You Belong With Me

140 31 8
                                    

 
Fiquei muito triste quando a viagem acabou, queria continuar naquele mundo em que todos os meus problemas desapareciam, mas nada dura pra sempre eu não podia escapar da realidade, uma hora ou outra teria que voltar ao meu mundo solitário e cheio de defeitos.

  Estava assistindo a segunda temporada de Sword Art Online (que, na minha opinião, não era tão boa quanto a primeira) quando Lucas me mandou uma mensagem dizendo que ele e seus amigos estavam combinando de ir para o shopping no sábado e que ele queria que eu fosso junto. Fiquei muito animada em sair de casa e pensei que tentar mudar meu visual  e ser mais interativa poderia me ajudar a fazer amigos, então decidi que deixaria de ser gótica, afinal o Japa (era assim que eu o chamava) tinha passado por coisa pior e continuado forte.

  No dia coloquei um vestido azul esverdeado, acinturado e que possuía desenhos de algumas rosas, pus uma sapatilha preta, penteei meus cabelos lisos e castanho escuros, passei lápis nos olhos pra acentuar seu tom castanho e passei um brilho labial cor-de-rosa. Quando me olhei no espelho não reconheci quem estava na minha frente, era uma pessoa nova, mais alegre e totalmente diferente do que eu era, mas se isso me fizesse  ter amigos, eu não me importava de mudar um pouco meu exterior.

  Eu e ele fomos os primeiros a chegar e nos encontramos na frente do cinema

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

  Eu e ele fomos os primeiros a chegar e nos encontramos na frente do cinema. Sinceramente, eu devia ter tirado uma foto de sua expressão ao me ver, ele estava chocado e, claramente, se continha para não me perguntar quem eu era. Quando se tocou que ainda estava me olhando, sorriu e disse:

  - Você está diferente.

  - Em que sentido? - perguntei, na esperança de a resposta ser positiva.

  - Num sentido bom. Parece mais alegre.

  - Acho que é o vestido. Essa é...

  - ... Uma das suas cores favoritas - completou ele.

  Devo ter ficado corada naquele momento. Estava tão envergonhada que não conseguia pensar em outra coisa senão cavar um buraco e esconder minha cabeça como os avestruzes fazem. Porém, nesse exato momento, os amigos deles chegaram e, por incrível que pareça, nunca fiquei tão feliz em ver a cara do babaca do Samuel na minha vida!

  Entramos e o filme começou. Era o filme "Percy Jackson e o Mar de Monstros". Não gostamos muito, porque era totalmente diferente do livro, mas fingimos gostar porque pareceu que todos haviam adorado. Saímos de lá e fomos comprar alguma coisa pra comer, quando o celular do Japa tocou. Depois de atende-lo voltou para a mesa.

  - Quem era? - perguntei.

  - Minha namorada, a Laura.

  Senti como se meu coração tivesse sido despedaçado. Por que ela? Meu dia tinha começado tão bem.

A Laura era uma garota nova que tinha a aparência de uma Barbie e o cérebro pequeno como o de um esquilo. Passava a aula toda conversando, se maquiando ou fofocando, sem contar que ela que tinha espalhado o boato de que eu era uma vândala que tinha pichado o carro do diretor (quase fui expulsa por isso, mas no final descobriram que tinha sido uma de suas amiguinhas). Era o mal com cosplay de Barbie e maquiagem.

  - O que ela queria? - sim, o que o demônio da sua namorada queria???

  - Ela só estava me lembrando de que semana que vem é nosso aniversário de um mês de namoro e de que eu tenho que comprar o estojo de maquiagem que ela quer - eles começaram a namorar depois que nos conhecemos. Por que ele tinha me convidado pra ir a praia com ele e não ela? Por que tinha me iludido e não me avisado que tinha namorada?

  - Acabei de receber uma mensagem da minha mãe - menti - Ela disse que vai me buscar mais cedo e que já está quase chegando. Me desculpe, tenho que ir.

   Não aguentaria ficar mais tempo ali sem por para fora todas as minhas perguntas, mas estava envergonhada demais para falar ou fazer algo senão fosse fugir, então voltei andando pra casa e mandei uma mensagem para minha mãe dizendo a ela que não precisaria me buscar e que já estava a caminho.

  

  "You Belong With Me" da Taylor Swift era a música que eu não parava de cantar no caminho pra casa. Mesmo que estivesse chorando, ainda continuava cantando, porque nada representava aquele momento do que aquela música.

As músicas da minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora