Falhar não é uma opção, irmão.

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— " Me liga! " – era tudo que dizia a mensagem que o Gabriel tinha acabado de enviar ao meu celular.

— Oxe. – falei quando a li, discquei o número dele, o celular chamou e ele rapidamente atendeu – O que houve?

— É que eu estava na casa da minha prima, deram uma festa aqui e eu te vi andando às 3 da manhã pela rua. – ele deu uma pausa e logo prosseguiu – Isso é meio estranho, cê tá tranquilo?

— Ah, é só que eu vou fazer uma viagem e, como você já sabe, minha mãe é um caso complicado nessas situações. Eu saí antes que ela acordasse para evitar problemas.

— Saquei. E pra onde você vai? – perguntou ele num tom indiferente.

— Vou até uma ilha chamada Fernando de Noronha. Eu vou com a família do Dave e com a sua irmã.

— E o que vocês vão fazer por lá? – e, de repente, ele parecia se importar com aquilo.

— Para o tio Devon, são férias, mas para mim serão horas de pesquisas sobre a ilha e horas explorando o lugar, preciso conhecer a ilha para encontrar uma coisa lá.

— Você é um cara de muita sorte – disse ele dando uma risada.

— Oxe. – e , mais uma vez, eu fiquei confuso – Por quê?

— Se quiser economizar as horas da pesquisa é só perguntar a Sara sobre a ilha, se ela não souber da informação, me mande mensagens. Nós morávamos lá antes de vir para cá, eu passava o dia todo fora de casa andando por todos os lugares que eu encontrava. Eu conheço essa ilha como ninguém.

— Valeu, pode ter certeza que eu vou precisar dessa ajuda – mesmo sendo inesperado, saber que podia contar com ele, de certa forma, me confortava.

— Falou, irmão. Boa viagem – disse antes de desligar.

Ir de carro até a capital mais uma vez demorou bem menos do que eu pensava, porém, não foi menos cansativo para mim já que dormi bem menos que o convencional. Como não poderíamos levar o carro até a ilha, o deixamos na casa da irmã do Dave.

Ela foi fruto do primeiro casamento do tio Devon, mas quando ele se divorciou, a garota quis morar com a mãe, mesmo com tudo isso, a relação entre eles parecia não ter sido abalada nem um pouco, tanto do Devon com a ex, como dele com a filha que, repentinamente, decidiu ir na viagem conosco.

Geralmente as pessoas agendam as viagens até a ilha muito tempo antes, mas o pai do Dave era um cara que tinha contatos para resolver tudo de última hora.

Por alguns instantes eu não pude deixar de pensar na carta, onde dizia "O mais alto que puder chegar apenas te ajudará a ver o quão preso você pode estar. ". Me perguntava se tinha algo a ver com ir de avião até lá, ver algo dali de cima, mas nada vinha em minha mente.

Eu sentei bem na janela do lado esquerdo do avião, foi muita sorte porque isso me permitiu ter uma vista incrível da ilha ao chegarmos. A Sara, que estava do meu lado, dormiu no voo que levou cerca de uma hora, com a cabeça sobre meu ombro e quase babando em meu braço, acordou depois de uma balançadinha proposital que eu dei.

— Ei – disse Sara acordando enquanto esfregava os olhos com os pulsos e me olhava com a cara toda "amassada".

— E aí, o sono tava bom? – perguntei.

— A gente já chegou? – disse ela ignorando minha pergunta, então ela viu a ilha pela minha janela quando já não estávamos tão alto – Faz tanto tempo que eu fui embora daqui. – ela sorriu – Que nostalgia. Nunca pensei que ia sentir tanta falta desse lugar.

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⏰ Última atualização: Jun 27, 2017 ⏰

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