3° Capítulo

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Já tinha passado da hora quando Alya entrou no meu quarto para tentar me acordar. Minha primeira intenção foi dar um chute para ver se ela saia do quarto, mas é claro que isso não aconteceu e ela teve a brilhante ideia de me jogar para fora da cama.

— Essa é a pior forma de acordar alguém. - Digo irritada me levantando enquanto ela sorria.

— Mas eu coloquei os travesseiros, você não se machucou.

Apenas revirei os olhos e me levantei do chão olhando feio para ela. 

— Sabe, hoje é sábado. Hoje eu posso dormir até mais tarde, então por que você me acordou essa hora? 

—Se você se esqueceu eu te lembro, hoje é aniversário da cidade. Então, nós temos que se preparar. - Ela disse dobrando o cobertor enquanto eu procurava os meus chinelos.  — E já são uma hora da tarde. 

Dei um pulo tão rápido que até fiquei tonta. É hoje, hoje que eu vou fugir. Assim que Alya saiu do quarto fiquei andando de um lado para o outro. Eu iria mesmo fazer isso? Será que esse site não era tipo uma armadilha? e se aquela mulher que trocou Email comigo não for minha mãe? Dei um suspiro frustado e coloquei meus chinelos logo descendo. 

 — Bom dia Estela. - Adhara me cumprimentou assim que eu apareci na cozinha. —Estou fazendo um bolo para a festa de hoje. Quer ajudar? 

Balancei a cabeça negando enquanto sentava na mesa a observando. Adhara é quase uma mãe, com apenas 23 anos de idade ela teve que amadurecer tão rápido. Muitas vezes, quando me pego a observando, quando ela está com um sorriso no rosto tentando se mostrar forte, tentando ser forte por nós eu me sinto culpada, como se eu fosse um grande peso a mais nas suas costas. Ela é tão bonita, os seus olhos azuis piscina sempre tão gentis apesar de está sempre trabalhando ou resolvendo problemas que nós causamos ela nunca parece cansada, mas eu sei, eu sei que ela está quase vazia por dentro e eu queria que nós, eu queria que eu fosse o suficiente para completar esse vazio, mas eu não sou. 

Mas ela sempre vai ser, independente do que aconteça nessa pequena viagem, minha segunda mãe e meu exemplo. 

  — Consegui acordar a Bela adormecida. - Alya diz aparecendo na cozinha e sentando ao meu lado. 

 — Nunca se acorda alguém a derrubando da cama. - Falo fingindo estar irritada. — Nunca.

Adhara para o que está fazendo para rir de mim e eu a olho indignada. Cadê a justiça dessa casa? Antes que eu possa fazer alguma reclamação Sol adentra a cozinha com várias sacolas na mão e Alya logo se levanta para ajudar, eu até ajudaria se não tivesse acabado de acordar. 

  — Bom dia Sol. - Falo pegando um morango que Adhara havia separado para o bolo e ignorando o seu olhar de reprovação o mordo. 

 — Boa tarde você quis dizer. - Sol diz fazendo uma careta quando uma sacola cai de sua mão. 

  — Eu sei, mas a piada "Bom dia Sol" nunca vai perder a graça. - Falei rindo sozinha enquanto Sol revirava os olhos e aproveitando minha distração tacou um pacote de biscoito em mim. 

— Meninas, sem agressão por favor. - Adhara disse tentando parecer séria mas acabou sorrindo. 

— Eu preciso muito de um remédio para dor de cabeça. -Talia entrou na cozinha colocando a mão na rosto ainda vestindo seu pijama.

— Claro que precisa. - Adhara resmungou voltando a concentração para o bolo. Ela não gostava quando Talia saia para festas, coitada, ela mal sabia que  ela ia a essas festas frequentemente.

— A festa foi boa em? -Sol provocou recebendo um olhar raivoso de Talia que logo se virou para procurar o tal remédio. 

— Eu estou tão animada para festa da cidade de hoje. -Alya comenta me fazendo lembrar que amanhã eu não estaria aqui, nessa cozinha com elas. Mas eu vou voltar, vou sim. Mas eu não poderia fugir sem pelo menos explicar isso para as minhas irmãs, elas mereciam uma explicação, uma garantia que eu iria voltar. Resumindo: Uma carta. 

Não demorei muito na cozinha, logo depois de subir de volta para o quarto me vi pegando um papel e caneta, mas de jeito nenhum conseguia pensar em algo inteligente para dizer e isso me deixava tão frustrada. Eu tinha um segredo, um segredo tão bem guardado que nem mesmo Talia sabia. Eu sou uma escritora. Não, não sou uma escritora profissional, eu apenas escrevo em um site e é lá que eu me sinto eu mesma, é em cada personagem que eu escrevo que eu deixo um pouco da minha verdadeira personalidade. Porque como Sol disse, eu não era eu mesma, porque as pessoas não querem saber do que você realmente é e sim querem alguém para elogiar seus sapatos, mesmo que seja um elogio falso. Então, sem nem uma pressão, algo veio em mente e eu comecei a escrever. 

Eu não sei muito sobre planetas, ou sobre constelações, muito menos sei de estrelas ou como o universo foi criado, mas eu me sinto como uma estrela, não no sentido bom e sim no sentido que ninguém repara.

As estrelas podem ser luz, mas também são solitárias. Não importa o quanto o céu pode está cheio delas, elas nunca vão poder se encontrar, tipo o sol e a lua.

Muitas vezes nossas mentes voam para longe quando nos deitamos, a minha tem voado para bem longe nesses dias. Talvez seja a decisão errada a se tomar, mas eu preciso me encontrar.

Eu sou uma estrela sem luz, esta na hora de encontrar o meu brilho.

Estela White.

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Eu amo quando as irmãs ficam juntas.

Agora só mais o próximo Capítulo e a Estela já vai estar viajando...

Que a força esteja com vocês.

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