Capítulo 16

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Domingo, Julho.
11:00AM.

Acordei com o sol invadindo meu quarto pelas cortinas, o relógio em cima do criado mudo que ficava ao lado da minha cama já marcava 11:00AM, o que me fez saltar da cama num susto.

Eu havia dormido demais, olhei pro lado e Anne já não estava mais lá, achei estranho pois hoje ela não iria pra empresa.

Fui até ao banheiro e tomei um banho na banheira, só sai quando meus dedos estavam a formar rugas.

Hoje o dia estava bem bonito em Nova York, um lindo céu azul e um sol entre algumas nuvens, estava quente e eu agradeci internamente por isso, não aguentava mais aquele frio todo.

Vesti um short jeans e uma blusa sem manga, calcei uma das pantufas da Puma que Will havia me dado de presente.

Andei o apartamento todo e não havia ninguém, pelo menos Will deveria estar aqui, o turno dele já devia ter acabado a essa hora. Chequei as mensagens do meu celular e não tinha nenhuma dele, apenas das meninas.

Anne.
"Tive que sair cedo para resolver algumas coisas, obrigada por ontem. Beijos."

Natália
"Antes que se preocupe, estou bem, não fui estuprada nem nada, aquele boy é maravilhoso."

Estava sentindo um pouco de preocupação em relação a Will, ele sempre chegava na hora certa, não havia mensagem nem ligações perdidas, resolvi então ir ao hospital.

Troquei de roupa, coloquei um vestido florido simples e um salto, amarrei o cabelo em um rabo de cavalo, peguei minha bolsa e sai do apartamento em direção ao estacionamento.

Entrei no carro e senti minha perna latejar, ainda não estava 100% recuperada e depois de horas em cima de um salto ontem à noite eu não estava da melhor forma.

Em poucos minutos cheguei ao hospital, ao entrar lembrei dos dias que passei internada aqui, até hoje não descobriram quem foi o mandante do meu acidente.

As meninas da recepção já me conheciam, eu perguntei sobre Will e me disseram que ainda estava no hospital, achei estranho mas apenas peguei o elevador e fui à procura dele.

Passei por algumas enfermeiras que me conheciam e todas vieram me Abraçar. Me disseram que Will poderia estar descansando num dos quartos feitos para os médicos então fui até lá.

Abri cada porta daquele corredor gigante e nada de achar o Will, já estava ficando nervosa até que quando abro a última porta consigo achar ele, ele e uma mulher loira, se beijando.

Fico parada na porta vendo toda aquela cena, parecia que a loira iria engolir ele a qualquer momento, até que Will a empurra e seu olhar se direciona automaticamente até a porta onde estou.

Seus olhos se arregalam e a loira permanecia atrás dele com um sorriso irônico nos lábios.

— Sophie, eu posso explicar! – Ele disse.

— Mas eu acho bom mesmo, e que você tenha uma boa explicação. – Eu disse.

— Quem essa mulherzinha pensa que é pra exigir alguma coisa? – A loira disse.

— Charlotte cale a boca, você não deveria nem estar aqui. – Will disse a olhando com raiva.

— Estou esperando uma explicação. – Eu disse.

— Sophie, vamos sair daqui e conversar melhor em outro lugar. – Will disse.

— Você não pode ir com ela, olha bem pra ela, não te merece, não tem o mínimo de classe, é apenas uma neguinha qualquer querendo te dar algum golpe. – A loira disse com um sorriso sarcástico nos lábios.

Quando eu ouvi cada palavra do que ela disse meu sangue ferveu, quem ela pensa que é pra me falar tamanho disparate?!

Fui até ela e proferi um tapa no seu rosto, deixando sua bochecha levemente avermelhada, Will observava tudo atentamente e pude ver um sorriso brincar nos seus lábios.

—  A única sem classe aqui é a senhorita! E pense bem antes de falar qualquer coisa de mim novamente, a "neguinha" aqui é Graduada e usa um Louboutin para vir à um hospital, graças a Deus eu não preciso depender de homem nenhum, você eu já não sei e a próxima vez que ousar me chamar de "neguinha" ou algo do tipo eu farei questão de ir até a delegacia com a senhorita, nem que pra isso eu precise te levar pelos cabelos, passar bem. – eu disse sorrindo.

Logo em seguida sai daquele quarto batendo a porta e podia sentir will andando atrás de mim. De certa forma eu não tinha nada com Will, eu nem sabia denominar a nossa relação, então ele podia beijar quem quisesse assim como eu, mas ao ver tal cena meu sangue ferveu e ainda por cima a tal loira teve coragem de me falar aquelas coisas, devia achar que eu não iria dizer nada mas ela não sabe que sou brasileira, e com brasileiros não se mete.

Entrei no elevador e Will entrou logo em seguida, parando ao meu lado. Teríamos uma grande conversa quando chegássemos em casa.

— Eu acho que ela merecia até mais do que um tapa. – Will disse sorrindo.

Não consegui dizer mais nada, mas um sorriso gigante se formou em mim.

After Him  #empausaOnde histórias criam vida. Descubra agora