20° capítulo

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Melissa~

Depois desses dias eu não estou me sentindo bem, me sinto fraca e dolorida, Luíz e Suzana quase não me alimentam e me maltratam muito, principalmente ela!

As vezes ela entra aqui e come na minha frente, me tortura apenas com o cheiro da comida e vai embora me deixando com fome, mas eu me aguento e não imploro por comida, acho que as vezes ela fica com raiva por eu não me humilhar como ela quer e então ela acaba me agredindo.

Luíz as vezes entra pela madrugada e me provoca também, as vezes eu penso que ele vai tentar algo como antes, mas ele diz que estou suja e fedendo, e que assim eu não sirvo, que se eu não tivesse feito a besteira de me entregar ao Gui, eu não sofreria tanto.

Não sei se vou aguentar mais tempo, minhas mãos estão doloridas,meu corpo está cada vez mais débil e fraco, e meus pés machucados pois permenecem amarrados de dia e de noite, só levanto quando pesso para ir ao banheiro, não sei como mas eles me deixam ir, porém sempre reclamando e debochando de mim. Eu espero que consigam me tirar daqui, está ficando cada vez mais difícil de suportar tudo isso.

Any~

Esses dias que passaram pareceu uma eternidade, eu não saí de casa e nem sequer fui à loja, liguei para la e pedi a uma funcionária minha que tomasse conta de tudo por lá.

Quando estava na cozinha lavando alguns pratos ouvi o telefone tocar. Corri até a sala e atendi.

-Alô?

-Preciso que me encontre no mesmo local de antes! Daqui a vinte minutos estarei lá! Entendeu? disse autoritário.

-Espera, Luíz, mas... Me encontrar assim...eu..... Eu não sabia o que dizer.

-Está surda por acaso? Leve dinheiro, aquele acabou, vamos logo que precisamos conversar! Ele desligou e nem me esperou falar.

Corri até meu quarto, coloquei uma blusa mais folgada uma calça e um par de botas marron cano médio, peguei as chaves do carro e saí as pressas. Quando cheguei esperei mais um tempo como na outra vez até que ele apareceu em seu carro.

-Entra! disse apressado. Trouxe dinheiro?

-Sim, lhe mostrei mais 10 mil.

-Escute, preciso que preste atenção, falou sério e eu prontamente o olhei nos olhos.

-você disse que me ama não é?

-S..sim.. Por quê?

-Por que terá que provar.

-Como? falei curiosa.

-Por que estou pensando em sair do país e preciso que me ajude!

-Sim eu ajudo meu amor, mas só se me levar com você! Afirmei decidida.

-Ah não me venha com essa de novo Any! Você não largaria tudo assim, acha que sou otário? Não me faça perder a paciência, disse irritado. Largaria sua sua loja?  sua casa? Você não ia viver como fugitiva ao meu lado!

-Eu posso fazer muito mais que isso Luíz! falei tocando em seu rosto, eu já não falei que te amo? Você foi o único que me amou de verdade, não me deixou por outra mulherzinha qualquer, uma mulher apaixonada faz de tudo! Sabe quando viajei? Recebi uma proposta e querem comprar minha loja, basta assinar uns papéis, enviar pelo correio e está feito! Em seguida posso vender a casa e logo recomeçaremos a vida em outro lugar o que acha amor?

Ele coçou a cabeça desconcertado, estava duvidoso em busca de uma resposta.

-E sua filha? O que faremos com ela?

-Deixaremos com o pai, a Melissa já é crescida vai ficar muito bem com ele, e se quiser podemos ter outros filhos fora daqui ou curtir a vida como um casal apaixonado, mas a propósito onde a deixou?

-Está em um lugar seguro com alguém da minha confiança.

-Alguém? Perguntei curiosa. Que alguém?

-Não seja curiosa em seguida você vai saber.

-E então topa? Vida nova sem ninguém na nossa cola e nenhum policial te perseguindo! Tenho muito mais dinheiro no banco, podemos comprar tudo novo, vamos diga que sim, ficarei totalmente rica com a venda da loja e da casa, e posso investir o dinheiro longe daqui!

Ele demorou alguns segundos para responder, ainda estava desconfiado.

- Jamais nos acharão amor Acredite! lhe falei sorrindo.

então ele respirou fundo deu partida no carro e saímos dali.

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Ele nos guiou a um lugar estranho que eu nao conhecia, uma área muito pobre da cidade.

-Onde estamos? Perguntei.

-Em minha antiga casa, disse fechando a porta do carro.

-É aqui que deixou a Melissa?

-Sim venha! Falou ordenando.

Era uma casa pequena, bem humilde mesmo, tinha um pequeno portão na frente da casa, era um local meio silencioso, não via ninguém na rua. Assim que entramos vi uma mulher, demorei a crer de quem se tratava, sim era ela, a ex mulher do Fernando, Suzana!

-O que ela faz aqui? Falei apontando-a.

-Ela se juntou a mim depois que foi abandonada e me pediu ajuda prometendo me ajudar no que eu quizesse, ela não tinha para onde ir.

-Hunhum. Falei balançando a cabeça ainda sem acreditar.

-Ei! retrucou suzana. Eu não fui abandonada foi tudo culpa daquela pirralha, e o que essa mulher está fazendo aqui Luíz? Decidiu acabar com tudo? é isso? E o resgate que planejamos pedir ao Fernando?  Perguntava confusa sem saber oque estava havendo.

-Ela está do meu lado, enquanto ao dinheiro não se preocupe te darei uma boa grana quando a gente for embora!

-A gente vai embora? Mas e a garota o que vai fazer com ela?

-Não eu e você, não seja estúpida! Eu e minha mulher, você não tem onde cair morta acha que eu levaria você comigo?

- Ai também não precisa falar assim seu grosso! disse me olhando feio.

-Que foi querida? Cara feia pra mim é fome, falei com deboche.

-Ja chega! Disse Luíz irritado.
-Assim que estivermos longe avisaremos ao pai da garota onde ela está, agora pare de perguntas que está me deixando nervoso!

Interrompi a conversa e pedi para ver a Minha filha, eu queria vê-la pela ultima vez e me despedir.

Luíz hesitou quando pedi, mas ele me levou até o quarto onde estava Melissa e la estava ela, caída, desmaiada e muito machucada.

Senti uma enorme agonia ao vê-la naquele estado, tentei nao demonstrar, agachei perto dela e não mostrei qualquer afeto.

-Adeus filha, você vai ficar bem com seu pai! Falei acariciando seu cabelo enquanto Luíz me observava.

Quando finalmente ele saiu do quarto nos deixando a sós tentei aproveitar a oportunidade, talvez a última!

Assim que ele fechou a porta eu abri a minha bota e tirei meu celular, disquei para o Fernando e avisei onde estava. Descrevi o melhor possível aquele lugar, como eu não sabia o endereço lhe contei todos os detalhes de onde estávamos, quando terminava de contar senti alguém tomar meu celular com muita força.

O Perigo Mora Em Casa.Onde histórias criam vida. Descubra agora