os clientes começaram a chegar. Eu observava eles das câmeras, e percebi que a cada hora que passava, mais pessoas chegavam. Até as nove da noite, todas as quatro mesas já estavam cheias de pessoas, algumas curiosas pela pizza, outras pelos animatronics que já estavam ativados, e funcionavam muito bem. Mas chegou uma hora que a ordem se inverteu, e a cada hora os clientes, satisfeitos iam embora. Em certo ponto, a última família foi embora e Danielle finalmente decidiu fechar o estabelecimento. Me desejou boa noite e foi embora, me deixando sozinho pelo resto da noite. 

Decidi mexer no celular, e eu estava conversando com minha namorada, quando de repente todas as câmeras desligaram-se, e eu ouvi um grande barulho na cozinha. Eu então acendi a luz do hall, e passei pelo corredor que havia entrado e abri a porta da cozinha. Haviam duas panelas no chão. Recoloquei-as no lugar, e pelo canto do olho, achei ter visto o palco vazio pela porta entreaberta. Assustado abri-a e assim que pus meus olhos lá, o alívio me atingiu. Os animatronics estavam lá. Olhei também a enseada de Foxy, e estava tudo certo lá também. Aproveitei para passar pela primeira vez pelo corredor da direita, o mais distante da entrada, onde estava, além das cortinas roxas da enseada, da porta perto do palco, outra porta, essa no meio do corredor. Entrei, e cheguei a um cômodo pequeno, e a poeira invadiu meus pulmões.

Ainda não havia nada lá dentro. Porém tive um pressentimento de segurança, o que foi inexplicável, pois não via perigo na pizzaria, a não ser por um ladrão que poderia ocasionalmente entrar, mas as chances eram remotas, afinal, era um lugar muito bem protegido. Quando voltei à minha sala, as câmeras já haviam voltado a funcionar. O meu celular não parava de soar meu toque, de minha namorada ligando, preocupada. Atendi.

- Amor o que aconteceu. Oh eu fiquei tão preocupada, um criminoso poderia ter entrado aí e ter te apontado uma arma. Me assusta só de pensar. Você tem certeza que o emprego é seguro? Se você quiser eu vou te buscar aí agora...

-Clara, não é nada. Foi apenas o cozinheiro que deixou as panelas de qualquer jeito e elas caíram. Foi só isso. Se eu precisar, minha casa é em sete quarteirões daqui. Muito obrigado...

Ficamos conversando até umas duas da manhã. Ela foi dormir, e chegou em um ponto que eu peguei no sono também. Acordei de um ressalto, com uma voz grossa cantarolando uma música misteriosa, que em poucos segundos parou. Notei que as portas de minha sala haviam se fechado sozinhas. O relógio marcava quatro horas da manhã. Embora não estivesse com sono, teria que passar a próxima tarde inteira dormindo, se quisesse ter energia suficiente para voltar na noite seguinte. Esperei dar cinco horas da manhã.

 Assim que Danielle chegou, me despedi dela e fui para casa me preparar para mais um dia de faculdade. Eu esperava descobrir alguma coisa para fazer no meu tempo na pizzaria, mas até lá, minha mente rodava de curiosidade para saber qual era aquela música e de onde ela vinha. E por que as portas de minha sala estavam fechadas? Haviam algumas perguntas a fazer para Danielle, e esperaria as respostas o quanto antes possível.

Fnaf, o terror noturno - A Primeira Pizzaria Onde histórias criam vida. Descubra agora