Capítulo 2

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Elisa Miller

Sinceramente como consegue dormir assim?! Não dá né, assim fica difícil, parece que está lutando dormindo, não vou nem comentar sobre quantos murros e chutes ele já me deu. Vou anotar, que quando Arthur pedir para dormir comigo novamente, vai ser ele lá e eu cá, tipo na ponta da cama mesmo, estou quebrada e ainda com a coluna doendo.

Levantei sonolenta e fui fazer minhas higienes, juro que quando me olhei no espelho tomei um susto, que merda é essa? Cabelo lá em cima, cara amassada e olheiras horríveis, necessito de um belo de um trato.

Acabei de tomar um banho me vesti e voltei para o quarto, observei meu pequeno todo torto na cama e ainda por cima de cabeça pra baixo, não posso nem reclamar, meu pai sempre me contava que eu chutava muito ele e acordava atravessada na cama.

Caminhei em direção a sala e reparei na bagunça que estava, graças a Deus hoje é sábado, vamos começar uma quase que faxina. Liguei o som no volume baixo, pois Arthur ainda dormia e são 07:00 horas da manhã, comecei pela cozinha lavando as louças de não sei que dia. Paulo não faz nada, a casa fica uma zona por causa dele, não está trabalhando e ainda não ajuda em nada com as tarefas de casa, enxuguei e guardei as louças que lavei a poucos minutos. Depois que acabei com as louças, fui na lavanderia e botei algumas peças de roupa para bater na máquina, arrumei o armário, lavei o chão da cozinha, depois fui para sala e em seguida os quartos e o banheiro, Arthur já tinha acordado e estava fazendo sua tarefa da escola na sala.

- Mãe? Mãe? –Arthur me gritou, larguei o que estava fazendo e fui ver o que ele queria.

- Oi? Ainda não morri, estou bem viva, o que foi? –Perguntei enquanto me escorava na vassoura e tirava uma mecha de cabelo que estava incomodando meus olhos.

- Credo mãe. –Disse me olhando enquanto gargalhava, acabei dando risada junto com ele.

- Fala logo que não tenho todo tempo do mundo, já se viu pobre com tempo? –Disse enquanto prendia direito o meu cabelo que toda hora soltava.

- Carla ligou e disse que viria aqui 13:00 horas e para a senhora fazer o bolo que ela tanto ama. –Disse revirando os olhos, Arthur não a suportava e até hoje eu não sei o motivo disso, outra vez ele deu uma bela de uma mordida no braço da mesma, ficou de castigo por uma semana, o pai só faltou morder ele também, mas eu não deixei.

- Está bem, vamos fazer assim, vai tomar um banho porque vamos almoçar naquele restaurante que você tanto ama, e na volta para casa, passamos na confeitaria e compramos um bolo, está bom para você? –Pela cara que ele fez, vai me pedir alguma coisa.

- Vamos poder comer batatas fritas e refrigerante? –Perguntou com aqueles olhos brilhando voltados para mim. Ainda bem que ele não se lembrou do maravilhoso soverte né.

- Vamos ver, só se um porquinho que está na minha frente correr para o banho em três...dois...um... –Não cheguei nem no dois direito e ele saiu em disparada para o seu quarto.

Fui para o meu, tomar um bom banho e lavar o cabelo. Depois de pronta fui ver Arthur.

- Filho? Já está pronto?

- Sim mãe, falta só amarrar o cadarço. –Falou enquanto tentava amarrar o mesmo. Me abaixei e expliquei pela décima vez como se faz isso.

- Aprendeu? –Perguntei a ele que me olhou, sorrindo e respondeu.

-Sim mãe, dessa vez eu aprendi. – Sabia que não tinha aprendido nada, sempre é assim, segurei o riso e segui ele até a porta.

Peguei minha bolsa no quarto e caminhamos em direção ao restaurante que não ficava longe de casa. Chegamos e fizemos os nossos pedidos, enquanto comíamos ele ia me contando como foi a escola.

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