Capítulo 4

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Ainda não estava em mim quando cheguei à copa para entregar o pedido de Ian. Não conseguia deixar de pensar naquele olhar, naquele sorriso, naquele rosto, não conseguia se quer deixar de pensar na maneira como ele disse o meu nome: 'Venus', parece que aquela voz rouca soava na minha cabeça vezes e vezes sem conta, deixando-me nas nuvens... Que homem tão perfeito... mas vá Venus, esquece e concentra-te no teu trabalho.

- Venus? Acorda! O teu pedido está pronto, estou te a chamar à quase 5 minutos. Não deixes o Mr. Franco à espera.- gritou Jane, a pessoa mais maldosa que conheço, que também é umas empregada de mesa aqui do café. Ela sempre arranja uma forma de me meter em trabalhos, a minha sorte é Alice, que está sempre lá para me proteger, uma vez que já conhece bem a peça.-  Vê lá se não queres que diga a Mrs. Marttino que o fizeste esperar. Ela não vai gostar nada.

Isabella Marttino é a nossa patroa, uma pessoa adorável, amiga de todos, simpática e incrível, mas ... Quanto se trata do seu negócio, esqueçam... consegue ser super rígida e imperdoável. É normal, tendo em conta que este café é a sua vida desde que perdeu o Mr.Marttino e ele lhe deixou este espaço. O seu marido, Pablo Marttino, faleceu à cerca de 2/3 anos de câncro nos ossos e Isabella ainda não conseguiu ultrapassar a sua morte, não a condeno, não consigo imaginar perder alguém com quem convivemos todos os dias e com que partilhamos a nossa vida e pior ainda... alguém que amamos. Ás vezes, ouço-a a chorar no armazém mas quando lhe pergunto se está bem, ela apenas sorri e responde que são apenas pequenos momentos de fraqueza e dando-me uma pequena palmadinha nas costas, limpa as lágrimas e regressa ao café. Confesso que tenho muita pena pela, mas admiro a sua coragem.

- Ai Jane, já chega! - Respondi eu no tom mais calmo que consegui. Peguei no pedido e fui em direção a Ian. - P-Peço imensa desculpa pela demora Mr.Franco, mas não estou ainda muito habituada a servir às mesas. 

- Oh, não tem qualquer importância.- Respondeu ele, sorrindo para mim. Ai, que maravilhoso é o seu sorriso. Estava tão hipnotizada pelo seu olhar que nem ouvi a pergunta que ele que fez. -  Hum... Venus?

- S-sim?! Pode me tratar só por Vee, normalmente é como toda a gente me trata... - Gaguejei ligeiramente.

- Tens um nome tão lindo, podiam repeti-lo mil vezes à minha frente que eu não me fartava, nem cansava de o ouvir, para quê reduzi-lo e matar toda a beleza?

- Amm ... Eu ... Eu não sei bem como responder a isso... Am ... O-obrigada?- Confesso que corei, só me apetecia gritar e sair a correr, parece que me faltavam as palavras para lhe responder ou elogiar de volta. Mas que raio? Porque haveria uma empregada de mesa elogiar um cliente como todos os outros? Não, não, não! VEE CONCENTRA-TE! O que eu não sabia é que ele, na verdade, não era um cliente como todos os outros como eu pensava e eu estava prestes a descobri-lo.




Independence is HapinessWhere stories live. Discover now