Capítulo 8

322 39 11
                                    

Carla
- Uma dose de Whisky com gelo, por favor. - Pedi ao garçom a minha frente, fazem 30 minutos que estou à espera de Carlos, marcamos de nos encontrarmos nesta boate e até agora ele não apareceu, odeio esperar. 
O garçom me serviu e fiquei brincando com o copo ao invés de beber. Depois de uns 10 minutos, ele finalmente chegou. 
- Oi, amor - Falou me dando um beijo, sentou no meu lado e pegou minha bebida. 
- Você demorou demais, aonde estava? Sabe que odeio esperar. - Falei brava e bastante nervosa com a situação. 
- Não começa com essa chatice, você sabe que esses dias eu estou com a cabeça quente, se quiser brigar, é só falar que te deixo aí sozinha. 
- Esquece, deixa isso para lá. - Falei para não acabar me estressando ainda mais.
- Bom, vamos logo ao assunto, para que você me chamou aqui hoje?  - Perguntou com mal humor. 
- Estava pensando, já faz uma semana que Elisa foi embora e... 
- Não fale dessa mulher na minha frente, não sabe a raiva que estou, ela tirou meu filho de mim. - Falou alto me interrompendo. 
- Só queria dizer que há um tempo que ela se foi, e não vamos morar juntos, como você sempre quis? - Falei segurando seu rosto para olhar pra mim. 
- Está Bem, pode ir para lá esse final de semana, vou tentar deixar as coisas organizadas. - Falou sem muita importância, depois que Elisa foi embora ele meio que ficou frio, mas vou fazer isso mudar.
Depois dessa conversa bebemos calados, resolvi ir para casa descansar, pois amanhã começaria a arrumar minhas coisas para a mudança.

Elisa
Acordei cedo e fui onde seria a nova escola de meu filho, graças à Deus consegui uma vaga para ele que começaria amanhã, mas a diretora foi tão legal que deixou o lá para conhecer a nova escolinha.  Estou andando pelas ruas distraída e cansada, já entreguei vários currículos, mas parece que vai ser difícil essa minha busca, mesmo tendo experiência em empresa grande, só tinha um lugar que parecia que iria me chamar por ser de uma senhora simpática e parece que está precisando de ajuda, já que estava sozinha naquele lugar grande. Resolvi andar mais um pouco e entregar o resto dos currículos que estavam na minha mão, como eu disse antes estava distraída e acabei me esbarrando em alguma coisa ou alguém, quase que parava de bunda no chão que estava molhado e foi onde meus papéis pararam, me abaixei rápido para pegar, mas não adiantou já tinha molhado tudo, já estava cansada e agora isso me fez ficar mais estressada, o homem que quase me derrubou estava parado na minha frente com ar de riso isso, me fez ficar mais brava, como ele não me viu e tombou em mim? E ainda fica rindo. 
- Quase me derruba e ainda fica rindo? - Falei ou quase gritei com um belo par de olhos sedutores, que deu ainda mais risadas. Ele está vendo algum palhaço aqui ?
- Desculpe senhorita, mas foi você que tombou em mim, estava olhando para o chão e não percebeu. - Falou dando a mão para mim e se apresentando. - Me chamo Eduardo Lins. 
Olhei para ele, parecia o tipo de cara sedutor que esbarra nas mulheres na rua para pedir seu telefone e marcar algo como pedido de desculpas, como eu não queria isso o ignorei e passei ao seu lado apressada sem olhar para trás, acho que fui um pouco grossa, mas não estava me importando, ouvi gritar perguntando se não ia dizer meu nome mas continuei andando sem dar atenção. Já tinha passado de meio-dia e minha barriga estava roncando de fome, decidi ir para casa, minha sorte que o ônibus que minha prima falou que deixava perto de casa não demorou muito, logo estava sentada na janela observando as ruas daquele lugar, as pessoas pareciam não ter problemas nenhum, tudo tão calmo aqui. 
Desci no ponto e caminhei bem pouco, chegando na casa de minha prima ela não estava, havia ido trabalhar, decidi preparar algo para comer e arrumar a casa. Não sei porque o pessoal gosta de strogonoff com arroz, sempre faço com macarrão, para mim só serve com macarrão. 
Depois de pronto, sentei e almocei, lavei os pratos e dei uma ajeitada na casa, não consigo ficar parada. Resolvi molhar as plantas no quintal, até o horário de buscar Arthur na nova escola.
Eduardo Lins
Meu dia hoje está sendo estressante, já tive que resolver vários problemas na empresa, que tem três donos, mas sempre sobra para o irmão aqui. 
Sentei na minha cadeira enquanto ouvia minha irmã, Júlia falar ou melhor, tagarelar. Ela gosta muito de conversar sobre qualquer coisa. Somos três irmãos, Júlia, Enzo e eu, sou o mais velho, nem tanto só um ano mais velho que Enzo e três anos mais velho que Júlia, fomos criados por nosso pai Emanuel que soube cuidar e educar muito bem os três filhos, mesmo passando por algumas dificuldades, ele conseguiu crescer nossa empresa que hoje é dirigida por nós. Infelizmente nosso pai não se encontra mais aqui, faz um ano, Júlia foi e é a mais que sentiu falta, era muito apegada ao papai, nossa mãe nos deixou quando Júlia tinha quatro meses de nascida, foi muito difícil para nosso pai criar os filhos pequenos, mas ele foi um herói e conseguiu. Não sabemos de nossa mãe e nem queremos saber, não temos contato com nenhum parente dela, e é melhor assim. Fiquei aqui pensando nisso tudo, que nem vi a hora que minha irmã disse que já ia embora, só me dei conta quando vi que estava sozinho na minha sala, resolvi sair para comer algo já se passava do meio-dia e estava faminto. 
Desci o elevador e todos me cumprimentava, gosto de trabalhar aqui, não sou o tipo de chefe que só anda com a cara fechada. 
Fui andando pelas ruas olhando as pessoas e os carros que passavam em volta, o tempo estava meio nublado, tinha chovido mais cedo e as calçadas estavam escorregadia e bem molhadas, estava andando normalmente mas não percebi a moça que acabou de se esbarrar em mim, segurei a rápido para não ir de encontro ao chão molhado, mas não pude fazer o mesmo com seus papéis que voaram e molharam no chão, no mesmo instante ela se abaixou para tentar salvar os papéis, mas não dava mais tempo, estragaram todos. Levantou e me olhou com uma cara nada amigável, o que me fez sorrir, não tive culpa, ela estava andando muito rápido, tentei conversar com ela, me apresentei, mas a “estressadinha” saiu pisando duro que nem seu nome disse. Continuei meu caminho para uma lanchonete, fiz meu pedido e comi em silêncio, resolvi ir para casa, chegando lá, encontro meu irmão sentado esparramado no meu sofá, com os pés na minha mesinha e comendo meus salgadinhos com minha cerveja, isso mesmo minha. 
- Você não tem casa não? - Perguntei enquanto desligava a televisão. 
- Ei, na melhor parte. - Falou pegando o controle de volta. - Respondendo sua pergunta, tenho sim. Mas gosto mais da sua. 
- Folgado. - Falei e sentei junto a ele, ficamos o resto da tarde assistindo e comendo besteiras. 
Depois que ele foi embora, tomei um banho, me deitei e fiquei pensando na estressadinha de mais cedo, até que é bem bonita. 

Elisa
Deu o horário e peguei Arthur na escola, estava animado e bem suado, parece que brincou muito. 
- Como foi a escola, filho? – Perguntei, enquanto me abraçava. 
- Foi legal mãe, brinquei muito e gostei dos meus novos coleguinhas. - Falou enquanto caminhávamos para casa. 
- Têm muitos amigos novos lá? - Perguntei animada e contente que ele tenha gostado da nova escola. 
- Sim, muitos amiguinhos, fiquei na sala de Sophia e Léo. - Falou sorrindo. 
- Que bom meu amor, agora vamos adiantar. - Disse apressando mais os passos. 
Chegamos em casa, dei banho em Arthur e tomei logo o meu, Kah não tinha chegado ainda, deixei Arthur assistindo enquanto prepara o hot dog. Quando estava quase pronto, Kah chegou e fomos comer vendo televisão, quando vi, Arthur já dormia ocupando o espaço todo, praticamente nos empurrando do sofá, peguei-o no colo e botei na cama, aproveitei para descansar um pouco também. 

Carla 
Acordei cedo e comecei a arrumar minhas coisas, quando deu uma da tarde, já estava tudo nas caixas esperando só o caminhão chegar. Paulo já tinha me ligado e estava à minha espera, o caminhão chegou e fui na frente mostrando o caminho, foi rápido minha casa não era muito longe, falando nela, arrumei um comprador bem rápido, só ia acertar os documentos que faltava e pronto. 
Chegamos, desci e os homens foram levando as caixas. 
- Oi, amor. - Falei dando um beijinho de leve na boca. 
- Oi, gostosa. - Me puxou e me deu um beijo mesmo. 
Entramos e começamos a arrumar tinha muita coisa da outra, botei tudo em um saco preto para jogar fora fiz praticamente uma faxina enquanto Paulo já tinha parado de fazer e foi se sentar, ele não deixou eu tocar no quarto do filho, mas o resto joguei tudo fora e quando ele não estivesse, eu iria entrar lá para jogar mais coisas no lixo. Assim que acabei de arrumar e deixar o ambiente com meu jeito, fomos tomar um banho juntos e aproveitar a cama macia e limpa que nos esperava. 
Depois de uma parte da noite maravilhosa, fomos até uma pizzaria onde terminamos o nosso dia maravilhoso. 
Eu estava conseguindo fazer ele esquecer Elisa e o pestinha do filho.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 23, 2020 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

O RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora