Capítulo II - Beatrice Benacci

16 3 8
                                    

    Algum dia já se imaginou sendo maldoso ou amedrontador? Já se imaginou ser rico e rei do crime? Pois morram de inveja, eu posso e você só sonha.
Todos os dias algum ser acéfalo resolve se enturmar com a Mietitori, como se fosse fácil assim entrar na Máfia. Nada disso acontece com um simples "Oi, meu nome é Jubilinho, eu queria entrar na Máfia para poder usar drogas e viver a vida inteira às custas da Mietitori". Ou você é escolhido, ou você é lixo. Acontece que o lixo entrou na Máfia. Gabriel Martins é um ser que minha irmã resolveu ter piedade. Um lixo que se vacilar, perde a cabeça (do pinto). Aguardo muito pelo seu vacilo.
    A Mietitori, com ou sem lixo, precisa funcionar. Então, que comece mais um dia normal de mortes e negociações de narcóticos.
Já em meu escritório, trato de colocar alguns marmanjos em seus devidos lugares. Gabriel já passou em minha sala e Katherine ficou de mostrar o trabalho pro lixo, vulgo, futuro despintado. Ela que quis ter misericórdia, então ela que assuma a responsabilidade sobre esse ser inútil.
    Do nada, Vincent entra na sala. Quem esse cafetão pensa que é? Fica entrando em sala alheia e ainda sem permissão.
    - Que história é essa de que o Martins vai trabalhar no Drink n' Sip? Eu não dei permissão. Pode ir tirando aquele vagabundo dali- disse o atrevido.
    - Não sei de nada do que você está falando. Saia da minha sala, e que se resolva com a Katherine. Não sou eu a responsável por aquele cretino. Ninguém mandou você ser um bostinha, consegue nem botar ordem no seu cafofo.
    Vincent não é louco de me afrontar, e passa pela porta furioso (tá bravinho ele, uiiii.)
    Continuo trabalhando, resolvendo problemas de gangues, revendo os armamentos, até que alguém bate à porta. Lhe digo para entrar, e uma garota espia por entre a fresta que se abre.
    - Com licença, gostaria de tratar de um assunto com a senhorita.
    - Diga.
    - Ouvi dizer que precisa de alguém que saiba de computação. E eu queria me candidatar a essa vaga.
    - Entendi. Por quais motivos você acha que consegue entrar na Mietitori? Se for mais um desses lixos você deveria dar meia volta, a Mietitori não é lixão para te acolher.
    Ela sorri, e então a tela do meu computador fica preta, meu celular enlouquece, as câmeras ficam sob o domínio daquela pirralha.
    - Já que é assim, vou embora então. Não precisa de mim para reprogramar seus eletrônicos, não é?
    Parece que o jogo realmente virou, o mundo girou, e quem bobeou, dançou. Tá, não fez nem sentido, mas aquela pirralha tem potencial. Não posso deixar que passe por aquela porta sem ser minha subordinada. Deve ter pego todos os meus dados ainda.
    - Aceita ou não aceita o acordo?- ela me pergunta gargalhando.
    - Essa pergunta deveria ser minha, e eu aceito. Garota atrevida.
    - A Garota atrevida tem nome, Sofia, só avisando mesmo.
    - Acordo aceito, trato feito, pacto realizado. Só não me enche o saco, hoje eu tô com uma puta vontade de arrancar línguas de pessoas tagarelas. Fica esperta.
    A Mietitori não é local para qualquer merdinha, e essa garota tem talento. O que ela tem de talento, tem de atrevimento, mas nada que intimide a mim, Beatrice Benacci. Não consegui a liderança da Máfia apenas pelo meu rostinho bonito (belíssimo, por sinal), e se ela pensa que vai mandar e desmandar aqui, está muito enganada. Quem controla essa máfia sou eu, quem desmembra pessoas sou eu, e quem manda nessa porra toda SOU EU (esse fato se aprende com o tempo, da pior maneira possível, com umas torturas básicas. Coisa normal).

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Apr 05, 2018 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

LimboOnde histórias criam vida. Descubra agora