A filha do Castiel

0.1

O silêncio consumiu o local. Os irmãos Winchesters estavam acomodados nas cadeiras estofadas do Bunker, sentados frente a frente. Sam levou sua xícara branca até seus lábios, bebericando o seu café recém-pronto sem tirar seus olhos da tela do computador. Enquanto Dean, por mais que o rapaz se esforçasse para prestar atenção nas entrelinhas dos noticiários das cidades locais, algo estava bloqueando seus pensamentos. E esse algo que atormentava sua linha de raciocínio tem nome: Castiel. O anjo estava desaparecido por meses, sem deixar quaisquer rastros para trás. Era como se Deus tivesse se cansado da existência do anjo e decidido apaga-lo da terra. O Winchester nunca duvidou da capacidade do Castiel em se cuidar sozinho, mas um anjo caído contra céu e inferno sem qualquer apoio, as chances de sobrevivência eram nulas.

O Winchester mais velho suspirou, demonstrando sua impaciência.

ꟷ Achou algo? ꟷPerguntou ao irmão que, sem desviar sua atenção da tela retangular do seu computador, negou com a cabeça. ꟷ Preciso tomar um ar, se encontrar algo é só me ligar.

E o homem se levantou, fechando a tela do seu computador. "Preciso tomar um ar" é uma frase que vem sendo usada de forma frequente por Dean, possuindo dois significados: Beber uma cerveja em algum bar e se for seu dia de sorte, sair com alguma mulher. Ou procurar alguma pista do Castiel. De qualquer forma, o Winchester apanhou a chave do seu Impala 1967 e aos poucos saiu do campo de visão do irmão.

O sentimento de frustração se alastrou por todo o sistema de Sam, achar casos nunca havia sido tão difícil quanto vem sendo nos últimos meses. Castiel desapareceu e as criaturas do submundo param de atormentar vidas inocentes, Sam começou a se questionar se tem alguma ligação entre essas duas coisas. E se houver, por quê? Muitas perguntas sem resposta, hipóteses sem pé ou cabeça, Dean não era o único que estava sendo afetado com o desaparecimento repentino do anjo.

Um bater de assas. Controlado por seu instinto de sobrevivência, Sam conseguiu retirar seu revólver do coldre e mirou com rapidez para o alvo. A visão que obteve ao se virar era perturbadora ꟷaté mesmo para Sam que já havia visto de tudo.

Era Castiel.

Ele trajava suas vestimentas padrão, mas estas estavam sujas e com manchas de sangue fresco por toda a extensão do tecido branco de sua camiseta social e do seu sobretudo bege.

O anjo mantinha em seus braços uma mulher de cabelos loiros ꟷquase platinadosꟷ coberta por sangue e agonizando de dor. Uma mulher grávida e em trabalho de parto.

ꟷ Me ajuda, por favor. ꟷa voz do anjo quase não saiu dentre seus lábios secos e rachados.

Sam prendeu seu revólver em seu coldre e com um canivete, que pegou dentro de seu bolso traseiro, desarmou a armadilha dos anjos e liberou passagem para o Castiel que cambaleou para o lado. Era visível o quão debilitado o amigo estava e então o ajudou, pegando a mulher em seus braços.

ꟷ Ela está em trabalho de parto ꟷinformou Castiel com seus olhos azuis marejados.

Bastou uma contração de intensidade mediana para um brilho azulado percorrer por suas veias e um gemido alto sair dos seus lábios, o que resultou na instabilidade das luzes do bunker. Sam nunca havia visto algo assim antes.

ꟷ A criança é um Nephilim ꟷo anjo notificou. ꟷ A minha filha.

Sam sentiu sua pressão abaixando por um breve segundo, mas se recompôs. Não era o momento apropriado para questionar o anjo e exigir uma explicação. O Winchester inspirou todo o ar que seus pulmões conseguiam comportar e suspirou, caminhando em passos largos até um dos quartos de hóspedes vazios.

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Estou empolgada para ler seus comentários sobre essa nova versão, espero mesmo que gostem dela! ♡

xoxo, gabs