14

856 45 0
                                    

Olhei para o rapaz e ele fez o mesmo.

- É por causa de uma rapariga não é? - o moreno perguntou.
- Sim, e eu compreendo o porquê dele ter desabafado comigo e não com vocês. Provavelmente se o fizesse com um de vocês iam fazer uma festa por ele estar verdadeiramente interessado em alguém.
- Tens razão, eu não me importo que ele não o tenha feito comigo e sinceramente fico feliz por vocês estarem a desenvolver uma amizade tão grande - sorrimos.
- É, ele é um bom rapaz!
- Eu também sou um bom rapaz - disse com um sorriso matreiro no rosto.
- Não digo que não - disse entrando no seu 'jogo'.
- Também tenho a certeza que és uma boa rapariga!
- Não digo que não - rimos - Vamos para a beira deles?
- Bora lá - disse e levantamos-nos indo para o local onde estavam todos.
- O casalinho já conversou tudo? - disse o Afonso gozando connosco.
- Qual casal qual quê, vai dormir um sono Afonso - disse caminhando até ele é dei-lhe um cachaço fazendo com que todos se rissem.

Passamos a tarde a conversar e a brincar tanto na piscina como fora até chegar a hora do churrasco.

Estava apenas com o bikini e os calções vestidos, tal como todas as raparigas ali presentes. Os mais novos tinham ido jogar Wii. Enquanto os rapazes estavam lá fora a assar a carne as raparigas estavam a preparar os acompanhamentos, menos eu, o Afonso e o André que estávamos a pôr a mesa.

- Quanto tempo é que o teu irmão vai ficar aqui mesmo? - perguntou o André.
- Em princípio só esta semana - respondi.
- E em que dia estás a pensar leva-lo ao Dragão?
- Quando vocês puderem, tenho é que ver mais cenas fixes para fazer com ele, não quero tar sempre a ir para a praia.
- Também quero uma irmã como tu Mafalda - disse o Afonso fazendo beicinho.
- Até parece que tens razão de queixa - resmungou o André.
- Eu estava a brincar pah, sabes bem que adoro ser o teu atrelado - respondeu o Afonso e eu ri.
- Tenho que ver sítios fixes para ir com ele na net, se me quiserem dar sugestões estão à vontade - disse aos dois irmãos à minha frente.
- Eu sugiro, mas tens que me prometer que me vais incluir nos teus programas de família - disse o Afonso.
- Depende das sugestões que deres!
- Vou pesquisar e depois digo-te alguma coisa - piscou-me o olho e foi até onde o resto dos rapazes estavam a fazer o churrasco.
- Este teu irmão se não existisse tinha de ser inventado - disse fazendo-nos rir.
- Este gajo é uma peça! Mas olha que eu também não me importava de ser incluído nos teus planos de família - disse aproximando-se de mim.
- Eu bem vi que o teu irmão tinha de sair a alguém - ri.

Acabamos de pôr a mesa e fomos ajudar os outros a acabarem as suas tarefas. Hoje iríamos ficar a dormir todos na casa da Maria visto que os seus pais não estavam e tinha sitio para todos dormimos.

Come-mos entre gargalhadas e conversamos sobre diversos assuntos. Ficou tarde e fomos arranjar as camas onde íamos dormir. Haviam dois quartos no andar de baixo e quatro no andar de cima. O meu irmão ficou num quarto com o primo da Maria e a sua irmã e a sua prima iriam ficar noutro quarto. O Pires e a Inês ficaram num quarto e eu fiquei com a Maria. O André e o Afonso ficaram num e o Rui Pedro e o Tavares noutro.

Neste momento estávamos todos no jardim a jogar cartas enquanto os mais novos já estavam nos quartos.

- Bem, nós vamos indo para o quarto - disse a Inês referindo-se a ela e ao Pires.
- Eu também vou indo, vens? - disse o Rui Pedro para o Tavares que assentiu levantando-se.
- Sendo assim vamos todos, certo? - perguntou o Afonso e todos afirmamos.
- Boa noite pessoal - disse e recebi uma resposta de todos.

Fomos para o quarto e a Maria emprestou-me um pijama.

Já se tinha passado prai uma hora desde que me vim deitar e não estava a conseguir dormir, o que não era muito normal em mim visto que costumo adormecer logo.

Decido levantar-me e vou até à cozinha pegando num copo de água e dirijo-me para o jardim. Sento-me na relva e fico a olhar para a piscina.

- Também não consegues dormir? - alguém fala e eu assusto-me - Desculpa, não te queria assustar - disse sentando-se à minha beira.
- Não faz mal André - sorri - E não, não consigo dormir, o que é muito estranho - digo e os dois gargalhamos.
- Insónias?
- Não, não tenho é sono nenhum!
- Somos dois!

Ficamos em silêncio apenas olhando o pequeno movimento da água da piscina. Alguns segundos depois senti que ele me encarava e olhei para ele. Ele tinha os seus olhos castanhos presos nos meus. O meu instinto foi olhar para os seus grossos e bem delineados lábios. Voltei a olhar para os seus olhos e reparei na proximidade perigosa a que nos encontrávamos. Comecei a sentir as famosas borboletas na barriga e aproximei-me do rapaz. Ele repetiu o meu gesto e quando dei por mim já tínhamos os lábios colados iniciando um beijo calmo. Ele pediu passagem com a sua língua à qual eu cedi. Os nossos lábios dançavam numa perfeita sintonia até que nos afastamos.

Sunrise | AS ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora