Capítulo 2

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Era um rapaz de cabelo negro e olhos azuis da cor do céu, com um sorriso maravilhoso mesmo, vestido como se fosse algum empresário, com um fato preto, camisa branca e gravata a combinar com os seus lindos olhos. Peguei rápido nas minhas folhas e corri sem dizer mais nada ao anjo mais bonito que tinha visto na vida.

*Ian POV On*

Fiquei a olhar aquela misteriosa rapariga se afastar sem conseguir dizer nada ou ir atrás dela. Mas porque haveria eu de ir atrás de uma rapariga que não conhecia e nunca tinha visto na vida? Não sei porquê mas aquele olhar ficou me gravado na memória: Talvez porque tinha uns olhos de cor invulgar ou por causa da naturalidade de como me viu e agiu normalmente, digo isto porque sou o Ian Franco, mundialmente famoso por ... bem não interessa o motivo. Será que não me reconheceu? Será que foi por isso que fugiu? Ou não me conhece de todo? Fiquei deveras confuso.

Resolvi então tentar esquecer aquele olhar. Provavelmente não a iria voltar a ver, nem sabia nada acerca dela: nem nome, nem idade, nem onde mora, nem onde trabalha ou onde estuda. Basicamente estou num beco sem saída, por isso só tenho de esquecer. Voltei a colocar os meus óculos de sol e entrei dentro café. Impressionante como aquele olhar que fez estremecer. 

*Ian POV off*

*Venus POV on*

Que olhos lindos não posso negar, que rapaz atraente, que sorriso lindo, ... Quem seria? Bem , acho que não interessa. O que interessa é que consegui chegar a tempo à livraria e entregar o livro, mais um dia sem o entregar e a multa seria enorme e eu não conseguiria pagar. É claro que podia pedir a um dos meus pais, mas não! Quero começar a ser eu a cuidar das minhas coisas e a ser responsável pelas mesmas, já chega de ajudas tanto da parte da minha mãe como da parte do meu pai. No entanto, preciso de arranjar um trabalho.. Mas onde me aceitarão? Em lado nenhum... O único trabalho que tive foi a cuidar do bebé da Mrs. Iannick. Não sei se posso bem chamar aquilo de trabalho porque eles não me chegavam mesmo a pagar, mas davam-me aulas e explicações em troca, posso considerar o quê? Ai, eu não sei... Quem me dera já ter trabalho alguma vez, assim já tinha experiência.

Eram 18h quando resolvi voltar ao Vienna, como já disse adoro mesmo este café. Ainda assim, antes de ir para lá, decidi passar por um quiosque e comprar alguns jornais para ver o que existia no mercado de trabalho. Passado umas boas 2 horas, ainda lá estava eu à procura, mas tudo o que encontrava e que parecia adequado a mim ou ficava a horas e quilómetros de distância ou era preciso pelo menos um ano de experiência. Olhei as horas e reparei que estava na hora de desistir, não é algo digno de mim mas já tinha pesquisado nuns 10 jornais diferentes e nada, nada de trabalhos, nada de part-time, nadinha.. Estava prestes mesmo a levantar-me quando uma das empregadas veio ao meu encontro com a conta e um cartão na mão.

- Menina Venus?- Sim, passo aqui tanto tempo que quase todos os empregados já me conhecem, o que é ótimo.- Reparei que estava a olhar o jornais, estava à procura de trabalho?

- Ai Alice, não me diga que conhece alguém!

- Sim menina Venus, por acaso até conheço e acho que vai adorar o local!

- Primeiro: Alice, quantas vezes já lhe disse para esquecer  o menina e me chamar só Vee? Segundo: diga-me por favor, ando ansiosa à procura de trabalho há horas!

- Ahh sim- sorriu- Aqui mesmo! Sei que não tem experiência, mas é isso que procuramos. Assim, podemos ensiná-los à nossa maneira. Ás vezes quando recebemos gente com experiência, eles aparecem aqui como se já soubessem fazer tudo e não nos deixam explicar nada, fazem mal e são despedidos. Acho que até encontrar algo melhor poderá ficar aqui connosco, acho que nos vai fazer bem!

- Ahh Alice! Isso é incrível, claro que aceito! Quando posso começar? Adoro este espaço, podia passar aqui a minha vida inteira!

- Imagino que sim! Apareça amanhã às 7h. Vee? Por acaso agora não tem aulas, não é?

- Cá estarei e sim, estamos numa espécie de pausa.

- Ótimo! Apareça e vamos ver como corre.- Dito isto, virou costas e seguiu em frente, deixando o cartão que continha o seu número de telemóvel para lhe ligar se ocorresse algum imprevisto ou se precisasse de alguma ajuda. Estou realmente feliz por começar a trabalhar aqui, acho que vai ser uma nova experiência incrível para mim!

Eram pouco mais de 22h quando resolvi ir para cama, não por estar cansada mas porque devia descansar para estar fresquinha para o meu primeiro dia de trabalho. Ainda nem acredito que vou começar a trabalhar no Vienna. Além de ser um espaço maravilhoso, as pessoas são tão simpáticas e compreensivas, acho que para começar será um bom lugar e depois logo se vê. Agora a maior pergunta que paira na minha cabeça é: será que aquele rapaz costuma lá ir? Será que o vou atender alguma vez ou falar com ele? Ai Vee esquece isso, nunca vai dar. Virei-me um pouco na cama e programei o telemóvel para tocar às 6h15, acho que dá tempo para me despachar. Minutos mais tarde, senti os olhos a pesarem e a fecharem-se lentamente. O sono chegou e eu adormeci.


Independence is HapinessWhere stories live. Discover now